Hanna

Por um instante, nos encaramos em silêncio. Era como se, naquele momento, as palavras não fossem mais necessárias. Então ele falou:

— Eu devia ter te procurado, devia ter lutado mais por nós. Talvez nada disso tivesse acontecido.

— Para com isso! — Minha voz saiu mais firme do que eu esperava, surpreendendo a nós dois. — Não foi sua culpa. O único culpado foi Dylan, que é psicopata lunático. Você não poderia prever nada disso.

Kevin fechou os olhos novamente, respirando fundo, e depois os abriu, com uma determinação de que eu ainda não havia visto até então.

— Vou fazer algo. Não importa o que seja, mas esse infeliz não sairá impune.

— Kevin…

— Não tente me convencer do contrário, amor. — Ele segurou minhas mãos com firmeza, os olhos fixos nos meus. — Ele merece apodrecer na cadeia.

Meu coração abriu diante da intensidade de suas palavras, mas, ao mesmo tempo, algo dentro de mim se aqueceu. Kevin me abraça com força, como se quisesse me proteger de tudo e de todos.

— Vou cuidar