- Você acha isso possível? - O homem zombou friamente, exibindo um rosto cheio de desprezo.Maria bufou pelo nariz:- Como não seria possível? Vocês homens são sempre tão complicados.Eduardo riu novamente, com um ar ainda mais desdenhoso, fazendo com que Maria quisesse socá-lo.Ela o encarou com raiva, decidindo ignorá-lo.Ficar brava só iria gastar sua energia, e ela já estava com fome.O fogo foi crescendo, trazendo calor e iluminando toda a caverna.Eduardo desligou a lanterna do celular, verificando a bateria e notando que restavam apenas 20%.Ele olhou para a mulher à sua frente:- Quanta bateria tem no seu celular?Maria se surpreendeu e, em seguida, pegou seu celular para verificar.- Só tem 28%.- Desligue o celular. Quando a tempestade passar e se conseguirmos sair, poderemos ligar para o Fernando pedir ajuda.Maria concordou e obedientemente desligou o celular.Eduardo ficou um tempo se aquecendo no fogo e depois se levantou para buscar mais galhos secos.Maria o observou po
- Você deveria comer um pouco, mesmo que não seja gostoso, pelo menos vai te dar um pouco de energia. Não vá desmaiar de fome antes de conseguirmos sair daqui.Eduardo levantou os olhos para o meio pão bem embrulhado e disse com desdém: - Isso é comida para humanos?Maria respirou fundo, irritada, e guardou o pão de volta no bolso, murmurando: - Tudo bem, vamos ver quanto tempo você aguenta.O homem baixou a cabeça novamente, se concentrando na fogueira.Ele usava um suéter cinza claro, com o colarinho ligeiramente baixo, permitindo que ela visse o fim de seus cabelos limpos e a nuca.O vento frio uivava lá fora, mas o som dos galhos queimando trazia uma quietude especial para o interior da caverna.De repente, Eduardo disse para ela: - Se quiser dormir mais um pouco, durma. Quando amanhecer, pensaremos em como subir.Maria, abraçando as pernas e apoiando o queixo nos joelhos, não respondeu.Eduardo também não se importou com sua reação, se deitando ao lado da fogueira.Ele apoiou a
Ela estava com os olhos vermelhos e o rosto cheio de ressentimento:- É tudo culpa sua, se não fosse por você forçando o Cláudio a sair para procurar, ele não teria desaparecido. E se o Eduardo voltar e o Cláudio não, quero ver como você vai conseguir viver em paz pelo resto da vida!Vovó Diana cobriu o rosto com as mãos, chorando inconsolavelmente. Sua expressão era ao mesmo tempo de dar pena e de irritar.Jacarias lançou um olhar sombrio para vovó Diana, com um sorriso carregado de sarcasmo nos lábios.Durval de repente puxou Isabela para mais perto:- Chega, a senhora já está sofrendo o suficiente. Você não pode falar menos? Além disso, se o Eduardo pode voltar, por que o Cláudio não teria essa capacidade? O que você acha, que o Cláudio é inferior ao Eduardo?- Cláudio, é claro, não é inferior ao Eduardo. Eu só estou irritada.- Tudo bem, você pode estar irritada, mas não precisa dizer coisas ruins para a velha senhora, certo?- Exatamente. - Fernando entrou na conversa, se dirigin
- Fique tranquilo, se eu realmente adoecer, eu cuidarei de mim mesma sem te causar nenhum incômodo! - Maria rapidamente retirou sua mão, o encarando com os olhos vermelhos e um rosto cheio de ressentimento e mágoa. - Além disso, se meu pé não melhorar, e você encontrar um jeito de sair daqui, vá sozinho. Eu definitivamente não vou te atrasar.Ela falava com firmeza e determinação, seus olhos ainda vermelhos.Eduardo sentiu uma angústia no coração ao ouvir suas palavras.Ele raramente era paciente, mas dessa vez falou com um tom mais suave:- Não era essa a minha intenção. Eu só quero que você fique bem. Juntos, teremos mais chances de sermos resgatados. Se você ficar doente ou o seu pé piorar, o que eu farei?- O que você vai fazer? É só ir embora.- E então teria sido em vão eu ter pulado aqui com você?Maria o encarou, sem dizer nada, questionando internamente o motivo dele ter pulado com ela.Eduardo segurou sua mão novamente, falando com seriedade:- Você sabe, eu nunca te abandona
- Venha aqui rápido!- Fale direto!- Eu falo quando você vier.- Então é melhor você não falar. - Eduardo resmungou, sem muita emoção, e continuou a se inclinar para pegar lenha.Maria olhou para ele, frustrada, e, segurando o pé machucado, tentou se levantar com dificuldade.Eduardo, de relance, viu e sua expressão escureceu instantaneamente:- Não te pedi para ficar quieta? Você mexeu de novo!Enquanto falava, o homem já estava caminhando em sua direção.Maria fez beicinho:- Eu te chamei várias vezes, você não veio, então tive que ir até você.Eduardo a fez sentar:- O que você quer me dizer?- Não é nada, só queria que você comesse alguma coisa.Maria disse, tirando o último pão do bolso.Eduardo, franzindo a testa:- Essas coisas eu...- Chega, para de ser exigente. Sua boca pode ser forte, mas seu estômago é honesto. Coma um pouco, para não desmaiar por falta de energia. - Maria falou.- Que ridículo, eu sou tão fraco assim?- Você parece tão fraco agora.O homem à sua frente ti
Ela percebeu que a abertura no teto estava radiante, livre da neve e do vento que antes invadiam.Se apresou em direção a Eduardo, tão ansiosa e alegre que quase tropeçou.- Eduardo, acorde! A tempestade de neve acabou, venha ver!Contudo, mesmo chamando-o assim, o homem estirado no chão não demonstrava sinais de despertar.Eduardo sempre foi astuto e vigilante; não poderia estar dormindo tão profundamente.Com um mau pressentimento, ela estendeu a mão rapidamente para sacudir seu ombro: - Eduardo, acorde! Eduardo!Mas ele ainda não reagia.Maria se tornou cada vez mais desesperada, sua voz embargada pelo choro.- Eduardo, o que aconteceu? Não me assuste assim, por favor acorde, acorde logo...Não importava quanto ela o chamasse, Eduardo não respondia.Maria começou a chorar incontrolavelmente.- Você prometeu que não ficaria doente, que não me abandonaria, que me tiraria daqui... Eduardo, por favor, acorde!Ela caiu exausta no chão, tomada por uma onda avassaladora de desespero e med
Quando seus lábios se tocaram, Eduardo fechou os olhos, se entregando a um beijo apaixonado. Contudo, entre suas sobrancelhas, se formou uma sombra inexplicável de tristeza e angústia.Maria, irritada, se debatia e batia nele.Não importava o quanto ela resistisse, Eduardo não a soltava.Ele a beijou intensamente, até que Maria quase perdeu o fôlego, e só então ele a libertou.Ambos pareciam exaustos.Um estava caído no chão com um leve sorriso, enquanto o outro estava deitado sobre ele, respirando suavemente.O rosto dela estava pressionado contra seu peito, e ela ouvia claramente o bater do coração dele.Esses batimentos fortes e constantes finalmente dissiparam o medo em seu coração.Ela murmurou:- Você realmente me assustou agora há pouco.- Você não me odeia? Se eu tivesse morrido, você deveria estar feliz.- Se você morresse, quem me tiraria daqui? Se morresse, eu ficaria presa nesta caverna vazia e morreria junto com você.Maria falou de forma abafada, sua voz fraca ainda carr
- Nós rolamos pela encosta nevada, e a entrada desta caverna é tridimensional. O lado mais baixo está voltado para a direção de onde viemos. Quando sair, siga essa direção e não errará. - Disse Eduardo, sério. - Após andar um pouco, ligue seu celular e veja se há sinal. Se houver, entre em contato com Cláudio para que ele venha te resgatar. Se ainda não houver sinal... Bem, continue com o celular desligado e se lembre de que, até ser resgatada, é crucial manter a bateria.Ouvindo suas palavras, Maria franziu a testa inconscientemente.Havia algo estranho no que ele dizia.Ela levantou a cabeça levemente:- Não íamos sair juntos?Eduardo sorriu:- Sim, vamos sair juntos.Maria observou, confusa, o sorriso pálido no rosto dele, sentindo um medo inexplicável no coração.- Eduardo, você está se sentindo mal?O homem balançou a cabeça:- Não, só preciso de um abraço seu. Se... Se pudéssemos fazer amor, seria ainda melhor.Maria corou, irritada, e lhe deu um soco:- Você não percebe a gravid