- Você acredita que alguém trataria um filho adotivo como se fosse seu próprio filho? Mesmo tendo um filho biológico?Cláudio permaneceu em silêncio.Jacarias sorriu novamente, com uma casualidade:- De qualquer maneira, eu não acredito nisso.Cláudio olhou duas vezes para vovó Diana, falando com calma:- Ela já está em idade avançada.- A idade avançada a absolve da culpa? - Jacarias se levantou subitamente, se aproximando dele, fixando o olhar em seu rosto levemente familiar, e zombou friamente. - Você é muito generoso.Cláudio baixou os olhos e sorriu:- Poucos têm a capacidade de endurecer o coração como você.A ironia era evidente em seu tom.Jacarias se afastou, ainda sorrindo:- Você definitivamente não se parece comigo.- Não me parecer com você é um alívio.Jacarias puxou o lábio, erguendo ligeiramente o olhar, e então viu uma mulher saindo da casa. Ele bateu no ombro de Cláudio, rindo baixo:- Se quer realmente conquistar a mulher que ama, precisa ser mais firme.Dito isso,
- Sempre achei curioso. O jogo estava indo bem, mas por que vocês dois saíram um depois do outro? Queriam um encontro a sós? - Falava Eduardo, se aproximando.Ele se sentou despreocupadamente em frente a Maria, com um olhar frio e um sorriso nos lábios.Maria franziu a testa, recolhendo instintivamente os pés.Eduardo olhou para eles e zombou ainda mais:- O que é isso? Ficam constrangidos na presença de outros? - O tom do homem era desconfortável de ouvir, até um pouco descarado.O rosto de Maria escureceu imediatamente. Ela baixou a cabeça para beber café, tentando ignorar esse homem.Cláudio olhou para ela e sorriu para Eduardo:- Você está enganado, eu só queria ver como estava o ferimento no pé dela.Eduardo, ouvindo isso, olhou significativamente para o pé de Maria.- Esse ferimento no pé parece sério, já faz mais de dez dias e ainda não melhorou?A zombaria e o sarcasmo na voz do homem eram evidentes.Ele acendeu um cigarro, sorrindo para Cláudio:- Essa mulher é bem calculista
- Olha isso, é muito engraçado. - Disse ela, cobrindo a boca com a mão e rindo sem parar, sem saber exatamente o que tinha visto de tão interessante.Cláudio baixou o olhar por um momento, e um sorriso surgiu em seu rosto sempre inexpressivo:- É realmente divertido. Assistir a mais vídeos assim é bom, ajuda a aliviar o estresse.Eduardo olhava friamente para eles, seu olhar gelado percorrendo da mão dela sobre seu braço até o celular sobre a mesa. O celular exibia um pequeno vídeo repetidamente.No vídeo, vários cachorros faziam coisas engraçadas. Por exemplo, um rolava na neve. Outro, de pernas curtas, tinha dificuldade para descer escadas, suas patas falhando repentinamente,o transformando numa bola de pelo rolando. Havia também dois cachorros brigando, seus movimentos lembrando as palavras ágeis e saltitantes.Ele assistia ao vídeo sem expressão, não achando graça alguma.Mas a mulher do outro lado parecia viciada, assistindo ao vídeo repetidas vezes, com um sorriso bobo no ros
Gisele comentou:- Ele é grande demais, não consigo arrastá-lo. Vou voltar para o meu quarto dormir.A expressão da mulher era indiferente, porém seu tom mantinha a gentileza.Maria não tinha muito o que dizer, se limitando a sorrir.Quando Gisele se levantou, Inês também se levantou.Inês, sem dizer nada, se dirigiu diretamente para a escada.Maria olhou para Daniel e Durval, refletindo sobre como eles reagiriam ao saber da indiferença de suas companheiras.De repente, ela notou a ausência de Helena.Será que Helena já tinha ido dormir?Parecia improvável, pois Helena teria avisado antes de se recolher.Ela não teria exagerado na bebida e desmaiado em algum lugar?Com esse pensamento, Maria começou a procurar apressadamente pela casa.Gisele, percebendo a busca de Maria, indagou:- Você está procurando sua amiga?Maria confirmou com um aceno rápido.Gisele apontou para um canto escondido no quintal:- Vi ela indo para lá.- Obrigada. - Respondeu Maria.- De nada. - Gisele subiu as esc
Maria, surpresa, se virou para olhar Helena:- O que aconteceu?- Que tal irmos até a fronteira da área do resort amanhã? Vi na previsão do tempo que vai ter uma tempestade de neve esta noite, mas ela deve parar amanhã de manhã. As montanhas fora da fronteira do resort devem estar lindas cobertas de neve, uma paisagem natural incrível. Podemos ficar dentro da fronteira observando a neve. Acho que não será muito frio.Maria sorriu e perguntou:- Por que você quer ver a neve de repente?- Porque a paisagem de neve nas florestas é linda. Raramente viemos aqui, então vamos aproveitar para ver. O mais importante é que, estando dentro do alcance da fonte termal, podemos apreciar a verdadeira paisagem de neve sem sentir muito frio. Que tal?Maria olhou para ela por um momento e sorriu, concordando:- Tudo bem, a que horas vamos sair amanhã? Me avise.Helena assentiu rapidamente.Maria pensou por um momento e perguntou:- Vamos chamar mais alguém?- Melhor não, se chamarmos outras pessoas, Viv
Eduardo, de repente, tocou no assunto, e Maria quase não conseguiu reagir a tempo. Ela hesitou por dois segundos antes de assentir:- Há algum problema?Com um olhar lateral e um sorriso cheio de significado, Eduardo respondeu:- Entendi.Esse sorriso tornou Maria ainda mais confusa:- Por que você está rindo?- Não é nada. - Eduardo se levantou e entrou na casa.Maria, apressada, o seguiu e segurou seu braço:- Você precisa me explicar direito. O que quer dizer com tudo isso? Qual a relação do teste de paternidade com a Helena? É uma vergonha falar tão vagamente!Eduardo olhou para a mão dela em seu braço. Depois de um momento, ele a afastou e riu baixo:- Você é ingênua, não entende o significado das minhas palavras e ainda me acusa de ser vago?Maria foi empurrada para trás, se apoiando na moldura da porta para se equilibrar. Ela olhou friamente para o homem à frente, irritada com sua provocação:- Você precisa me explicar isso hoje.Eduardo apagou o cigarro e, com um gesto, jogou
“Eram apenas cinco da manhã. Quem se levantaria tão cedo em pleno inverno?”Maria esfregou os olhos e viu que era Helena ligando. Surpresa, demorou alguns segundos para lembrar que Helena a havia convidado para ver a paisagem de neve. Animada, ela se levantou e abriu a porta, encontrando Helena ali com um sorriso surpreso.- Mariinha, te acordei? - Perguntou Helena.- O que você acha? - Maria bocejou. a convidando a entrar. - Só vamos ver a paisagem de neve. Precisava acordar tão cedo?Elas realmente tinham combinado de ver a paisagem de neve pela manhã, mas parecia cedo demais para Maria, que sentia como se tivesse dormido apenas algumas horas.Helena sorriu sem jeito:- Estava preocupada que a neve derretesse, e leva um tempo até chegarmos lá. Além disso, apesar de ser apenas cinco da manhã, você ainda precisa se vestir e se arrumar... Quando sairmos, já deve ser quase seis horas.Maria revirou os olhos:- Eu sou alguém que demora tanto assim?Enquanto falava, ela já estava escolhe
- Comida. - Helena falou, abrindo a bolsa para mostrar seu conteúdo.Dentro havia pão, leite e alguns petiscos.Maria riu:- Parece que estamos nos preparando para um piquenique.- Como saímos cedo, certamente ficaremos com fome, então levar algo para comer é sempre uma boa ideia. - Helena comentou de forma descompromissada, sem mostrar nenhuma expressão fora do comum.Ao descerem, dos bêbados da noite anterior, apenas Fernando continuava dormindo profundamente na cadeira, enquanto os outros já haviam desaparecido, provavelmente acordaram no meio da noite e voltaram para os seus quartos.Maria, se apoiando em sua bengala, caminhou em direção à porta com Helena.O piso era de azulejos e a bengala ecoava com um som particularmente alto, mas Fernando não mostrou nenhuma reação.Ao sair, Maria pediu a Helena que fechasse a porta para evitar a entrada do ar frio.A alvorada já se anunciava, tornando visíveis os objetos ao redor.Helena se dirigiu rapidamente à entrada do pátio e observou a