- Você quer que eu saia agora para procurar? - Perguntou Cláudio.Vovó Diana de repente ficou em silêncio, apenas olhando para o homem à sua frente com lágrimas nos olhos.Cláudio sorriu novamente, um sorriso cada vez mais triste:- Você já pensou que, se eu for agora, há uma grande chance de eu não voltar?- Eu, eu... - Vovó Diana de repente cobriu o rosto com suas mãos envelhecidas, chorando de dor. - Eu também estou desesperada, Duba cresceu com tanta dificuldade, eu realmente tenho medo, medo de que algo ruim aconteça com ele.Isabela, sentada no sofá, de repente ficou inquieta.- Vovó Diana, está nevando lá fora, uma tempestade de neve! Você não sente isso aqui dentro, mas tente ir para além das fronteiras da floresta, acredita que em minutos você pode congelar até a morte? Além disso, é noite agora, está escuro lá fora, como você espera que o Cláudio saia para procurar? E a vida do Eduardo é mais valiosa do que a do Cláudio?- Não é isso que eu quis dizer. - Vovó Diana rapidament
Ela sentia os pelos do corpo arrepiados, tensa da cabeça aos pés, com medo de se mover.A escuridão à sua frente era quase total, apenas os flocos de neve caindo pela abertura acima eram visíveis.O ar estava gelado, mas metade do seu corpo estava pressionado contra algo ardente.Esse calor era tão intenso que só poderia ser sentido com a pele tocando outra pele.Pele com pele?De repente, ao pensar nisso, um calafrio percorreu sua cabeça e sua mente ficou em branco.Com as mãos trêmulas, ela se tocou.Incapaz de controlar o medo, ela gritou e tentou se levantar apressadamente, mas a dor em seu corpo a fez respirar fundo o ar frio.- Se não quiser congelar, fique deitada quietinha. - Disse uma voz familiar ao seu lado.Então, ela foi puxada de volta para aquele abraço ardente.O contraste entre o frio e o calor a fez tremer incontrolavelmente.Mas ao ouvir aquela voz familiar, o medo em seu coração se dissipou um pouco.Ela abraçou seu peito, tremendo, e perguntou: - Eduardo?- Silênc
- O que foi? - Maria perguntou. - O homem demorou um pouco para responder de forma preguiçosa, e Maria chegou a pensar que ele tinha adormecido.- Onde estamos? Por que você também está aqui? - Ela questionou.- Estamos numa caverna, e eu estou aqui para te salvar, - O homem respondeu sem hesitar.Maria ainda estava confusa:- Eu... Não fui forçada pela Bruna a rolar encosta abaixo na neve? E você...?- Eu vi tudo, mas já era tarde demais para te salvar, então decidi pular no mesmo lugar por onde você rolou. Felizmente, caímos no mesmo local, porque, com esta vasta floresta e a tempestade de neve, seria difícil te encontrar.O homem falou de maneira calma, mas Maria ficou chocada e sem palavras. Seu coração, antes tranquilo, agora estava agitado pelas palavras dele.Ele disse que pulou encosta abaixo para salvá-la.Será que ele havia pensado naquele momento que o salto poderia ser fatal?Por que a ideia dele salvá-la parecia tão absurda, mas, naquela situação, ela não podia deixar de
- Você não é a assassina da minha avó. - Ele repetiu, com uma mistura de determinação e remorso.Maria sorriu de forma confusa :- Como assim eu não sou? Não foi você quem me acusou desse crime? Não foi você quem segurou minha mão e me forçou a assinar aquela confissão? Você esqueceu? Eduardo, você não estaria tentando enganar meus sentimentos novamente, dizendo essas coisas de propósito, estaria?- Não. - Eduardo murmurou baixinho. - Eu ouvi a conversa entre a vovó e a Viviane. A verdadeira criminosa que feriu a vovó é a Viviane.Ao ouvir isso, Maria sentiu um choque, mas o que prevaleceu foi o autodesprezo e a tristeza, sem nenhum sinal de felicidade.- Eduardo, eu gritei até perder a voz dizendo que não tinha ferido a vovó. Eu até me ajoelhei diante de você pedindo que acreditasse em mim, mas você não acreditou. Você sempre me viu como uma mulher extremamente malvada. Naquela época, se você tivesse acreditado em mim, talvez não me tivesse mandado para a prisão, e nosso filho não ter
- Você!Maria, com o coração cheio de tristeza e frustração, perdeu a paciência ao ouvir suas palavras. Realmente, realmente não se pode falar de sentimentos com este homem, senão com certeza será irritante até a morte. Ele é esperto nos negócios, mas sua inteligência emocional é realmente baixa. Maria ficou tão irritada que se calou.Eduardo também não disse mais nada, e a atmosfera já fria se tornou ainda mais gélida e rígida. Inquieta, Maria discretamente se afastou um pouco dele, aumentando a distância entre eles. Desta vez, o homem não tentou trazê-la de volta.- Quer dormir? - De repente, a voz do homem soou acima de sua cabeça.Maria respondeu instintivamente: - Como assim?- Se não quer dormir, podemos fazer outra coisa. - O homem falou calmamente, sua voz tranquila sem muita variação. Mas Maria se tensionou involuntariamente: - Você... O que você está pensando em fazer?Ao ouvir o tom de voz tenso e defensivo dela, Eduardo soube que ela havia entendido mal. O canto dos
- Para você.Ela estendeu um dos pães, ligeiramente maior, na direção dele.Eduardo baixou os olhos para o pão, olhou para o menor na outra mão dela, e de repente zombou com desdém:- Esse tipo de doce, você acha que eu comeria?- Você! - Maria realmente se sentiu irritada. Ela recolheu o pão, resmungando. - Não quer comer, tudo bem. Nesta situação, já é bom ter algo para comer, e você ainda quer escolher?Dito isso, ela se sentou no lugar onde estava dormindo.Vendo que o casaco dele ainda estava no chão, ela o pegou e jogou em sua direção:- Sua roupa, a vista. Se não, você pode ficar doente e me dar trabalho.- Vista você, você é mais frágil e mais propensa a adoecer. - O homem jogou o casaco de volta, caindo em cima dela.O casaco ainda estava quente do calor do corpo deles enquanto dormiam.Ela olhou novamente para o suéter fino que ele usava e não pôde deixar de dizer:- Eu não estou com tanto frio, não vou adoecer, melhor você vestir.Maria estava prestes a jogar o casaco de vol
- Você acha isso possível? - O homem zombou friamente, exibindo um rosto cheio de desprezo.Maria bufou pelo nariz:- Como não seria possível? Vocês homens são sempre tão complicados.Eduardo riu novamente, com um ar ainda mais desdenhoso, fazendo com que Maria quisesse socá-lo.Ela o encarou com raiva, decidindo ignorá-lo.Ficar brava só iria gastar sua energia, e ela já estava com fome.O fogo foi crescendo, trazendo calor e iluminando toda a caverna.Eduardo desligou a lanterna do celular, verificando a bateria e notando que restavam apenas 20%.Ele olhou para a mulher à sua frente:- Quanta bateria tem no seu celular?Maria se surpreendeu e, em seguida, pegou seu celular para verificar.- Só tem 28%.- Desligue o celular. Quando a tempestade passar e se conseguirmos sair, poderemos ligar para o Fernando pedir ajuda.Maria concordou e obedientemente desligou o celular.Eduardo ficou um tempo se aquecendo no fogo e depois se levantou para buscar mais galhos secos.Maria o observou po
- Você deveria comer um pouco, mesmo que não seja gostoso, pelo menos vai te dar um pouco de energia. Não vá desmaiar de fome antes de conseguirmos sair daqui.Eduardo levantou os olhos para o meio pão bem embrulhado e disse com desdém: - Isso é comida para humanos?Maria respirou fundo, irritada, e guardou o pão de volta no bolso, murmurando: - Tudo bem, vamos ver quanto tempo você aguenta.O homem baixou a cabeça novamente, se concentrando na fogueira.Ele usava um suéter cinza claro, com o colarinho ligeiramente baixo, permitindo que ela visse o fim de seus cabelos limpos e a nuca.O vento frio uivava lá fora, mas o som dos galhos queimando trazia uma quietude especial para o interior da caverna.De repente, Eduardo disse para ela: - Se quiser dormir mais um pouco, durma. Quando amanhecer, pensaremos em como subir.Maria, abraçando as pernas e apoiando o queixo nos joelhos, não respondeu.Eduardo também não se importou com sua reação, se deitando ao lado da fogueira.Ele apoiou a