Eduardo levantou-se, encarando-a com desdém.- Mesmo doente, pelo menos não estou tão debilitado quanto você. Pelo menos não finjo ser fraco. Sempre foi orgulhosa, não foi? Se tiver coragem, erga-se sozinha. - Ele disse, dando alguns passos para trás e rindo levemente.Maria segurou a barra da calça com força.Desta vez, ela realmente não conseguia se levantar.Seu tornozelo latejava de dor, e o cóccix doía intermitentemente devido à queda anterior.Vendo que ela não se movia por um tempo, Eduardo, com seus olhos frios, mostrou um sorriso zombeteiro.- Eu disse que não adianta fingir ser frágil na minha frente. Se é realmente teimosa, então erga-se para mim!O homem à sua frente parecia determinado a tornar as coisas difíceis para ela.Maria não sabia por que ele estava fazendo isso. Ele sempre a tratou com indiferença, como se fosse uma estranha. Isso a pouparia de sofrimento.Por que hoje ele a estava prendendo aqui e a torturando?Será que era porque ela havia feito um teste de pat
- Veja só, você ainda consegue andar.As mãos quase rasgaram o lado das calças ao lado dele; todo aquele lugar estava coberto de suor.Maria, com seus olhos negros e sombrios, o encarou com obstinação e ódio: - Você... Agora está satisfeito?Ela podia andar.No entanto, ele sabia o que ela havia suportado e qual preço ela pagaria para dar esses passos.Ela se esforçou até o último fôlego para ficar de pé.Ela olhou para o rosto dele com um sorriso leve, apertando os dentes enquanto esperava que ele fosse embora rapidamente.Eduardo baixou a cabeça, com calma, devolveu o cigarro à caixa, e então colocou a caixa de volta no bolso da calça.Uma mão continuou no bolso da calça, enquanto a outra levantou algumas mechas de cabelo que caíam sobre o ombro dela, acariciando calmamente, e então ele sussurrou suavemente em seu ouvido: - Já que pode andar, não use mais a cadeira de rodas. Fica estranho e dá nojo.- Dá nojo, você pode não olhar!- Não é que eu queira olhar, mas é uma pena que eu
Maria acordou com a cabeça um pouco confusa. O quarto estava iluminado por uma luz amarelada. Ela não conseguia lembrar onde estava agora. Havia uma figura se movendo no canto de seus olhos. Ela virou levemente a cabeça para olhar. Era Cláudio. A decoração do quarto apareceu em seus olhos, e foi então que ela percebeu que estava em seu próprio quarto. As lembranças voltaram; ela se lembrou de ter desmaiado no corredor do hospital. Aparentemente, Cláudio a havia salvado novamente.Cláudio já estava se aproximando. Havia algumas linhas de sangue vermelho nos cantos de seus olhos, como se não tivesse descansado bem. Ele parecia cansado, nem feliz nem zangado. - Mexa-se um pouco, veja se há algum desconforto. - Ele disse, com uma voz levemente rouca, mas agradável. Maria tentou se levantar da cama e ficou surpresa ao descobrir que o cóccix não doía mais, mas a dor no tornozelo não diminuíra.- Está com fome? Maria balançou a cabeça. - Então vou buscar um copo d'água para você
Maria olhou para ele surpresa: - Como você sabe que machuquei meu cóccix?- Quando te segurei desmaiada, você estava meio inconsciente e segurava aquele lugar, dizendo que estava doendo, Mariinha, você deve ter sentido muita dor naquela hora. - O tom de Cláudio estava inexplicavelmente frio.Maria abaixou os olhos em silêncio.Realmente doeu muito, como uma cãibra intensa.- O médico fez uma radiografia, os ossos não foram danificados, apenas uma dor intensa causada pela queda. Maria murmurou baixinho.Sempre sentia que se machucar era apenas dar mais trabalho a Cláudio.Então, quando estava machucada, diante de Cláudio, sempre se sentia culpada e se autocondenava.- Embora os ossos não estejam feridos, você estava meio inconsciente segurando aquele lugar e dizendo que doía várias vezes. O médico prescreveu um medicamento para você, um analgésico especial, com grande potencial de dependência. Não é bom usá-lo com frequência. Acabei de passar para você uma vez, como você se sente ago
- Você não deixa eu me envolver com ela, afinal, é por causa da utilidade dela ou porque você tem compaixão por ela?- Tenho compaixão por todas as mulheres, quer experimentar? - Michael disse, aproximando-se e sugando o pescoço de Viviane.Viviane fez uma careta de desprezo.Michael, indiferente, virou-se e abraçou a outra mulher ao seu lado.Helena não suportou mais.Tremendo, ela perguntou a Michael: - Eu... Posso ir embora?- Vaza! - Michael respondeu, irritado, soltando apenas duas palavras.Helena imediatamente saiu correndo como se estivesse fugindo pela vida.Michael observou a figura aflita dela por um longo tempo, um sorriso sarcástico apareceu de repente em seu lábio.Quando Helena saiu do bar, uma rajada de vento frio a atingiu, fazendo-a tremer instantaneamente.Ela abraçou os braços e baixou a cabeça ao atravessar a rua em direção ao outro lado.O lugar onde ela morava estava próximo.Para ser mais preciso, era alugado por Michael, registrado apenas em seu nome.A noite
- Bebe o café para aquecer o corpo e, depois de beber, eu te levo de volta.Até voltar para casa, o coração de Helena continuava a bater descontroladamente. Insegurança, autocrítica, culpa... Inúmeras emoções se encontravam em seu coração, fazendo com que ela ficasse parada no quarto por um longo tempo sem perceber a presença de outra pessoa.Um homem saiu das sombras, encarando-a com frieza: - Tão tarde, foi brincar com qual homem?Era Michael. Helena deu um pulo de susto. Ele estava claramente no bar há pouco tempo, como voltou tão rápido? Helena instintivamente recuou dois passos. A sala estava escura, mas a luz de fora se infiltrava, proporcionando uma visão clara do rosto sinistro e maligno do homem.Helena sempre temia esse homem, mas ao mesmo tempo não conseguia deixar de desejar se aproximar dele. Com os calcanhares contra a parede e as costas roçando contra ela, ela acidentalmente acionou o interruptor. A sala de estar instantaneamente se iluminou. Helena, que acabou
Maria havia acabado de sair do edifício cirúrgico do hospital quando começou a nevar. Cláudio estava logo atrás dela e, de repente, disse: - Estamos quase no Réveillon, não é?Maria ficou surpresa.Réveillon...O Réveillon daquele ano foi o mais inesquecível para ela. Desde então, nunca mais comemorou essa festa de propósito. Mas agora, com a pergunta de Cláudio, a atmosfera ficou surpreendentemente festiva. Maria olhou para os flocos de neve que caíam lá fora e sorriu para ele: - Este ano, Réveillon, vamos celebrar juntos, tudo bem?- Ótimo! - Cláudio sorriu, e em seus olhos gentis, parecia brilhar estrelas.Isabela, ao lado, apoiava-se na bengala, com uma expressão sombria. Isabela ficou no hospital por quatro ou cinco dias, mas não suportava mais permanecer lá. Cláudio queria que ela voltasse para sua residência original e providenciou uma governanta para ela. No entanto, ela não concordou, insistindo em ficar na casa de Cláudio. Cláudio não teve escolha senão ceder aos de
- Espere aí, vou rápido. - Disse Maria, enquanto assentia confusa.A neve caía cada vez mais forte, e a alta figura desapareceu rapidamente na cortina de neve.Ela olhou para o céu, subitamente lembrando do dia em que foi levada para a prisão.A neve naquele dia era tão pesada quanto hoje, formando uma espessa camada no chão.Sentada na viatura policial, ela olhava para fora. Tudo era branco, bonito, mas também melancólico.Maria empurrou a cadeira de rodas alguns passos para frente e estendeu a mão, querendo pegar os flocos de neve gelados.O vento frio soprava pelo ar, e os flocos de neve leves dançavam ao vento.Nenhum floco de neve caiu na palma de sua mão por um bom tempo.Ela não pôde deixar de se mover para mais perto.O chão estava úmido, e as rodas continuavam a girar com inércia, ficando a apenas um centímetro de rolar para fora da escada.De repente, a cadeira de rodas perdeu o equilíbrio.O rosto de Maria mudou instantaneamente, antes que ela pudesse reagir, a cadeira de r