DylanEu estava andando pela rua, sem prestar muita atenção ao que acontecia ao meu redor, até que algo familiar chamou minha atenção. Meus olhos pararam em uma imagem que me fez congelar no lugar por alguns segundos. “Era ela… a garotinha do parque. A mesma menina que estava com Hanna naquele dia.”Mas o que me fez parar de verdade foi quem estava ao lado dela. Kevin Stewarth. Meu concorrente para a vaga da presidência é o mesmo que entrou sorrateiro na cozinha durante o evento de caridade. Eu tentei ignorar aquilo na época, mas agora tudo fazia sentido. Aquele maldito estava envolvido com Hanna, e agora, com a filha dela? Meu sangue começou a ferver só de pensar nisso.Eles estavam sentados em uma mesa na cafeteria, rindo como se fossem… íntimos. A garotinha ria de algo que Kevin dizia, o sorriso dela era brilhante, inocente. E ele? Ele parecia confortável demais. O tipo de conforto que só se tem quando se está envolvido por muito tempo.“Desde quando Kevin e Hanna se conhecem?” A p
DylanAssim que desliguei o telefone, fui diretamente para a clínica. As ruas passavam como um borrão à minha volta, e meu único pensamento era: Kat é minha filha. A confirmação estava prestes a chegar, e uma parte de mim já sabia a verdade antes mesmo de ouvir o resultado. Aquela menina… o jeito que ela ria...Entrei na clínica como um furacão, ignorando qualquer olhar curioso que me seguisse. A recepcionista mal teve tempo de me direcionar antes que eu estivesse de frente para o médico. Não precisei de rodeios. O homem à minha frente, calmo demais para o turbilhão de emoções que eu sentia, abriu o envelope com o resultado do teste de DNA.E então, a confirmação veio.— O teste é positivo. — Ele disse, com a tranquilidade de quem entrega uma informação qualquer. — Você é o pai biológico da criança.Eu senti um nó apertar na minha garganta. Algo dentro de mim queria explodir, gritar, quebrar tudo ao redor. Ela é minha. Minha filha!. Mas ao invés de reagir como esperado, só consegui ap
KevinEntrei no hospital com Kat ao meu lado, seus pequenos passos ecoando ao ritmo dos meus, tão apreensiva quanto o eu, enquanto o silêncio denso dos corredores nos envolvia. Cada vez que atravessava as portas, sentia o peso da realidade. Hanna continuava lá, presa em um mundo do qual eu não conseguia tirá-la, e cada dia parecia mais insuportável.Olhei para Kat, que segurava minha mão com força, e me perguntei como uma menina tão pequena podia ser tão forte. Ela não fazia ideia do que estava acontecendo, mas eu podia ver que ela sentia, de alguma forma. Seus olhos, cheios de inocência, brilhavam com uma esperança que às vezes me escapava.— Está tudo bem, tio? — Kat perguntou, sua voz era suave, quebrando o silêncio.Eu me abaixei para ficar na altura dela e sorri, tentando esconder o aperto em meu peito.— Está, sim, princesa. Apenas ansioso para ver a mamãe, você não está? Ela assentiu, os olhos grandes e curiosos piscando para mim, como se estivesse tentando entender o que isso
AshleyAndando de um lado para o outro, com os nervos à flor da pele, revivendo a cena que vi no apartamento de Kevin, na noite passada. Meu celular apita com um e-mail do detetive que contratei, abro o e-mail ansiosa por informações, e realmente há muitos documentos, cada página me fazendo arder ainda mais de ódio e inveja. Lá estavam, estampadas nas fotos, a santinha da Hanna e a garotinha que encontrei mais cedo.Será que Kevin é o pai desta menina? Não, isso não pode ser possível. Kevin é meu. Ele sempre foi.Imprimi o e-mail e comecei a folhear cada página do dossiê, ansiava descobrir algum podre da perfeitinha Hanna Roux, mas quanto mais leio sobre ela, mais sou forçado a admitir, mesmo que seja só para mim, que ela representa exatamente aquilo que muitas mulheres desejam ser. Ela é decidida, não se abala, é inteligente e linda de um jeito irritante e, como empreendedora, conseguiu construir algo mesmo sendo mãe solteira e não tendo auxílio nenhum, a não ser de sua irmã, tão po
HazelJason acabou de sair do quarto quando notei seu celular em cima da mesa. Corro para alcançá-lo antes que entre no elevador.— Amor, você esqueceu o celular! — chamo, acenando com o aparelho.Ele sorri e segurando as portas do elevador.— Nossa, obrigado, amor. Eu não teria tempo de voltar, já estou atrasado para a audiência. — Ele me dá um beijo rápido e libera o elevador. Envio um beijo de volta antes que a porta se feche completamente.Caminho tranquilamente de volta ao quarto de Hanna, meu coração um pouco mais leve. Não gosto de deixá-la sozinha, embora tenhamos um “armário de segurança” cuidando dela. O homem é tão grande que seus braços parecem duas das minhas coxas juntas. Rio desse pensamento quando, de repente, um grito atravessa o corredor.Reconheço a voz e sinto um aperto no peito. — Hanna!Corro em disparado para o quarto da minha irmã, mas antes de chegar ao quarto, trombou com um rapaz jovem usando uniforme de enfermeiro que, sem dizer nada, me empurra levemente
HannaSinto um peso no peito, uma pressão incômoda que me desperta lentamente. Tento abrir os olhos, a visão embaçada e confusa. Um ruído sutil quebra o silêncio do quarto e conforma minha visão se ajusta. Percebo uma figura ao meu lado, um garoto forte usando um uniforme azul de enfermeiro. Me assusto, meu coração dispara, o ar parece escapar dos meus pulmões. Tento me mover, mas o corpo não responde.A última lembrança que tenho é o pânico e o caos no buffet. O ataque. Uma dor. Como cheguei aqui?Olho uma seringa em suas mãos e grito por socorro.— SOCORRO. No instante seguinte, a porta se abre bruscamente, e vejo um homem vestido de preto com uma expressão alarmada, seguido por uma enfermeira baixinha que entra apressada, enquanto o garoto foge das mãos do homem que acredito ser o segurança, que tenta contê-lo.Meus olhos se prendem ao objeto que ele deixou cair ao sair: uma seringa. A palavra escrita em letras garrafais na etiqueta parece brilhar como um alerta mortal: “CIANETO.”
KevinQuando os policiais finalmente chegaram, senti o ar pesado do quarto se dissipar um pouco. Levantei-me e suspirei fundo, tentando arrumar a bagunça na minha mente. Isso tudo era muito mais do que eu poderia imaginar. Uma seringa cheia de cianeto abandonada no chão frio no quarto de hospital onde o amor da minha vida se recuperava... Não, era algo que eu pudesse engolir tão facilmente.Seguimos os policiais até uma sala de espera privada, separada especialmente para nós, onde já nos esperavam o diretor do hospital e o médico do caso da Hanna. Juntamos a eles, aguardando os policiais iniciarem.A sala estava mergulhada em um silêncio incômodo, enquanto os policiais faziam anotações, a tensão era quase palpável. Eu estava sentado em uma cadeira ao lado da porta, com os braços cruzados, tentando manter a calma e não virar as costas e ir ao quarto da minha Hanna. O segurança estava ao meu lado, a enfermeira, visivelmente nervosa ao lado do segurança, evitava contato visual, focando o
KevinOlhei para a cama e lá estava ela, o amor da minha vida, deitada, pequena e frágil naquele leito hospitalar. Cada detalhe seu, até nos momentos de maior vulnerabilidade, intensificava tudo o que eu sentia. Aproximei-me devagar, sentindo uma mistura de medo e amor profundo, como se o mundo inteiro estivesse concentrado ali. Sentei-me ao lado de sua cama e segurei sua mão com carinho. Meus olhos se encheram de lágrimas enquanto eu respirava fundo, absorvendo cada instante.— Ei, meu amor… — murmurei, a voz trêmula. — Você nem imagina o quanto já me mudou. Cada sorriso seu, cada olhar… você e Kat são tudo que tenho de mais precioso.Ela dormia profundamente, alheia ao caos que nos cercava, e eu sentia uma mistura de gratidão e desespero. Tudo o que eu queria era protegê-la de cada sombra e ameaça do mundo. Mas ali estava eu, enfrentando a fragilidade de estar diante de algo que escapava ao meu controle. Passei o dedo em sua mão, fazendo pequenos círculos, sentindo meu coração trans