Maria olhou para ele surpresa: - Como você sabe que machuquei meu cóccix?- Quando te segurei desmaiada, você estava meio inconsciente e segurava aquele lugar, dizendo que estava doendo, Mariinha, você deve ter sentido muita dor naquela hora. - O tom de Cláudio estava inexplicavelmente frio.Maria abaixou os olhos em silêncio.Realmente doeu muito, como uma cãibra intensa.- O médico fez uma radiografia, os ossos não foram danificados, apenas uma dor intensa causada pela queda. Maria murmurou baixinho.Sempre sentia que se machucar era apenas dar mais trabalho a Cláudio.Então, quando estava machucada, diante de Cláudio, sempre se sentia culpada e se autocondenava.- Embora os ossos não estejam feridos, você estava meio inconsciente segurando aquele lugar e dizendo que doía várias vezes. O médico prescreveu um medicamento para você, um analgésico especial, com grande potencial de dependência. Não é bom usá-lo com frequência. Acabei de passar para você uma vez, como você se sente ago
- Você não deixa eu me envolver com ela, afinal, é por causa da utilidade dela ou porque você tem compaixão por ela?- Tenho compaixão por todas as mulheres, quer experimentar? - Michael disse, aproximando-se e sugando o pescoço de Viviane.Viviane fez uma careta de desprezo.Michael, indiferente, virou-se e abraçou a outra mulher ao seu lado.Helena não suportou mais.Tremendo, ela perguntou a Michael: - Eu... Posso ir embora?- Vaza! - Michael respondeu, irritado, soltando apenas duas palavras.Helena imediatamente saiu correndo como se estivesse fugindo pela vida.Michael observou a figura aflita dela por um longo tempo, um sorriso sarcástico apareceu de repente em seu lábio.Quando Helena saiu do bar, uma rajada de vento frio a atingiu, fazendo-a tremer instantaneamente.Ela abraçou os braços e baixou a cabeça ao atravessar a rua em direção ao outro lado.O lugar onde ela morava estava próximo.Para ser mais preciso, era alugado por Michael, registrado apenas em seu nome.A noite
- Bebe o café para aquecer o corpo e, depois de beber, eu te levo de volta.Até voltar para casa, o coração de Helena continuava a bater descontroladamente. Insegurança, autocrítica, culpa... Inúmeras emoções se encontravam em seu coração, fazendo com que ela ficasse parada no quarto por um longo tempo sem perceber a presença de outra pessoa.Um homem saiu das sombras, encarando-a com frieza: - Tão tarde, foi brincar com qual homem?Era Michael. Helena deu um pulo de susto. Ele estava claramente no bar há pouco tempo, como voltou tão rápido? Helena instintivamente recuou dois passos. A sala estava escura, mas a luz de fora se infiltrava, proporcionando uma visão clara do rosto sinistro e maligno do homem.Helena sempre temia esse homem, mas ao mesmo tempo não conseguia deixar de desejar se aproximar dele. Com os calcanhares contra a parede e as costas roçando contra ela, ela acidentalmente acionou o interruptor. A sala de estar instantaneamente se iluminou. Helena, que acabou
Maria havia acabado de sair do edifício cirúrgico do hospital quando começou a nevar. Cláudio estava logo atrás dela e, de repente, disse: - Estamos quase no Réveillon, não é?Maria ficou surpresa.Réveillon...O Réveillon daquele ano foi o mais inesquecível para ela. Desde então, nunca mais comemorou essa festa de propósito. Mas agora, com a pergunta de Cláudio, a atmosfera ficou surpreendentemente festiva. Maria olhou para os flocos de neve que caíam lá fora e sorriu para ele: - Este ano, Réveillon, vamos celebrar juntos, tudo bem?- Ótimo! - Cláudio sorriu, e em seus olhos gentis, parecia brilhar estrelas.Isabela, ao lado, apoiava-se na bengala, com uma expressão sombria. Isabela ficou no hospital por quatro ou cinco dias, mas não suportava mais permanecer lá. Cláudio queria que ela voltasse para sua residência original e providenciou uma governanta para ela. No entanto, ela não concordou, insistindo em ficar na casa de Cláudio. Cláudio não teve escolha senão ceder aos de
- Espere aí, vou rápido. - Disse Maria, enquanto assentia confusa.A neve caía cada vez mais forte, e a alta figura desapareceu rapidamente na cortina de neve.Ela olhou para o céu, subitamente lembrando do dia em que foi levada para a prisão.A neve naquele dia era tão pesada quanto hoje, formando uma espessa camada no chão.Sentada na viatura policial, ela olhava para fora. Tudo era branco, bonito, mas também melancólico.Maria empurrou a cadeira de rodas alguns passos para frente e estendeu a mão, querendo pegar os flocos de neve gelados.O vento frio soprava pelo ar, e os flocos de neve leves dançavam ao vento.Nenhum floco de neve caiu na palma de sua mão por um bom tempo.Ela não pôde deixar de se mover para mais perto.O chão estava úmido, e as rodas continuavam a girar com inércia, ficando a apenas um centímetro de rolar para fora da escada.De repente, a cadeira de rodas perdeu o equilíbrio.O rosto de Maria mudou instantaneamente, antes que ela pudesse reagir, a cadeira de r
Eduardo soltou um riso frio.Ele abaixou os olhos para ela, e as argolas de fumaça que exalava caíam sobre o topo de sua cabeça, envolvendo seu nariz e provocando nela uma irritação interna.- Você realmente se acha importante, pensando que eu viria ao hospital de propósito para criar um encontro casual contigo? - Falando isso, Eduardo se inclinou ligeiramente para frente, sua voz grave soando ainda mais fria no vento gelado. - Desde aquele dia em que você me esfaqueou, perdi toda a consideração por você. Criar encontros casuais, acha isso possível?Sua risada fria e carregada de ironia evidenciava que ela estava se iludindo.Ela, furiosa e nervosa, apertou inconscientemente o apoio da cadeira de rodas.Suas mãos estavam vermelhas pelo frio, e os dedos delicados pareciam ainda mais frágeis sob o vento cortante.Eduardo olhou indiferente para suas mãos, e o sorriso sarcástico em seus lábios se intensificou: - Veja só, tentar dar pena só faz você sofrer mais. Se não tentasse, suas perna
“Ela realmente esperava que ele não fosse!” Maria refletia em seus pensamentos. Eduardo, com um cigarro nos lábios, lançava um olhar para Maria. Após um instante, soltou uma baforada de fumaça, falando desinteressadamente: - Vou verificar como estão as coisas.- Tudo bem, então Mariinha e eu vamos voltar, está frio. Você também não deveria ficar muito tempo ao ar livre. - Respondeu Maria.Eduardo não replicou. Cláudio, sem proferir mais nada, começou a empurrar a cadeira de Maria em direção ao estacionamento.Ela não resistiu, mas lançou um último olhar para trás após uma longa caminhada. O homem ainda estava lá, fumando na neve, cada vez mais apegado ao cigarro, quase como se fosse uma dependência. Sempre que Maria o via, havia um cigarro entre seus dedos. A neve caía cada vez mais pesada, cobrindo o casaco preto dele com um manto branco. Maria desviou o olhar, encarando a frente com uma expressão neutra.O estacionamento estava cheio, e Cláudio a conduziu até a última fila d
Olhando ao redor do cômodo, ela avistou uma caixa de papel colocada ao lado do armário. Era uma caixa longa e fina. Ela, segurando seu pé machucado, saltitou lentamente até lá. Ao abrir a caixa, encontrou uma bengala de madeira. Ultimamente, Eduardo sempre dizia que ela era teatral demais. Ela pensou que, de fato, usar a cadeira de rodas talvez fosse um exagero.Hoje, indo para as termas, parecia que haveria muitas pessoas. Usar a cadeira de rodas sempre a fazia se sentir inconveniente e muito chamativa. Ela achou que seria melhor usar uma bengala, especialmente porque Isabela também usava uma. A bengala tinha sido comprada por Helena a seu pedido. Já faziam dois dias, e ela quase se esqueceu dela. Experimentou a bengala e achou bastante conveniente, certamente melhor do que a cadeira de rodas.O inchaço no seu tornozelo havia quase desaparecido, mas o médico disse que o osso estava lesionado e precisaria de um tempo para se recuperar. Durante esse período de recuperação, el