HannaComo posso ser tão ingênuo? Ele estava me beijando há alguns minutos, e agora está aos beijos com aquela víbora de cabelo vermelho. Meu peito está apertado, mas finjo não me importar enquanto tento me afastar da cena.Sinto um puxão no braço. Viro e lá está Kevin, com aquele olhar insistente.— O que foi? Volta para sua ruiva. — Disparo, tentando esconder a dor.— Não é o que você está pensando! Amor, eu estava indo embora quando ela me abordou. Estava dizendo a ela que não quero nada, mas ela me agarrou. Você precisa acreditar em mim.— Tanto faz. Não estamos juntos, faça o que quiser. Agora solte meu braço. — Tento manter minha voz firme, mas por dentro estou em frangalhos.— Tanto faz? Então você não se importa? — A pergunta dele é cortante, cheia de expectativa.— Não, não me importo. — Minto, sentindo meu coração disparar.— Certo. Então, não vai se importar com isso. — Antes que eu possa reagir, Kevin me puxa e sela seus lábios nos meus. Tento resistir, mas sou fraca, e ce
HannaA cozinha estava mergulhada em silêncio, exceto pelo tique-taque do relógio na parede. Encostei no balcão, segurando uma xícara de chá que já estava fria. Olhava para o nada, perdida nos meus pensamentos. O encontro com Kevin pairava sobre mim como uma nuvem de incertezas. O que eu diria? O que ele diria? Meu coração estava dividido entre me entregar de cabeça ou correr para longe.— Hanna, está tudo pronto, vamos? — A voz animada de Hazel me trouxe de volta à realidade. Ela estava me olhando como se me analisasse.Ergui os olhos, ainda hesitante. — Hazel, eu… eu combinei de conversar com o Kevin hoje.Hazel parou e, por um momento, me olhou com compreensão, antes de sorrir suavemente. — Vai lá, espero que dê tudo cer…— Não acredito que vai dar outra chance para esse babaca! — A voz de Luigi cortou o ar como uma lâmina. Ele apareceu na porta, os braços cruzados, o olhar pesado de frustração. — Não cansa sofrer, Hanna?Senti um aperto no peito. Sabia que ele dizia aquilo porqu
HannaVejo Kevin no jardim, de costas, com seu terno impecável, moldando-o perfeitamente. A noite está amena, com uma brisa suave que acaricia minha pele. O céu limpo exibe um espetáculo de estrelas, e a lua minguante parece testemunhar silenciosamente o momento.O som suave dos meus passos o faz virar, e naquele instante, é como se o tempo desacelerasse. Parecia cena de um filme romântico, onde o casal finalmente se reencontra e tudo ao redor deixa de existir.Meu coração dispara sem que eu consiga evitar, e lágrimas silenciosas deslizam por meu rosto, transmitidas de emoção. Sem forças para dar mais um passo, eu paro e ele começa a caminhar em minha direção. Seus olhos, tão intensos e naquele momento, sob o brilho das estrelas e da lua, eu sabia: era ele, sempre foi ele.Achei que não fosse vir. — Ele diz em um sussurro, enquanto se aproxima de mim, com uma expressão tensa e preocupada. Limpo as lágrimas que escorrem pelo meu rosto e olho para ele com firmeza.— Já descumpri alguma
Kevin.Quando o nome Dylan saiu dos lábios de Hanna, foi como se o chão tivesse se aberto sob meus pés. Meu coração parou por um instante, e o ar parecia pesar toneladas. Meu mundo inteiro estava desabando diante de mim.“Como ela pôde se envolver com ele?”, pensei, sentindo o gosto amargo da incredulidade. Eu podia ter imaginado qualquer pessoa, qualquer uma… menos ele.Hanna desabou no banco, chorando descontroladamente. Cada lágrima dela parecia um punhal cravado na minha alma, mas eu… eu não conseguia fazer nada. Nem uma palavra me vinha. Como eu podia confortá-la quando nem mesmo eu sabia o que sentia?— Hanna, eu… eu… — murmurei, a voz falhando, como se tudo dentro de mim estivesse quebrado.Entre os soluços, ela tentou falar, sua voz fraca e entrecortada.— Kevin, eu… não consigo te cotar tudo agora, mas… se… se escolher ficar comigo, ele… ele vai entrar na justiça para pegar a guarda da Kat. E se ele conseguir, eu prefiro morrer a vê-lo com a minha filha.Ao escutar isso, foi
Kevin. — Vamos, então? — Pergunto enquanto ela observa a velha árvore. Hanna suspira e, com um leve sorriso, assente, estendendo a mão para mim.— Sou toda sua. Me leve para bem longe! E me faça esquecer esse pesadelo que está sendo a minha vida. — Sua voz carrega uma mistura de confiança e mistério que me desarma.Seguro sua mão com firmeza, um sorriso de canto escapa enquanto penso em um certo motel que passei na frente outro dia. O pensamento me faz rir baixo, mas seguro o momento, deixando uma ideia no ar, como uma possibilidade que só o tempo dirá se acontecer.— Seguro firme, então — digo, e começo a dirigir, sentindo a felicidade se transbordar.“Hanna era minha de novo!”Eu sabia que precisava fazer essa noite ser inesquecível, algo que apagasse as dores do passado e marcasse um novo começo para nós. Hanna merecia isso. Nós merecíamos.Enviei uma mensagem discretamente, pedindo ajuda para Davis, que respondeu com um “OK”, com certeza que vai me encher depois, mas nem ligo, se
HazelUma semana depois…Eu estava no escritório do Jason e o encarava, meu peito pesado de indignação. Ele estava ali, de braços cruzados, parecendo tão frio, tão prático. Como se o que ele estava pensando fosse algo simples, uma decisão que qualquer um poderia tomar.— Você ouviu o que acabou de dizer? — Minha voz saiu mais alta do que pretendia. — Você quer expor Hanna em tribunal, abrindo o pior capítulo da vida dela. Como isso seria só uma estratégia?Jason respirou fundo, tentando manter a calma. Acho que era a terceira vez que discutíamos esse ponto. Sei que é o jeito dele, sempre tão controlado, mas aquilo só me irritava mais.— Amor, escuta… eu não gosto disso, tanto quanto você! Não gosto nem um pouco. Mas a gente precisa ser realista. Dylan está jogando sujo, e se não fizermos algo drástico, ele levará Kat.Dei uma risada amarga, passando a mão pelos cabelos em um gesto nervoso.— Drástico? Você quer chamar o estupro de Hanna de vantagem no tribunal, Jason! Quer que ela rev
Estávamos escondidos há tempo demais, vivendo em momentos roubados, como se o amor que compartilhávamos fosse um pecado a ser escondido. Eu não podia mais suportar. Olhar para Hanna e fingir que éramos apenas conhecidos era um fardo que me esmagava a cada dia. E, se eu já era consumido pela saudade dela, e não poder ver a pequena Kat só tornava tudo ainda mais insuportável.Naquela tarde, sentado na varanda de um hotel na cidade vizinha, com o vento trazendo o aroma de liberdade que eu tanto ansiava, tomei a decisão. Precisávamos de mais. Eu precisava dela, de Kat, de algo que fosse real, palpável. Um final de semana inteiro, só nós três, sem as sombras da sociedade ou as correntes que meu pai e Dylan tentavam colocar ao nosso redor.Quando Hanna chegou ao hotel para o nosso encontro secreto, eu já havia decidido. Ela estava linda, como sempre, com os cabelos soltos balançando levemente enquanto caminhava até mim. Seus olhos brilhavam, mas havia uma pontada de cansaço neles, como se o
Hanna— Mamãe, por que o tio Kevin vai nos buscar na rodoviária? E não em casa? — perguntou Kat, com os olhinhos cheios de curiosidade.— Pense nisso como uma aventura, meu amorzinho! — respondi, dando um beijo em seu rostinho.Saímos cedo naquela manhã. Pegamos um carro por aplicativo e seguimos para a rodoviária. Conforme o plano que combinei com Kevin, entraríamos normalmente pela entrada principal, mas, alguns minutos depois, sairíamos pela porta dos fundos. Tudo para garantir que, se o louco do Dylan tivesse alguém nos vigiando, eles não perceberiam.Não gosto de fazer as coisas às escondidas, mas, de certa forma, toda essa preparação trazia um toque divertido, como se estivéssemos em uma missão secreta.Ao chegarmos à rodoviária, seguimos o plano à risca. Entramos com tra