- Estúpido! Estúpido!Estúpido?O rosto de Eduardo escureceu instantaneamente. Ele estreitou os olhos, e seu olhar perigoso imediatamente se voltou para a origem do som.Uma mulher estava tentando tapar a boca de um papagaio com um pano.O papagaio, tentando se esquivar, gritava mais alto do que qualquer coisa.Eduardo resmungou: - Eu estava me perguntando por que você foi tão gentil em me convidar para passar a véspera de Ano Novo na sua casa. Então você ensinou esse animal a me xingar?- Não, não fui eu quem ensinou. - Maria se apressou em se explicar, desejando poder cozinhar aquele papagaio.Eduardo, obviamente, não acreditava, zombou: - Claro, você tem coragem de ensiná-lo a xingar, mas não tem coragem de admitir.Maria ficou em silêncio.Ela também não se deu ao trabalho de explicar mais. Afinal, aquele papagaio estava xingando falando a verdade, Eduardo era mesmo um estúpido.As três crianças já estavam brincando juntas.Eduardo ficou parado por um momento, percebendo a quie
Eduardo estava sem palavras.- Rápido, preciso de mais massa. - Vendo que Eduardo não se mexeu, Maria o apressou.As crianças já estavam ansiosas para fazer o bolo-rei.Maria deixou que elas pegassem pequenas porções de massa para tentar fazer um.Como esperado, exceto por Pedro, que fez algo razoável, José e Ana não conseguiram fazer nada.Eduardo rapidamente preparou a massa.Ele escondia uma mão atrás do corpo enquanto segurava a tigela com a outra e a entregava a ela.Maria, ao ver a massa lisa, não pôde deixar de elogiar: - Bom trabalho, mas... - Ela olhou para a tigela branca grande com a massa e perguntou surpresa. - Como você fez a massa e ainda trocou a tigela?- A tigela de cerâmica não gruda, é boa para sovar a massa. - Eduardo disse isso com uma expressão normal.Maria, sem desconfiar, perguntou: - E o que você está escondendo atrás de você?- Nada. - Eduardo se virou e caminhou em direção à porta da sala.Durante todo o tempo, Maria não viu o que ele escondia atrás do co
Enquanto ele fixava o olhar no decote dela, a voz irritada da mulher de repente soou. Ele rapidamente voltou a si, mas apenas desviou o olhar sem mudar a expressão. Maria estava irritada e impotente, sem perceber que esse homem também era tão atrevido. As crianças tinham feito muitas coisas com a massa pequena, e aqueles bolo-rei tinham formas estranhas e peculiares, que dificilmente alguém reconheceria sem serem nomeados. Maria pegou um rolo e um tapete para amassar. Ela guardou as massas de pastel compradas de lado e disse às crianças: - A tia vai fazer o bolo-rei agora, vocês têm que prestar atenção, tá bom?Os três crianças concordaram em uníssono. Depois de falar, Maria colocou um pequeno pote de moedas dentro do bolo-rei. Ao ver isso, Eduardo imediatamente franziu a testa com deboche: - Moedas são tão sujas, isso ainda pode ser comido?- Eu lavei. - Maria retrucou, dando a ela um olhar. Ela usou um garfo para ajustar a posição das moedas, acrescentando. - E lavei muito b
O murmúrio de Maria não era alto, mas Eduardo ouviu cada palavra claramente. O canto dos lábios do homem se curvou sutilmente, suas sobrancelhas se ergueram, e ele pegou outra folha de massa. E com uma série de movimentos ágeis dos dedos, um pastel folhado com muitas dobras e bem formado apareceu diante de todos. Maria estava totalmente surpresa: - Você aprendeu a fazer pães e doces?- Isso ainda precisa ser aprendido? Não é algo que se aprende só de olhar? - Disse o homem com orgulho, claramente satisfeito consigo mesmo. Maria resmungou: - Olha só como você se acha.- Papai, papai, me ensina a fazer um coelho?- Eu quero fazer uma tartaruga.Pedro hesitou por alguns segundos, mas também se aproximou: - Tio, me ensina a fazer um gatinho.Os três crianças rapidamente cercaram Eduardo. Eduardo franzia a testa, visivelmente sem jeito: - Coelho? Tartaruga? Gato...?Vendo a dificuldade do homem, Maria não pôde evitar de zombar: - Você não se gaba de saber fazer tudo? Essas coisas
As duas carcereiras estavam em uma vila remota nas montanhas, se recusando terminantemente a voltar para a Cidade C.Eduardo decidiu levar Maria para uma visita pessoal. Ele já havia explicado a situação para Maria com antecedência, e ela concordou em acompanhá-lo, mas com a condição de que deveriam voltar antes do Festival das Lanternas, pois o novo filme de Jacarias logo começaria as filmagens. Além da preocupação com as filmagens, Maria também estava preocupada com Pedro. Ela arrumou algumas roupas e itens de uso diário para Pedro, olhando para Eduardo com uma expressão preocupada, e perguntou: - Será que é uma boa ideia enviá-lo para a família Alves? Eu tenho medo que sua avó...- Ela não vai negligenciá-lo. Ele é amigo de José e Ana, minha avó com certeza vai gostar dele.- Mas ela não gosta de mim. Se souber que Pedro está sob meus cuidados, ela pode...- Não vai acontecer. Minha avó sempre gostou de crianças e não descontaria suas questões pessoais em um menino.Eduardo fala
Maria sorriu e retribuiu o beijo na bochecha de Pedro, prometendo: - Fique tranquilo, a tia voltará o mais rápido possível.Isso fez com que os olhos de Eduardo se arregalassem ainda mais. Desde quando Maria tomou a iniciativa de beijar alguém? Em seu coração, ele parecia valer menos que um garotinho. A região montanhosa era remota, sem acesso direto por avião. Eduardo refletiu e decidiu dirigir até lá, assim eles não teriam que se preocupar com o tempo e evitariam o incômodo de ter que trocar de transporte. Ele não arranjou um motorista, preferindo dirigir ele mesmo. Quanto ao motivo, ele naturalmente queria aproveitar a oportunidade para ficar a sós com Maria.A Cidade C teve neve por três dias consecutivos, cobrindo toda a cidade com um manto branco. O tempo frio não conseguia esconder o clima festivo do Ano Novo. As ruas estavam decoradas e a atmosfera festiva era visível por toda parte.Ao sair da cidade, Maria observava o ambiente animado nas ruas, se sentindo um pouco m
- Sr. Jacarias, por favor, me salve.Jacarias, recostado na cadeira com suas pernas longas cruzadas uma sobre a outra, irradiava um charme irresistível, misturado com rigor e autoridade. Ele olhava para a mulher deprimida no chão, como se através dela pudesse ver sua mãe gananciosa e seu pai desprezível. Um intenso desgosto brilhava em seus olhos. Ele deu uma tragada no cigarro, olhando para Michael ao seu lado. Michael, com os braços cruzados e expressão serena, falou:- Esta mulher tem medo que Eduardo descubra a verdade sobre o incêndio daquele ano e se vingue dela, por isso está pedindo sua ajuda.- Sr. Jacarias, eu só recentemente soube que você tem um desentendimento com Eduardo e Maria. - Disse Viviane, se ajoelhando diante dele e falando rapidamente. - Por favor, me ajude. Não deixe que Eduardo descubra a verdade sobre aquele ano. Farei o que você mandar se me ajudar.Michael riu desdenhosamente ao lado, com um tom de desprezo em sua risada. Jacarias dissipou o desgosto em
Maria observou o endereço dado por Fernando e em seguida olhou para os quilômetros que faltavam percorrer, sentindo uma dor de cabeça se formar.- Esse endereço é confiável? Será que aquelas duas carcereiras estão mesmo nessa pequena vila na montanha?A vila se chamava Vila da Serra, um lugar sobre o qual ela nunca tinha ouvido falar e que nem sequer aparecia nas buscas online.Considerando os quilômetros que restavam e a velocidade com que viajavam, era difícil prever quando chegariam à Vila da Serra.E, mesmo que chegassem, não havia garantias de que as carcereiras ainda estariam lá.E se já tivessem fugido?Eduardo encontrou um hotel com uma aparência sofisticada na cidade.Enquanto estacionava o carro, comentou com ela:- As pessoas que Fernando enviou para investigar ainda estão na vila. Se houver qualquer movimento suspeito das carcereiras, meus homens irão me informar.Quando abriram a porta do carro, um ar frio invadiu o espaço.Eduardo rapidamente fechou a porta.Procurando al