Ela percebeu que a abertura no teto estava radiante, livre da neve e do vento que antes invadiam.Se apresou em direção a Eduardo, tão ansiosa e alegre que quase tropeçou.- Eduardo, acorde! A tempestade de neve acabou, venha ver!Contudo, mesmo chamando-o assim, o homem estirado no chão não demonstrava sinais de despertar.Eduardo sempre foi astuto e vigilante; não poderia estar dormindo tão profundamente.Com um mau pressentimento, ela estendeu a mão rapidamente para sacudir seu ombro: - Eduardo, acorde! Eduardo!Mas ele ainda não reagia.Maria se tornou cada vez mais desesperada, sua voz embargada pelo choro.- Eduardo, o que aconteceu? Não me assuste assim, por favor acorde, acorde logo...Não importava quanto ela o chamasse, Eduardo não respondia.Maria começou a chorar incontrolavelmente.- Você prometeu que não ficaria doente, que não me abandonaria, que me tiraria daqui... Eduardo, por favor, acorde!Ela caiu exausta no chão, tomada por uma onda avassaladora de desespero e med
Quando seus lábios se tocaram, Eduardo fechou os olhos, se entregando a um beijo apaixonado. Contudo, entre suas sobrancelhas, se formou uma sombra inexplicável de tristeza e angústia.Maria, irritada, se debatia e batia nele.Não importava o quanto ela resistisse, Eduardo não a soltava.Ele a beijou intensamente, até que Maria quase perdeu o fôlego, e só então ele a libertou.Ambos pareciam exaustos.Um estava caído no chão com um leve sorriso, enquanto o outro estava deitado sobre ele, respirando suavemente.O rosto dela estava pressionado contra seu peito, e ela ouvia claramente o bater do coração dele.Esses batimentos fortes e constantes finalmente dissiparam o medo em seu coração.Ela murmurou:- Você realmente me assustou agora há pouco.- Você não me odeia? Se eu tivesse morrido, você deveria estar feliz.- Se você morresse, quem me tiraria daqui? Se morresse, eu ficaria presa nesta caverna vazia e morreria junto com você.Maria falou de forma abafada, sua voz fraca ainda carr
- Nós rolamos pela encosta nevada, e a entrada desta caverna é tridimensional. O lado mais baixo está voltado para a direção de onde viemos. Quando sair, siga essa direção e não errará. - Disse Eduardo, sério. - Após andar um pouco, ligue seu celular e veja se há sinal. Se houver, entre em contato com Cláudio para que ele venha te resgatar. Se ainda não houver sinal... Bem, continue com o celular desligado e se lembre de que, até ser resgatada, é crucial manter a bateria.Ouvindo suas palavras, Maria franziu a testa inconscientemente.Havia algo estranho no que ele dizia.Ela levantou a cabeça levemente:- Não íamos sair juntos?Eduardo sorriu:- Sim, vamos sair juntos.Maria observou, confusa, o sorriso pálido no rosto dele, sentindo um medo inexplicável no coração.- Eduardo, você está se sentindo mal?O homem balançou a cabeça:- Não, só preciso de um abraço seu. Se... Se pudéssemos fazer amor, seria ainda melhor.Maria corou, irritada, e lhe deu um soco:- Você não percebe a gravid
Maria levou um susto com o grito inesperado e deixou cair a fruta que segurava. Ela se virou, confusa, e viu Eduardo caminhando em sua direção. Não sabia se ele estava sonolento ou sem energia devido à fome, mas seu andar estava cambaleante.Eduardo chegou até ela em poucos passos, segurando seus ombros ansiosamente e perguntou: - Você comeu? Comeu essa fruta? - Maria balançou a cabeça, atordoada. - Não, o que... O que aconteceu?Eduardo fechou os olhos por um instante, claramente aliviado. Maria, ao ver sua expressão ansiosa, se sentiu nervosa: - Eduardo, o que aconteceu? Essa fruta é venenosa ou algo assim?Eduardo não respondeu, apenas baixou a cabeça, parecendo muito desconfortável. Maria rapidamente o ajudou a se sentar. - Eduardo, não me assuste, você não está realmente envenenado, está?Ele afastou um pouco o cabelo da testa e sorriu: - Como poderia? Estou bem, só estou muito faminto, sem forças.Maria não estava completamente convencida. - Então por que você disse que
Maria, surpresa, respondeu de maneira um tanto desconfortável:- Por que estás a falar disso agora? Se quer parar, pare Não é da minha conta e não quero me envolver.Eduardo se calou imediatamente, fumando em silêncio.A fumaça se enroscava ao redor, conferindo ao seu perfil um ar de melancolia.Maria brincava com os dedos, murmurando:- De fato, fumar excessivamente não é bom, nem para você nem para quem está à sua volta. Se conseguir parar, seria ótimo. Seria melhor para você.Eduardo esboçou um sorriso fraco, se mantendo em silêncio.Maria fechou a boca e não disse mais nada, se sentando em silêncio ao seu lado.Sob a atmosfera tranquila, o tempo parecia se estender enquanto ele fumava.Maria sentiu que ele fumou por bastante tempo, até que finalmente o cigarro chegou ao fim.Com um leve toque dos dedos, Eduardo atirou a ponta do cigarro na fogueira.Ele se apoiava nos joelhos, perdido em pensamentos, sem saber no que pensar.Maria percebeu que seu humor não estava bom e, obedientem
Eduardo não pôde conter um sorriso:- Como eu subiria? Pisando nos seus ombros?Maria ficou sem palavras por um momento.- Com esse seu corpinho, se eu pisar em você, não acabarei quebrando seus ombros? Além disso, se eu pisar nos seus ombros, você acha que conseguirá ficar de pé? - As palavras do homem deixaram Maria sem resposta.Era verdade, seus ombros frágeis definitivamente não suportariam o peso do homem à sua frente.Mas as palavras dele realmente a deixaram ansiosa, e mesmo que conseguisse subir, ela não estava segura de que poderia puxá-lo para cima.Não importavam as desavenças passadas, ela definitivamente não poderia deixá-lo sozinho naquela caverna.- Eduardo, há outra maneira de subirmos? De preferência, uma forma que nos permita subir juntos?- Não, essa é a única maneira. - Eduardo olhou para ela seriamente. Vendo seu rosto cheio de preocupação e hesitação, não pôde deixar de rir. - O quê? Você está tão apegada a mim que tem medo de que eu não consiga subir depois?Mar
Talvez por estar pisando nos ombros humanos e se sentir relutante, ela sentiu seus pés instáveis, como se pudesse cair a qualquer momento. Eduardo segurava seus tornozelos, dizendo:- Não tente se levantar agora. Espere até que eu me levante; depois, você se levanta devagar, assim é menos provável que caia.Maria, por instinto, assentiu com a cabeça, se lembrando de que ele não podia vê-la, e rapidamente respondeu verbalmente. Só então Eduardo começou a se levantar lentamente. Ele segurava firmemente seus tornozelos, se levantando de maneira lenta e constante. Maria, olhando para o cabelo espesso dele, sentiu seus olhos marejarem e uma sensação azeda no nariz. Ela respirou fundo e disse:- Eduardo, você não pode me enganar. Você também consegue subir, certo?- Sim, desde que você suba, eu tenho esperança de subir.- Realmente tem cipós por aqui?- Sim...- Você realmente viu?- Sim...- Você está me enganando?- Não.Maria apertou os lábios, decidindo acreditar nele por enquanto.
- Porque não há cipós por aqui, eu te enganei.“Eu te enganei.”Estas palavras fizeram Maria congelar no lugar.Ela balançou a cabeça mecanicamente, com um sorriso bobo:- Não brinque assim, você acabou de dizer que não me enganou.- Mas eu te enganei. - Eduardo, parado sobre a pedra, olhou para ela, com um rosto completamente sério, sem parecer estar brincando.O coração de Maria se desesperou, e ela balançou a cabeça freneticamente:- O que você quer dizer? Você disse que subiria, disse que havia cipós por aqui, disse que não me enganaria. Eduardo, por que você é sempre assim? Suas palavras nunca têm valor, eu realmente te odeio, odeio muito!Os olhos de Maria estavam vermelhos, e sua voz chorosa estava cheia de tristeza e ressentimento.Eduardo observou calmamente sua expressão angustiada e de repente sorriu.- Se eu não te enganasse, como você subiria obedientemente? Você não tinha medo de que eu morresse aqui e não pudesse te tirar? Agora que você subiu, é só seguir o caminho por