Ela estava com os olhos vermelhos e o rosto cheio de ressentimento:- É tudo culpa sua, se não fosse por você forçando o Cláudio a sair para procurar, ele não teria desaparecido. E se o Eduardo voltar e o Cláudio não, quero ver como você vai conseguir viver em paz pelo resto da vida!Vovó Diana cobriu o rosto com as mãos, chorando inconsolavelmente. Sua expressão era ao mesmo tempo de dar pena e de irritar.Jacarias lançou um olhar sombrio para vovó Diana, com um sorriso carregado de sarcasmo nos lábios.Durval de repente puxou Isabela para mais perto:- Chega, a senhora já está sofrendo o suficiente. Você não pode falar menos? Além disso, se o Eduardo pode voltar, por que o Cláudio não teria essa capacidade? O que você acha, que o Cláudio é inferior ao Eduardo?- Cláudio, é claro, não é inferior ao Eduardo. Eu só estou irritada.- Tudo bem, você pode estar irritada, mas não precisa dizer coisas ruins para a velha senhora, certo?- Exatamente. - Fernando entrou na conversa, se dirigin
- Fique tranquilo, se eu realmente adoecer, eu cuidarei de mim mesma sem te causar nenhum incômodo! - Maria rapidamente retirou sua mão, o encarando com os olhos vermelhos e um rosto cheio de ressentimento e mágoa. - Além disso, se meu pé não melhorar, e você encontrar um jeito de sair daqui, vá sozinho. Eu definitivamente não vou te atrasar.Ela falava com firmeza e determinação, seus olhos ainda vermelhos.Eduardo sentiu uma angústia no coração ao ouvir suas palavras.Ele raramente era paciente, mas dessa vez falou com um tom mais suave:- Não era essa a minha intenção. Eu só quero que você fique bem. Juntos, teremos mais chances de sermos resgatados. Se você ficar doente ou o seu pé piorar, o que eu farei?- O que você vai fazer? É só ir embora.- E então teria sido em vão eu ter pulado aqui com você?Maria o encarou, sem dizer nada, questionando internamente o motivo dele ter pulado com ela.Eduardo segurou sua mão novamente, falando com seriedade:- Você sabe, eu nunca te abandona
- Venha aqui rápido!- Fale direto!- Eu falo quando você vier.- Então é melhor você não falar. - Eduardo resmungou, sem muita emoção, e continuou a se inclinar para pegar lenha.Maria olhou para ele, frustrada, e, segurando o pé machucado, tentou se levantar com dificuldade.Eduardo, de relance, viu e sua expressão escureceu instantaneamente:- Não te pedi para ficar quieta? Você mexeu de novo!Enquanto falava, o homem já estava caminhando em sua direção.Maria fez beicinho:- Eu te chamei várias vezes, você não veio, então tive que ir até você.Eduardo a fez sentar:- O que você quer me dizer?- Não é nada, só queria que você comesse alguma coisa.Maria disse, tirando o último pão do bolso.Eduardo, franzindo a testa:- Essas coisas eu...- Chega, para de ser exigente. Sua boca pode ser forte, mas seu estômago é honesto. Coma um pouco, para não desmaiar por falta de energia. - Maria falou.- Que ridículo, eu sou tão fraco assim?- Você parece tão fraco agora.O homem à sua frente ti
Ela percebeu que a abertura no teto estava radiante, livre da neve e do vento que antes invadiam.Se apresou em direção a Eduardo, tão ansiosa e alegre que quase tropeçou.- Eduardo, acorde! A tempestade de neve acabou, venha ver!Contudo, mesmo chamando-o assim, o homem estirado no chão não demonstrava sinais de despertar.Eduardo sempre foi astuto e vigilante; não poderia estar dormindo tão profundamente.Com um mau pressentimento, ela estendeu a mão rapidamente para sacudir seu ombro: - Eduardo, acorde! Eduardo!Mas ele ainda não reagia.Maria se tornou cada vez mais desesperada, sua voz embargada pelo choro.- Eduardo, o que aconteceu? Não me assuste assim, por favor acorde, acorde logo...Não importava quanto ela o chamasse, Eduardo não respondia.Maria começou a chorar incontrolavelmente.- Você prometeu que não ficaria doente, que não me abandonaria, que me tiraria daqui... Eduardo, por favor, acorde!Ela caiu exausta no chão, tomada por uma onda avassaladora de desespero e med
Quando seus lábios se tocaram, Eduardo fechou os olhos, se entregando a um beijo apaixonado. Contudo, entre suas sobrancelhas, se formou uma sombra inexplicável de tristeza e angústia.Maria, irritada, se debatia e batia nele.Não importava o quanto ela resistisse, Eduardo não a soltava.Ele a beijou intensamente, até que Maria quase perdeu o fôlego, e só então ele a libertou.Ambos pareciam exaustos.Um estava caído no chão com um leve sorriso, enquanto o outro estava deitado sobre ele, respirando suavemente.O rosto dela estava pressionado contra seu peito, e ela ouvia claramente o bater do coração dele.Esses batimentos fortes e constantes finalmente dissiparam o medo em seu coração.Ela murmurou:- Você realmente me assustou agora há pouco.- Você não me odeia? Se eu tivesse morrido, você deveria estar feliz.- Se você morresse, quem me tiraria daqui? Se morresse, eu ficaria presa nesta caverna vazia e morreria junto com você.Maria falou de forma abafada, sua voz fraca ainda carr
- Nós rolamos pela encosta nevada, e a entrada desta caverna é tridimensional. O lado mais baixo está voltado para a direção de onde viemos. Quando sair, siga essa direção e não errará. - Disse Eduardo, sério. - Após andar um pouco, ligue seu celular e veja se há sinal. Se houver, entre em contato com Cláudio para que ele venha te resgatar. Se ainda não houver sinal... Bem, continue com o celular desligado e se lembre de que, até ser resgatada, é crucial manter a bateria.Ouvindo suas palavras, Maria franziu a testa inconscientemente.Havia algo estranho no que ele dizia.Ela levantou a cabeça levemente:- Não íamos sair juntos?Eduardo sorriu:- Sim, vamos sair juntos.Maria observou, confusa, o sorriso pálido no rosto dele, sentindo um medo inexplicável no coração.- Eduardo, você está se sentindo mal?O homem balançou a cabeça:- Não, só preciso de um abraço seu. Se... Se pudéssemos fazer amor, seria ainda melhor.Maria corou, irritada, e lhe deu um soco:- Você não percebe a gravid
Maria levou um susto com o grito inesperado e deixou cair a fruta que segurava. Ela se virou, confusa, e viu Eduardo caminhando em sua direção. Não sabia se ele estava sonolento ou sem energia devido à fome, mas seu andar estava cambaleante.Eduardo chegou até ela em poucos passos, segurando seus ombros ansiosamente e perguntou: - Você comeu? Comeu essa fruta? - Maria balançou a cabeça, atordoada. - Não, o que... O que aconteceu?Eduardo fechou os olhos por um instante, claramente aliviado. Maria, ao ver sua expressão ansiosa, se sentiu nervosa: - Eduardo, o que aconteceu? Essa fruta é venenosa ou algo assim?Eduardo não respondeu, apenas baixou a cabeça, parecendo muito desconfortável. Maria rapidamente o ajudou a se sentar. - Eduardo, não me assuste, você não está realmente envenenado, está?Ele afastou um pouco o cabelo da testa e sorriu: - Como poderia? Estou bem, só estou muito faminto, sem forças.Maria não estava completamente convencida. - Então por que você disse que
Maria, surpresa, respondeu de maneira um tanto desconfortável:- Por que estás a falar disso agora? Se quer parar, pare Não é da minha conta e não quero me envolver.Eduardo se calou imediatamente, fumando em silêncio.A fumaça se enroscava ao redor, conferindo ao seu perfil um ar de melancolia.Maria brincava com os dedos, murmurando:- De fato, fumar excessivamente não é bom, nem para você nem para quem está à sua volta. Se conseguir parar, seria ótimo. Seria melhor para você.Eduardo esboçou um sorriso fraco, se mantendo em silêncio.Maria fechou a boca e não disse mais nada, se sentando em silêncio ao seu lado.Sob a atmosfera tranquila, o tempo parecia se estender enquanto ele fumava.Maria sentiu que ele fumou por bastante tempo, até que finalmente o cigarro chegou ao fim.Com um leve toque dos dedos, Eduardo atirou a ponta do cigarro na fogueira.Ele se apoiava nos joelhos, perdido em pensamentos, sem saber no que pensar.Maria percebeu que seu humor não estava bom e, obedientem