Maria, surpresa, respondeu de maneira um tanto desconfortável:- Por que estás a falar disso agora? Se quer parar, pare Não é da minha conta e não quero me envolver.Eduardo se calou imediatamente, fumando em silêncio.A fumaça se enroscava ao redor, conferindo ao seu perfil um ar de melancolia.Maria brincava com os dedos, murmurando:- De fato, fumar excessivamente não é bom, nem para você nem para quem está à sua volta. Se conseguir parar, seria ótimo. Seria melhor para você.Eduardo esboçou um sorriso fraco, se mantendo em silêncio.Maria fechou a boca e não disse mais nada, se sentando em silêncio ao seu lado.Sob a atmosfera tranquila, o tempo parecia se estender enquanto ele fumava.Maria sentiu que ele fumou por bastante tempo, até que finalmente o cigarro chegou ao fim.Com um leve toque dos dedos, Eduardo atirou a ponta do cigarro na fogueira.Ele se apoiava nos joelhos, perdido em pensamentos, sem saber no que pensar.Maria percebeu que seu humor não estava bom e, obedientem
Eduardo não pôde conter um sorriso:- Como eu subiria? Pisando nos seus ombros?Maria ficou sem palavras por um momento.- Com esse seu corpinho, se eu pisar em você, não acabarei quebrando seus ombros? Além disso, se eu pisar nos seus ombros, você acha que conseguirá ficar de pé? - As palavras do homem deixaram Maria sem resposta.Era verdade, seus ombros frágeis definitivamente não suportariam o peso do homem à sua frente.Mas as palavras dele realmente a deixaram ansiosa, e mesmo que conseguisse subir, ela não estava segura de que poderia puxá-lo para cima.Não importavam as desavenças passadas, ela definitivamente não poderia deixá-lo sozinho naquela caverna.- Eduardo, há outra maneira de subirmos? De preferência, uma forma que nos permita subir juntos?- Não, essa é a única maneira. - Eduardo olhou para ela seriamente. Vendo seu rosto cheio de preocupação e hesitação, não pôde deixar de rir. - O quê? Você está tão apegada a mim que tem medo de que eu não consiga subir depois?Mar
Talvez por estar pisando nos ombros humanos e se sentir relutante, ela sentiu seus pés instáveis, como se pudesse cair a qualquer momento. Eduardo segurava seus tornozelos, dizendo:- Não tente se levantar agora. Espere até que eu me levante; depois, você se levanta devagar, assim é menos provável que caia.Maria, por instinto, assentiu com a cabeça, se lembrando de que ele não podia vê-la, e rapidamente respondeu verbalmente. Só então Eduardo começou a se levantar lentamente. Ele segurava firmemente seus tornozelos, se levantando de maneira lenta e constante. Maria, olhando para o cabelo espesso dele, sentiu seus olhos marejarem e uma sensação azeda no nariz. Ela respirou fundo e disse:- Eduardo, você não pode me enganar. Você também consegue subir, certo?- Sim, desde que você suba, eu tenho esperança de subir.- Realmente tem cipós por aqui?- Sim...- Você realmente viu?- Sim...- Você está me enganando?- Não.Maria apertou os lábios, decidindo acreditar nele por enquanto.
- Porque não há cipós por aqui, eu te enganei.“Eu te enganei.”Estas palavras fizeram Maria congelar no lugar.Ela balançou a cabeça mecanicamente, com um sorriso bobo:- Não brinque assim, você acabou de dizer que não me enganou.- Mas eu te enganei. - Eduardo, parado sobre a pedra, olhou para ela, com um rosto completamente sério, sem parecer estar brincando.O coração de Maria se desesperou, e ela balançou a cabeça freneticamente:- O que você quer dizer? Você disse que subiria, disse que havia cipós por aqui, disse que não me enganaria. Eduardo, por que você é sempre assim? Suas palavras nunca têm valor, eu realmente te odeio, odeio muito!Os olhos de Maria estavam vermelhos, e sua voz chorosa estava cheia de tristeza e ressentimento.Eduardo observou calmamente sua expressão angustiada e de repente sorriu.- Se eu não te enganasse, como você subiria obedientemente? Você não tinha medo de que eu morresse aqui e não pudesse te tirar? Agora que você subiu, é só seguir o caminho por
- O verdadeiro culpado por trás daquele grande incêndio, vamos investigá-lo juntos quando voltarmos. Agora, o mais importante é te tirar daqui primeiro - Disse Maria, se levantando. - Voltarei pelo caminho por onde deslizei. Se encontrar alguma videira, usarei para te salvar. Caso contrário, apressarei o passo para buscar ajuda.- Você deve ir, obedeça e não procure nenhuma videira - Disse o homem em voz baixa, soando triste e fraco, como se tivesse perdido toda a esperança de repente.Maria franziu a testa, o encarando:- Por que? Eduardo, você não quer sair daqui?- Claro que quero, mas... Mesmo que eu saia, não sobreviverei. Então, não adianta gastar energia, você... Melhor você voltar sozinha.A dor de cabeça se intensificava, e o corpo inteiro estava fraco e sem força, até falar se tornava difícil.Levantá-la até ali quase esgotou todas as suas forças.Ele se esforçava para manter seu corpo dolorido ereto, olhando para ela, apenas querendo vê-la mais um pouco.Ele viu os olhos del
Ela chegou sob a grande árvore, puxando vigorosamente as videiras. A árvore era tão grossa que nem mesmo um adulto poderia abraçá-la completamente. As videiras se entrelaçavam pelos galhos, se estendendo até o topo. Numerosas e entrecruzadas, eram fortes e firmes. Maria puxou-as por um longo tempo, com as mãos sangrando, mas não conseguiu arrancar sequer uma única videira. No entanto, quanto mais resistente a videira, mais animada ela se sentia. Isso indicava que a videira suportaria um peso considerável. Redobrando seus esforços, ela escalou a árvore, se agarrando às videiras. As videiras no alto eram um pouco mais finas. Depois de escalar, segurou as videiras com uma mão, apoiou os pés nelas para estabilizar seu corpo e, com a outra mão, arrancou dez videiras, mordendo-as firmemente. Mordeu por um bom tempo até conseguir cortar todas as dez. Em seguida, enrolou as dez videiras ao redor do tronco da árvore.Ao final, exausta, caiu de costas do tronco. A neve abaixo era espe
Eduardo estava gelado, e aquela temperatura a aterrorizava profundamente. Ela segurava a mão de Eduardo, chamando com a voz trêmula: - Eduardo, acorde, encontrei as videiras, vou te salvar agora, você vai ficar bem. Por favor, abra os olhos e olhe para mim, Eduardo, eu te imploro, olhe para mim.Maria chamou várias vezes, mas Eduardo não acordou. Ela enxugava as lágrimas em pânico, sua voz engasgada cheia de determinação: - Você não vai morrer, depois de tudo que você fez comigo, ainda não me vinguei de você. Morrer agora seria muito fácil para você. Eduardo, não vou deixar você morrer, de qualquer maneira, eu vou te salvar.Enquanto falava, ela pegava apressadamente a videira caída no chão e amarrou ela em torno dele, dando três voltas completas. Após amarrá-lo, começou a escalar, segurando a corda. Descer tinha sido mais fácil, subir exigia muito mais esforço. Maria sentia seus braços incharem e ficarem dormentes, as palmas das mãos queimavam com uma dor intensa. Ela escalava
Ela temia que fosse uma ilusão e, por isso, não ousava piscar os olhos.- Eduardo...Chamou-o ela com uma voz trêmula, fraca e sem forças, como se a qualquer momento pudesse desmaiar.Finalmente, Eduardo abriu lentamente os olhos.Maria ficou tão emocionada que por pouco não parou de respirar.- Você... Acordou?Ela chorou e sorriu ao mesmo tempo, parecendo um tanto cômica com o rosto desarrumado.Porém, para Eduardo, ela parecia linda.Com esforço, ele levantou a mão, acariciando os cabelos molhados de neve na testa dela, e murmurou:- Você realmente me trouxe para cá.Maria assentiu fortemente:- Eu sou incrível, não sou?Seus lábios, tão secos que estavam rachados e sem cor, ao sorrir, revelavam as rachaduras, fazendo ela parecer extremamente abatida.Eduardo, com dor no coração, tocou seus lábios secos, murmurando:- Incrível, você é a mais incrível.Maria sorriu, feliz, mas fraca demais para se mover, apenas se aconchegando em seus braços.Eduardo a abraçou, sentindo a umidade peg