Maria sentiu um aperto no coração e se agachou rapidamente diante de Pedro: - O que aconteceu, Pedro?Pedro fez beicinho e entregou um bilhete para Maria: - Tia, meu padrinho e minha madrinha foram embora.Foram embora?Maria franziu a testa, preocupada, e rapidamente olhou para o bilhete.Cláudio: “Mariinha, desculpe, mas vou ter que te incomodar para cuidar do Pedro. Tenho alguns assuntos para resolver na Cidade R, nos vemos depois do Ano Novo.”“Estranho, por que ainda teria assuntos na Cidade R agora, durante as festas de fim de ano?”Sem pensar muito, ela rapidamente levou Pedro para dentro de casa:- Não fique triste, este ano a tia vai passar o Ano Novo com você.Pedro fungou, se sentando no sofá, se esforçando para não chorar.Depois de acomodar Pedro, Maria pegou seu celular e respondeu a Cláudio.“Você cuide dos seus assuntos, eu vou cuidar bem do Pedro. Feliz Ano Novo, Cláudio.”No quarto escuro, Isabela olhava para a tela do celular de Cláudio iluminada com aquela mensag
Era exatamente uma solicitação de vídeo de José.Maria rapidamente atendeu e passou o celular para Pedro.- Pedro, irmão! - Era a voz de Ana, doce e suave, muito agradável.Maria puxou uma cadeira para se sentar ao lado de Pedro, olhando para o rostinho fofo no vídeo:- Ana, você já jantou?- Já, hoje os empregados estão de folga, foi papai quem cozinhou, a comida estava deliciosa.- Tia! - José também se aproximou. - Vocês já jantaram?- Estamos jantando agora. - Maria colocou mais comida no prato de Pedro, o incentivando a comer.Após a conversa com José por vídeo, o humor de Pedro melhorou um pouco, e ele finalmente começou a comer direito.Ele engoliu a comida e perguntou a José: - Quando vocês vêm para cá?José pensou um pouco e balançou a cabeça: - A bisavó ainda não dormiu, então não sabemos quando poderemos ir.- E o papai?Maria estava jantando e se assustou ao ouvir Pedro fazer essa pergunta.Mas logo pensou que, entre crianças, a conversa deve ser mais simples.De fato, Jo
- Ouça a vovó, não fique com ela... Nunca fique com ela...Eduardo segurava a maçaneta da porta, olhando para trás, em direção à avó, antes de sair silenciosamente.Fechando a porta, ele se apoiou no frio painel por um longo tempo.Seu coração estava pesado; ele não entendia por que a avó se opunha ao seu relacionamento com Maria.No começo, ela era a pessoa que mais apoiava o relacionamento deles.Mas o que aconteceu? Qual era a verdade que a avó mencionava?Ele se virou, se apoiando na porta, perturbado.As palavras murmuradas pela avó ecoavam em seus ouvidos.Ele não queria deixar a avó triste, mas também não podia perder Maria.Pedro, que estava olhando fixamente para o relógio na parede, não aguentou esperar quando o ponteiro marcou dez horas e disse a Maria: - Tia, vamos procurar o tio?Maria, sem saída, sabia que as crianças são imprevisíveis.Ir atrás de Eduardo significaria ir à Mansão da Alves.Se fizessem isso, vovó Diana provavelmente os expulsaria.Maria já tinha preparad
- Estúpido! Estúpido!Estúpido?O rosto de Eduardo escureceu instantaneamente. Ele estreitou os olhos, e seu olhar perigoso imediatamente se voltou para a origem do som.Uma mulher estava tentando tapar a boca de um papagaio com um pano.O papagaio, tentando se esquivar, gritava mais alto do que qualquer coisa.Eduardo resmungou: - Eu estava me perguntando por que você foi tão gentil em me convidar para passar a véspera de Ano Novo na sua casa. Então você ensinou esse animal a me xingar?- Não, não fui eu quem ensinou. - Maria se apressou em se explicar, desejando poder cozinhar aquele papagaio.Eduardo, obviamente, não acreditava, zombou: - Claro, você tem coragem de ensiná-lo a xingar, mas não tem coragem de admitir.Maria ficou em silêncio.Ela também não se deu ao trabalho de explicar mais. Afinal, aquele papagaio estava xingando falando a verdade, Eduardo era mesmo um estúpido.As três crianças já estavam brincando juntas.Eduardo ficou parado por um momento, percebendo a quie
Eduardo estava sem palavras.- Rápido, preciso de mais massa. - Vendo que Eduardo não se mexeu, Maria o apressou.As crianças já estavam ansiosas para fazer o bolo-rei.Maria deixou que elas pegassem pequenas porções de massa para tentar fazer um.Como esperado, exceto por Pedro, que fez algo razoável, José e Ana não conseguiram fazer nada.Eduardo rapidamente preparou a massa.Ele escondia uma mão atrás do corpo enquanto segurava a tigela com a outra e a entregava a ela.Maria, ao ver a massa lisa, não pôde deixar de elogiar: - Bom trabalho, mas... - Ela olhou para a tigela branca grande com a massa e perguntou surpresa. - Como você fez a massa e ainda trocou a tigela?- A tigela de cerâmica não gruda, é boa para sovar a massa. - Eduardo disse isso com uma expressão normal.Maria, sem desconfiar, perguntou: - E o que você está escondendo atrás de você?- Nada. - Eduardo se virou e caminhou em direção à porta da sala.Durante todo o tempo, Maria não viu o que ele escondia atrás do co
Enquanto ele fixava o olhar no decote dela, a voz irritada da mulher de repente soou. Ele rapidamente voltou a si, mas apenas desviou o olhar sem mudar a expressão. Maria estava irritada e impotente, sem perceber que esse homem também era tão atrevido. As crianças tinham feito muitas coisas com a massa pequena, e aqueles bolo-rei tinham formas estranhas e peculiares, que dificilmente alguém reconheceria sem serem nomeados. Maria pegou um rolo e um tapete para amassar. Ela guardou as massas de pastel compradas de lado e disse às crianças: - A tia vai fazer o bolo-rei agora, vocês têm que prestar atenção, tá bom?Os três crianças concordaram em uníssono. Depois de falar, Maria colocou um pequeno pote de moedas dentro do bolo-rei. Ao ver isso, Eduardo imediatamente franziu a testa com deboche: - Moedas são tão sujas, isso ainda pode ser comido?- Eu lavei. - Maria retrucou, dando a ela um olhar. Ela usou um garfo para ajustar a posição das moedas, acrescentando. - E lavei muito b
O murmúrio de Maria não era alto, mas Eduardo ouviu cada palavra claramente. O canto dos lábios do homem se curvou sutilmente, suas sobrancelhas se ergueram, e ele pegou outra folha de massa. E com uma série de movimentos ágeis dos dedos, um pastel folhado com muitas dobras e bem formado apareceu diante de todos. Maria estava totalmente surpresa: - Você aprendeu a fazer pães e doces?- Isso ainda precisa ser aprendido? Não é algo que se aprende só de olhar? - Disse o homem com orgulho, claramente satisfeito consigo mesmo. Maria resmungou: - Olha só como você se acha.- Papai, papai, me ensina a fazer um coelho?- Eu quero fazer uma tartaruga.Pedro hesitou por alguns segundos, mas também se aproximou: - Tio, me ensina a fazer um gatinho.Os três crianças rapidamente cercaram Eduardo. Eduardo franzia a testa, visivelmente sem jeito: - Coelho? Tartaruga? Gato...?Vendo a dificuldade do homem, Maria não pôde evitar de zombar: - Você não se gaba de saber fazer tudo? Essas coisas
As duas carcereiras estavam em uma vila remota nas montanhas, se recusando terminantemente a voltar para a Cidade C.Eduardo decidiu levar Maria para uma visita pessoal. Ele já havia explicado a situação para Maria com antecedência, e ela concordou em acompanhá-lo, mas com a condição de que deveriam voltar antes do Festival das Lanternas, pois o novo filme de Jacarias logo começaria as filmagens. Além da preocupação com as filmagens, Maria também estava preocupada com Pedro. Ela arrumou algumas roupas e itens de uso diário para Pedro, olhando para Eduardo com uma expressão preocupada, e perguntou: - Será que é uma boa ideia enviá-lo para a família Alves? Eu tenho medo que sua avó...- Ela não vai negligenciá-lo. Ele é amigo de José e Ana, minha avó com certeza vai gostar dele.- Mas ela não gosta de mim. Se souber que Pedro está sob meus cuidados, ela pode...- Não vai acontecer. Minha avó sempre gostou de crianças e não descontaria suas questões pessoais em um menino.Eduardo fala