Maria observou o endereço dado por Fernando e em seguida olhou para os quilômetros que faltavam percorrer, sentindo uma dor de cabeça se formar.- Esse endereço é confiável? Será que aquelas duas carcereiras estão mesmo nessa pequena vila na montanha?A vila se chamava Vila da Serra, um lugar sobre o qual ela nunca tinha ouvido falar e que nem sequer aparecia nas buscas online.Considerando os quilômetros que restavam e a velocidade com que viajavam, era difícil prever quando chegariam à Vila da Serra.E, mesmo que chegassem, não havia garantias de que as carcereiras ainda estariam lá.E se já tivessem fugido?Eduardo encontrou um hotel com uma aparência sofisticada na cidade.Enquanto estacionava o carro, comentou com ela:- As pessoas que Fernando enviou para investigar ainda estão na vila. Se houver qualquer movimento suspeito das carcereiras, meus homens irão me informar.Quando abriram a porta do carro, um ar frio invadiu o espaço.Eduardo rapidamente fechou a porta.Procurando al
Eduardo a puxou de volta com força, irritado: - Como você vai dormir no carro? Depois de ter viajado tanto tempo, você não está cansada?Ele, que dirigiu o carro, nem reclamou de cansaço, então Maria não ousou se queixar, embora por dentro estivesse criticando.Ela não disse nada, mas Eduardo olhou para ela e perguntou à recepcionista: - Tem suíte disponível?- Sim, temos.- Então quero uma suíte, a maior que tiverem.- Certo. E o quarto individual que foi reservado anteriormente?- Não precisa, só a suíte está bom.- Tudo bem.Depois de fazer o registro, Eduardo pegou o cartão do quarto e perguntou à recepcionista: - É possível pedir jantar no quarto?- Nosso hotel não oferece serviço de refeições, mas você pode pedir delivery por este cardápio. - Disse a recepcionista, entregando a ele um menu de delivery.Eduardo agradeceu e conduziu Maria em direção ao elevador.A recepcionista não pôde deixar de olhar algumas vezes para a imponente silhueta de Eduardo, achando-o cada vez mais a
- Você pretende passar a noite na porta? - Maria perguntou a ele, sem palavras, estendendo a mão para pegar sua mochila. Eduardo, porém, desviou a mão dela e entrou com a bolsa. A mulher olhou pela porta, não notou nada anormal, e então fechou a entrada. Morando fora, ela sempre se sentia um pouco insegura, portanto, trancou também o trinco.Ao se virar, viu Eduardo abanando a mão na frente do nariz, com uma expressão de desgosto. Maria olhou para ele com desprezo: - Você deveria realmente experimentar viver com os trabalhadores, melhor ainda com os pobres.Eduardo sorriu: - Eu suporto o sofrimento, só não aguento esse cheiro.Maria riu ironicamente. “No fim, não passava de frescura?”Todas as janelas do quarto estavam abertas, e o calor dentro da sala foi rapidamente dissipado pelo ar frio. Maria não queria falar muito com ele, apenas desejava tomar um banho rápido e depois se enfiar debaixo das cobertas. Ela também não sabia se havia comido algo não muito limpo, mas sentia um des
Maria ficou surpresa: - O que você está fazendo?Eduardo não respondeu, apenas abriu a palma da mão dela e observou fixamente a cicatriz ali. Quando ela o salvou, a palma de sua mão tinha sido gravemente ferida por cipós. Embora a ferida parecesse assustadora, era apenas superficial e a palma da mão cicatrizou rápido. Ela se recuperou em casa por alguns dias, restando apenas algumas marcas. Se ele não a observasse assim, ela até teria esquecido dessas cicatrizes.Ela retirou a mão, falando de maneira indiferente: - Não é nada, já está quase curada.Eduardo olhou profundamente para ela, prestes a dizer algo, quando ouviram um batido na porta.- Deve ser o delivery, certo? - Perguntou Maria instintivamente.Eduardo disse a ela: - Fique aí sentada, eu vou ver.O homem ainda era muito cauteloso. Ele espiou pelo olho mágico antes de abrir a porta, a qual abriu apenas uma fresta. Logo, Eduardo voltou com um saco de lanches e algumas comidas embaladas. Maria olhou para a porta, se certif
A luz fraca da lua passava pela janela ao lado. Sob aquela ótica, parecia haver uma sombra se movendo dentro do banheiro. Maria ficou instantaneamente tensa, com os pelos do corpo eriçados. Ela não ousou se mexer, fixando o olhar no banheiro diagonalmente oposto.A porta do cômodo estava a apenas dois metros da ponta da cama. Embora estivesse escuro lá dentro, ao olhar atentamente, realmente havia uma sombra se movendo.Maria sentiu seu couro cabeludo arrepiar. Eles estavam no oitavo andar, como alguém poderia ter subido até ali?Quem seria? Um ladrão? Ou talvez um assassino tentando impedir ela de descobrir a verdade sobre o incêndio de anos atrás?Se fosse um ladrão, não faria sentido vir ao hotel para roubar, e ainda mais coincidentemente no seu quarto, logo após ela se mudar para lá.Se não fosse um ladrão, então muito provavelmente era o segundo caso.Com a mente trabalhando rapidamente, ela mal ousava respirar, saindo cuidadosamente da cama. A mulher nem se atreveu a calçar os s
Ela segurava o fôlego, encarando a escuridão à frente, até que não conseguiu mais conter as lágrimas. Seu corpo tremia por inteiro, o medo em seu coração crescia como a escuridão infinita, engolindo a mulher pouco a pouco.De repente, um leve som surgiu na escuridão. Era o som de um interruptor sendo ligado, e com isso, a sala se iluminou instantaneamente. Eduardo se levantou pela metade, esfregando os olhos e franzindo a testa para ela: - O que houve? Teve um pesadelo?Maria olhou para ele, aturdida, se esquecendo de todas as ações, apenas o fitando fixamente. Lágrimas ainda marcavam seu rosto, e ela parecia um pouco desgrenhada.Eduardo estava visivelmente confuso. Ele claramente ainda não estava totalmente acordado. Com o cabelo desalinhado e olhos sonolentos, a roupa de dormir exibia dobras suaves.- Eu estava sonhando que ouvia alguém chorando, e quando prestei atenção, o choro parecia ser a sua voz. Então eu acordei e vi que realmente era você chorando. - Vendo ela parada na por
- Não se preocupe, Fernando já colocou quatro pessoas lá. Ordenei que protegessem aqueles dois carcereiros, assegurando a segurança deles.Maria assentiu e começou a caminhar lentamente para fora do quarto. Como havia se assustado muito, se sentia um pouco fraca.- Você está ferida?Eduardo, de repente, correu preocupado até ela, segurando seu braço e olhando para suas costas.Maria, confusa, respondeu:- Não. Quando aqueles dois assassinos entraram, eu estava acordada. Estava escondida perto da porta, eles nem se aproximaram de mim.- Não está ferida?Eduardo franziu a testa ao ver a mancha de sangue nas calças dela e, de repente, como se tivesse se dado conta de algo, seu rosto assumiu uma expressão um tanto constrangida. Maria, observando sua expressão estranha, perguntou:- O que foi? Tem algo atrás de mim?- Não, não é nada, acho que... Você está menstruada.- Menstruada?Maria demorou um pouco para entender, ficando paralisada por três segundos, até que finalmente percebeu e seu
No entanto, as informações de registro do quarto 718 eram de uma jovem mulher, o que indicava que ela poderia ter usado uma identidade falsa. A recepcionista, observando a expressão séria de Eduardo, perguntou com cautela:- Senhor, não aconteceu nada grave, certo?Eduardo balançou a cabeça e devolveu o livro de registros a ela. A recepcionista guardou o objeto e, de repente, se lembrou de algo, dizendo apressadamente:- O hóspede do quarto 718 já fez o check-out. Foi há pouco tempo, quase me esqueci.Eduardo riu friamente por dentro. “Eles fugiram bem rápido.”- Está bem, não se preocupe. Não é nada. - Disse ele calmamente. Depois, olhou para fora. - Tem alguma loja de conveniência 24 horas por aqui?- Tem uma, mas fica um pouco longe.- Me explique como chegar lá.- Certo, você sai, vira à esquerda e segue em frente por um tempo. Há um cruzamento onde você vira à direita, e depois...A recepcionista explicava de maneira complicada, mas Eduardo simplificou as instruções: Vire à esque