- Há várias piscinas termais na montanha, e o vapor quente que exalavam aquecia o ambiente. Helena, meio entendendo, meio não, respondeu, sem conseguir imaginar a cena. No teleférico, havia duas fileiras de assentos, uma de frente para a outra. Maria e Helena se sentaram numa fileira, com Pedro no meio. Cláudio e Isabela ocuparam a outra. Os quatro, sentados frente a frente, mas sem muita conversa. Foi o motorista quem continuou falando: - Nossa montanha é muito divertida, vocês verão quando chegarem lá em cima. Perto das piscinas termais, basta se sentarem no chão para sentirem que a terra é quente.- Isso parece mágico - Disse Helena, um pouco animada.Maria sorriu e deu um tapinha no ombro dela: - Daqui a pouco, nós vamos ver com nossos próprios olhos.Helena concordou vigorosamente, voltando o olhar para a paisagem noturna lá fora. À noite, a estrada da montanha era muito tranquila, apenas o teleférico ia e vinha. Havia postes de luz a cada dez metros ao longo da estrada,
Isabela ainda estava no veículo, observando a cena, seu rosto belo repleto de desdém.Helena viu Cláudio estender a mão e sorriu, constrangida, recolhendo rapidamente a sua. Maria, no entanto, segurou-a firmemente.- Por que recuar? Venha logo me ajudar a descer.Helena hesitou por um instante e, então, estendeu a mão apressadamente para auxiliá-la:- Mariinha, vá com calma.Maria, apoiada na bengala com uma mão e sendo amparada por Helena com a outra, desceu do veículo.Cláudio, com um olhar sombrio, observou-a se firmar no chão e, em seguida, se virou com a mão ainda estendida para Isabela.Irritada, Isabela afastou a mão dele:- Que exagero! Preciso de ajuda para descer de um carro tão baixo? Está me achando incapaz?Dizendo isso, tentou descer, se apoiando em sua bengala.No entanto, o chão estava escorregadio e, assim que seus pés tocaram o solo, ela escorregou.Com um grito de surpresa, seu corpo se inclinou para trás.Maria, instintivamente, estendeu a mão, mas apenas conseguiu
Relembrando, eles já tinham descido do carro e caminhado por cerca de dez minutos.Felizmente, estavam na área das nascentes de água; caso contrário, a caminhada noturna na montanha os teria congelado.O motorista se apressou a dizer:- Como o Sr. Jacarias reservou a área VIP, que fica mais ao interior, teremos que caminhar um pouco mais. Mas estamos quase lá. Não se preocupem.Isabela, impaciente, soltou um suspiro, mas não reclamou mais.Eles seguiram o motorista por várias áreas, ouvindo ocasionalmente risadas, mas sem ver ninguém.O motorista explicou:- Aquelas são as piscinas de águas termais comuns, por isso há mais pessoas.Maria desviou o olhar, pensando que seria melhor explorar o lugar durante o dia, já que à noite mal conseguia ver algo.Depois de mais dez minutos de caminhada, uma risada profunda e sonora ecoou repentinamente.Maria, instintivamente, levantou os olhos e viu Jacarias se aproximando com um cigarro na boca.- Sr. Jacarias, o Sr. Eduardo e os outros estão aqui
Maria levou um susto, se apressando a negar: - Não, não é isso. Cláudio não quis dizer isso. Eu torci o tornozelo por minha própria desatenção, não tem nada a ver com você. Cláudio deve estar falando assim porque está cansado, afinal, dirigiu por várias horas.Jacarias sorriu: - Não se preocupe, estava apenas brincando com ele.Maria mordeu o lábio, sentindo realmente que Cláudio estava um pouco estranho naquele dia. Teoricamente, sendo Jacarias um parceiro de negócios, Cláudio não deveria agir dessa forma. Mas Cláudio nunca foi alguém sem noção de proporção; se estava agindo assim, devia haver um motivo.Isabela observou Jacarias e depois Cláudio, com um olhar complexo. Após um momento, mudou de assunto: - Estou tão faminta, quando vamos começar a comer?Jacarias olhou para o relógio: - O Presidente Alves e seu grupo devem estar chegando. Começaremos a comer quando eles chegarem.- Que demora - Comentou Isabela, meio rindo, meio séria, enquanto pegava um cigarro para fumar, ent
O aroma do tabaco no homem parecia estar lá, mas ao mesmo tempo não, o que a distraía um pouco.Depois que todos se sentaram, Jacarias foi o primeiro a brindar com a vovó Diana.- Não esperava que a Sra. Diana viesse nos prestigiar, isso realmente é uma honra para mim. - Disse Jacarias, sorrindo, ao erguer sua taça em um brinde simbólico com a vovó Diana.- Desde que você não se importe com minha idade para participar da festa, está tudo bem. - Respondeu vovó Diana com um sorriso, enquanto erguia sua taça em resposta ao brinde.Jacarias, sorrindo, balançou a cabeça:- Que nada, a diversão é melhor com mais gente.Vovó Diana, apesar de normalmente ser severa com Maria, manteve um sorriso muito apropriado na presença de outros. Mesmo se aproximando dos oitenta anos, ainda era possível perceber um ar de elegância e nobreza inatos em seus gestos.Ela observou Jacarias por um momento, fixando o olhar em seus olhos e sobrancelhas. Com uma ligeira ruga na testa, ela sorriu para Jacarias e d
De repente, um grito de surpresa ecoou. Maria mal teve tempo de reagir quando uma tigela de sopa quente se derramou sobre ela. A sopa, fervendo, havia acabado de ser servida. Maria sentiu uma queimação na pele das pernas.- Desculpe, não foi de propósito.Ao seu lado, Bruna, sem dizer nada, se levantou em pânico, puxando guardanapos de papel para limpar a sopa derramada em Maria. Cláudio, preocupado, se levantou num instante e se aproximou rapidamente: - Você está bem?Maria balançou a cabeça, afastando as mãos frenéticas de Bruna: - Não precisa, eu me limpo.Ela pegou um guardanapo e começou a limpar a sopa de suas pernas. A calça estava manchada, assim como seu casaco branco de penas. Ela franziu a testa, irritada.O que a irritou mais foi que Bruna começou a chorar, pedindo desculpas sem parar: - Desculpe, Srta. Maria, eu realmente não fiz de propósito, só queria servir sopa para minha avó, não imaginei que minha mão escorregaria. Desculpe, desculpe mesmo.- Não tem problema,
Não se sabia ao certo se era a perna que doía ou se havia algum líquido no chão tornando-o escorregadio, mas Maria caiu duas vezes ao tentar se levantar.A oportunista Viviane, do outro lado, não perdeu tempo em zombar dela: - Srta. Maria, você realmente é delicada. Uma torção no tornozelo leva tanto tempo para curar?Maria respondeu com serenidade: - Sim, minha vida pode não ser delicada, mas meu corpo é frágil. Uma pequena lesão como esta leva muito tempo para sarar.- Irritante! - Exclamou Isabela, sentada ao lado de Viviane, não conseguindo se conter.Maria não se abalou, já estava acostumada com as provocações de Isabela.Ao ver Isabela se unir às provocações, Viviane se sentiu ainda mais encorajada e provocou Maria sem disfarces: - Esta jovem tem razão, você realmente é irritante. Parece que desde pequena sempre foi assim, fazendo alarde por qualquer machucado, até mesmo usando cadeira de rodas alguns dias atrás. Por que não a está usando hoje? Não tem medo de chamar muita ate
Contudo, naquele instante, ela se encontrava sentada no sofá, um sofá de couro com uma única almofada, jogada num canto, e suas pernas estavam descobertas.Ela pegou rapidamente suas calças jeans do chão, em meio ao pânico.Porém, a porta já havia sido aberta por Helena.Maria lançou um olhar constrangido em direção à porta e viu que era Eduardo do lado de fora, aumentando seu constrangimento.Rapidamente, ela vestiu suas calças jeans de qualquer jeito sobre as pernas, com as bochechas coradas.Helena encarou Eduardo, parado do lado de fora da porta, com um olhar confuso.- Presidente Alves! Há algum problema com a Mariinha?Eduardo, com uma expressão neutra, lançou um olhar às pernas pálidas de Maria, se fixando brevemente na renda da sua calcinha antes de desviar o olhar.Ele atirou um tubo de pomada para Helena e se virou, partindo.Helena apanhou a pomada rapidamente e perguntou:- Presidente Alves, o que é isto?- Pomada para queimaduras. As crianças me pediram para trazer.Ele fa