KevinMeus olhos queimam enquanto releio a mensagem, cada palavra como uma facada direta no peito. O infeliz não apenas ousa falar com ela, mas tem a audácia de ameaçá-la com algo tão cruel. Minha mente vai direto para as entrelinhas: "nossa preciosa filha"? Como assim? Ele nem sabia da existência de Kat agora quer pagar de bom pai! Ela não é filha dele, ela é minha filha. Kat me escolheu, ele não passa de estuprador desgraçado, que está com os dias contados.Sinto um nó na garganta e o ar começa a faltar. Tento raciocinar, mas a raiva… há uma tempestade dentro de mim. Quem ele pensa que é para ameaçá-la assim? Para falar com ela desse jeito?Levante-me da cama, segurando o celular com tanta força que meus dedos doem. Meu primeiro instinto é acordá-la, mas ao olhar para ela, tão serena e vulnerável no sono, sei que não posso. Não agora. Ela precisa descansar.Volto para a sacada, o celular dela ainda na minha mão. Ligo para Davis outra vez, mesmo sabendo que ele vai me xingar por lig
DylanAndava de um lado para o outro no quarto, como um animal enjaulado. Alicia dormia profundamente, alheia às minhas inquietações. Minhas mãos tremiam, o suor escorria pela testa, mesmo com o ar-condicionado funcionando. Minha mente era um caos de imagens e possibilidades. Hanna. Kevin. Um filme ruim que não parava de rodar na minha cabeça.“Ela não me obedeceu”, murmurei, sentindo a raiva e o desespero pesarem na voz. “Eu avisei para ela ficar longe dele.”O coração martelava no peito, como se quisesse escapar. Algo estava errado, eu sabia. Hanna estava diferente, não era a mesma garota sonhadora que conheci. Meus seguranças a perdem de vista com frequência, um sinal claro de que ela estava se escondendo e fugindo de mim.E Kevin... sempre ele. O queridinho, o exemplo perfeito. Popular, carismático, admirado por todos, inclusive pela minha esposa. Enquanto eu... eu era apenas a sombra. Sempre ouvindo comparações, tentando ser mais. Agora, ele tinha que pegar a única coisa que era
HannaA noite estava frenética, como todas as outras em que Hazel e eu organizávamos um evento de alto nível. O noivado de um magnata não era algo trivial, e o cliente exigia perfeição em cada detalhe. Hazel, como sempre, estava no controle dos doces, enquanto eu corria de um lado para o outro nos salgados. Nossa equipe não era grande, mas era eficiente. Apesar do caos, sentia uma certa adrenalina. Era o tipo de pressão que eu adorava.Porém, algo estava errado naquela noite. Um pressentimento incômodo pairava sobre mim, como se algo estivesse prestes a acontecer. “Deve ser o cansaço”, pensei, tentando afastar aquela sensação enquanto finalizava os últimos pratos.A festa estava impecável. O salão brilhava com luzes douradas e velas estrategicamente posicionadas. Os convidados, vestidos de forma deslumbrante, conversavam e brindavam ao som de uma orquestra ao vivo. Tudo seguia conforme o planejado. Ainda assim, Hazel e eu não tínhamos visto os noivos. O protocolo era que eles fizessem
KevinQuando meu pai me chamou para ficar ao lado dele, desconfiei, mas não imaginava que ele ia acabar com a minha vida.Ao anunciarem meu noivado com Ashley, simplesmente paralisei, perdi os sentidos na hora… não estava acreditando que eles foram capazes de arquitetar para mim. Quando escuto um barulho, volto a mim e lá estava ela… o amor da minha vida me encara com dor e raiva nos olhos.Demorei um pouco para reagir, ainda estava atordoado com o que estava acontecendo. Quando percebo que ela está caminhando para fora do salão, eu começo a ir atrás dela, alguém segura o meu braço, mas empurro a pessoa sem olhar e corro para alcançar Hanna.Óbvio que ela não quis falar comigo, estava muito chateada e com razão, eu a entendo, no seu lugar faria o mesmo, ou até pior. Sei que ela tem que esfriar a cabeça, mas ver a porta do salão se fechar atrás dela doeu muito. O som da festa continuava abafado ao meu redor, com sussurros e risadas. Meu coração disparava, e o peso das palavras de Hann
KevinHazel estava parada na porta da cozinha chorando, ela dá um passo em minha direção e a única coisa que consigo é dizer:— Desculpa, eu juro que não sabia disso, eu fui convidado para um evento de caridade. Faça a Hanna entender. Eu te imploro, Hazel.Ela não consegue dizer nada, apenas afirma com a cabeça e entra na cozinha.A noite fria me envolveu, mas minha raiva não diminuía. Talvez eu tivesse perdido tudo. Mas se era para viver sem Hanna, então eu não queria mais nada mesmo.Estou caminhando para o meu carro quando sinto uma mão em meu ombro, olho para trás e me deparo com Luigi.— O que você quer? — Falo irritado.— Eu vi o que fez e falou. — Ele fala, e sinto um receio em sua voz, talvez vergonha, porque ele não acreditava no meu amor por Hanna.— E daí? — Dou mais um passo, então ele começa a falar:— Conheço a Hanna, ela deve estar muito chateada e entendeu tudo errado, você tem que correr para a casa dela, nestas situações ela age impulsivamente e pode…— Ela pode o qu
HannaNunca fui tão humilhada na minha vida. Saí daquele salão com a cabeça erguida, mas o coração... em migalhas. Cada passo que eu dava parecia pesar uma tonelada. Talvez fosse o salto, talvez fosse o orgulho esmagado.Levantei a mão e parei o primeiro táxi que passou. Entrei como quem carrega o peso do mundo nos ombros.— Para onde, moça? — perguntou o taxista, me encarando pelo retrovisor com um olhar que misturava curiosidade e preocupação.— Rodoviária, por favor. — minha voz saiu firme, embora tudo dentro de mim estivesse prestes a desmoronar.O carro mal começou a andar e, como boa indecisa dramática que sou, comecei a repensar tudo. Rodoviária? E se Kevin ou Hazel me acharem? Preciso ser mais esperta que isso!— Senhor, mudei de ideia. Pode seguir para minha casa. — disse,
Hanna— Não quero te deixar ir — Kevin diz com os olhos cheios de carinho, me puxando para mais um abraço, no qual eu deito a cabeça em seu peito.— Amor, você sabe que está tarde, e eu tenho que ir. — Digo tentando me desvencilhar de seu abraço, mas, no fundo querendo que ele me segure e não largue nunca mais.— Mais um beijo então. — Ele diz fazendo uma carinha de cachorro sem dono.— E quem resiste essa cara de pidão? — digo, sorrindo.Eu o beijo, e claro, o beijo é quente, delicioso, com aquele gostinho de quero mais.— Não provoca, senão eu não te deixo sair deste carro — ele diz, sorrindo. Mordo sua orelha e respondo em sussurros ao seu ouvido:— Até amanhã, meu amor. — Sorrio travessa, enquanto me afasto dizendo — Preciso entrar e tomar a pílula do dia seguinte. Por mais que eu queira filhos com você, ainda não é o momento.— Se quiser, podemos treinar mais um pouquinho. — Ele diz com aquele sorriso de molhar a calcinha.— Olha, tenho duas chamadas perdidas da minha irmã, meus
Kevin10 anos depois...— Senhor... Digo, Kevin, seu pai disse que quer falar com vo... você. — Minha nova secretária, Violet, avisa. A antiga entrou em licença-maternidade, e sua auxiliar assumiu o cargo. Não sou um daqueles empresários arrogantes que exigem formalidades o tempo todo. Claro, em reuniões formais, isso é indispensável, mas no dia a dia, odeio ser chamado de "senhor". — Ele ainda está na empresa, Violet? — Não, saiu há cerca de dez minutos. — Ela responde com confiança. — Então falo com ele amanhã. Se houver qualquer emergência, pode me ligar. — Certo. Até amanhã, Kevin. — Ela sorri. — Até amanhã, Violet.Pego meu blazer e me dirijo ao elevador. Assim que as portas se abrem, vejo Ashley prestes a sair. Instintivamente, me escondo atrás de uma pilastra. Violet me vê, arregalando os olhos, surpresa, e logo tenta segurar o riso. Faço um sinal de silêncio com o dedo e imploro com o olhar para que ela distraia Ashley. Violet, sempre eficiente, faz um leve aceno de cabe