Um riso suave, como uma lâmina afiada, trespassou implacavelmente o coração dele, lembrando-o a cada momento que aquela mulher não o apreciava, não o amava; todos os seus anseios por proximidade eram apenas uma imposição.Maria estendeu repentinamente a mão e enlaçou seu pescoço. Ele sentiu claramente seu corpo tencionar.O sorriso de Maria se tornou mais sedutor e radiante. A face dela não era excepcionalmente bela, mas nesse instante, esse sorriso parecia capaz de cativar o coração dele.Eduardo a observava intensamente, como se a fera dentro de si estivesse prestes a se libertar. No entanto, Maria estava completamente livre da tensão e do medo anteriores. Ela o encarava com uma expressão de apreciação, observando o semblante tenso e os olhos sombrios dele, com um sorriso nos lábios.- Me lembro de você dizendo da última vez que eu te enojava. Então, qual o significado de você me segurar assim agora? - Perguntou Eduardo entre dentes, desgostando da atitude dela. Entretanto, ele prec
Cláudio sabia que ela se referia a Maria. Ele permaneceu em silêncio, servindo apenas um copo de água morna para a vovó Diana.Vovó Diana soltou um risinho irônico, se apoiando na bengala enquanto observava os arredores da casa. Ela perguntou:- Aquela mulher já saiu?A avó realmente achava que ele morava com Maria. Cláudio não deu explicações, apenas respondeu:- Não sei porque a senhora veio tão tarde me procurar.Vovó Diana se sentou no sofá, algumas rugas de severidade apareceram em seu rosto envelhecido:- Sobre o assunto de eu ter te enviado para fora do país naquela época, você disse algo ao Dudu?A mão de Cláudio segurando o copo se apertou, ele sorriu ironicamente:- O quê? Dudu foi perguntar à senhora?- Eu só queria te lembrar que, você já disse para o Dudu que foi escolha sua ir para o exterior, então agora, não diga besteiras na frente dele.Cláudio abaixou o olhar para o copo em suas mãos. Seus lábios ostentavam um sorriso suave, mas seus olhos estavam gelados. Ele zombou
Cláudio se encostou na cadeira, olhando para trás e sorriu suavemente para ela.- Vovó, posso concordar em não mencionar o assunto de quando saí do país na frente do Dudu, mas por favor, não interfira nos meus assuntos com Mariinha.Vovó Diana ficou com o rosto sombrio:- Então, você está decidido a ficar com ela?Cláudio ficou em silêncio novamente.Vovó Diana ficou furiosa e apontou o dedo para ele enquanto se levantava:- Tudo bem, você está se tornando independente agora, nem mesmo ouve mais as palavras da sua avó. Você pode não me obedecer agora, mas se eu descobrir que você está se unindo com aquela mulher para prejudicar o Dudu, nunca vou te perdoar.Vovó Diana terminou de falar e saiu com raiva.Cláudio olhou para a porta vazia e riu de si mesmo. No coração da avó, realmente havia apenas o Eduardo como neto. E ele? Ele não era nada!"Cláudio, o Dudu é a vida da sua avó. Quando crescer, prometa protegê-lo para mim, certo?""Certo!"..."Cláudio, você acha que o Dudu e a Mariinha
Ela adentrou na sala e se deparou com Cláudio, sentado numa cadeira, coberto de sangue. Haviam fragmentos de vidro e manchas de sangue espalhados pela mesa.Um calafrio percorreu seu coração enquanto ela rapidamente guardava a bolsa no armário da entrada antes de buscar o kit de primeiros socorros. Esse mesmo kit já tinha sido usado por ele.Ela se ajoelhou diante dele, segurando o kit, e observou a palma da mão dele, que continuava a sangrar. Com nervosismo, ela indagou:- O que aconteceu?Cláudio não respondeu, apenas a encarou fixamente, sem piscar.Maria não pressionou por mais detalhes e prontamente pegou álcool e cotonetes. Após limpar o sangue da mão dele com o cotonete, Cláudio a abraçou de repente.Surpreendida, ela questionou:- O que... O que está acontecendo?- É só você... Apenas você...Maria não compreendeu o que ele queria dizer, apenas sentiu o forte abraço dele, quase a deixando sem ar. Ela fitou fixamente um copo de água sobre a mesa, sem ousar se mover. Deveria hav
Maria enfatizou por último, e Cláudio sorriu, um olhar de ternura em seus olhos que poderia facilmente encantar qualquer um.Nos cinco dias seguintes, a família Rocha não tomou mais nenhuma atitude. Maria começou a pensar que Mariana e Viviane haviam desistido de lhe causar problemas. No entanto, os escândalos envolvendo Mariana ainda estavam se espalhando.Todos os dias, os jornais relatavam as más ações dela, Rivaldo e o Grupo Rocha também se tornaram motivo de escárnio público. A situação de Viviane também não estava boa. Devido à sua desfiguração e ao incidente no aeroporto, juntamente com o caso de Mariana, a reputação e popularidade estavam em frangalhos.No entanto, considerando a mentalidade venenosa de Mariana e Viviane, após causarem tanto estrago, não era provável que elas simplesmente desistissem. Com a chegada iminente de Daniel, mãe e filha pareciam quietas. Quanto mais tranquila a situação parecia, mais inquieta Maria se sentia.- Daniel vai estar aqui amanhã, vamos com
À medida que a porta se abriu, seus olhos mostraram um lampejo de surpresa. Quem estava parado diante da porta não era ninguém além de Eduardo. Eduardo estava completamente encharcado, seu cabelo estava colado na testa de forma desordenada. No entanto, mesmo assim, ele não parecia desarrumado de forma alguma. Em vez disso, exalava um toque de frieza.- Com essa chuva toda, você veio até aqui de repente. Tem algo urgente? - Perguntou Cláudio.- A vovó veio te procurar esses últimos dias? - Eduardo se virou sorrindo.- Sim, ela te contou? - Cláudio perguntou.Eduardo entrou logo depois, seus olhos vagaram pelo cômodo inconscientemente. Ele não viu aquela mulher em lugar algum. Um sentimento de alívio cruzou seu coração, seguido por uma sensação de perda. O alívio era de que talvez aquela mulher não estivesse vivendo com esse homem, afinal, havia duas unidades em cada andar deste prédio. A sensação de perda era porque, afinal de contas, ele ainda queria dar uma olhada nela.Cláudio captou
- Você!As bochechas de Maria ardiam de raiva diante da humilhação imposta por ele.A única vez que ele havia traído foi quando ela caiu em uma armadilha traiçoeira.No entanto, ele teve a audácia de afirmar que ela já tivera muitos homens antes disso.Em sua mente, ela era sempre retratada como uma pessoa suja e repulsiva.Apesar de estarem quase transbordando dos olhos, as lágrimas se recusavam a cair. Em vez disso, ela o encarou com um sorriso irônico e gélido:- Sim, claro, qualquer homem é melhor do que você!O punho de Eduardo, ao seu lado, rangia enquanto ele o cerrava.- Você... É tão desprezível!Após proferir essas palavras, ele saiu cheio de raiva.Assim que ele saiu, as lágrimas de Maria finalmente se soltaram.Ela as enxugou às pressas, soluçando:- Eu não derramarei mais lágrimas por ele. Eu disse que odeio ele, que me vingarei dele, como posso ainda chorar por causa das palavras humilhantes dele? Como posso ficar tão triste por causa disso?Contudo, quanto mais ela tenta
De repente, a vovó Diana cobriu o rosto e lamentou:- Não consigo acreditar que aquela mulher estava tão bem escondida. Se eu soubesse o quão malévola ela era, se conhecesse as coisas que a mãe dela fez no passado, nunca teria deixado ela se aproximar de vocês dois. A situação atual é culpa toda minha, Dudu. Você promete à vovó que não terá mais nada a ver com aquela mulher, promete? Ela quer se envolver com o Cláudio, então deixe-a fazer isso. O Cláudio pode estar com ela, mas você não pode, está me escutando?- Por quê? Por que não posso estar com ela?- Não pergunte porquê. Contanto que você não fique mais obcecado por ela, eu vou poder descansar em paz.Vendo a aparência dolorida e cansada da avó, Eduardo sentiu uma dor intensa em seu coração. Ele respirou fundo e reprimiu seus sentimentos:- Tudo bem, não vou mais me deixar levar pelos sentimentos que tenho por ela. Essa mulher não vale meu sofrimento.- Isso é bom, vou me sentir aliviada.De volta à sala de estudos, Eduardo folhe