Ela adentrou na sala e se deparou com Cláudio, sentado numa cadeira, coberto de sangue. Haviam fragmentos de vidro e manchas de sangue espalhados pela mesa.Um calafrio percorreu seu coração enquanto ela rapidamente guardava a bolsa no armário da entrada antes de buscar o kit de primeiros socorros. Esse mesmo kit já tinha sido usado por ele.Ela se ajoelhou diante dele, segurando o kit, e observou a palma da mão dele, que continuava a sangrar. Com nervosismo, ela indagou:- O que aconteceu?Cláudio não respondeu, apenas a encarou fixamente, sem piscar.Maria não pressionou por mais detalhes e prontamente pegou álcool e cotonetes. Após limpar o sangue da mão dele com o cotonete, Cláudio a abraçou de repente.Surpreendida, ela questionou:- O que... O que está acontecendo?- É só você... Apenas você...Maria não compreendeu o que ele queria dizer, apenas sentiu o forte abraço dele, quase a deixando sem ar. Ela fitou fixamente um copo de água sobre a mesa, sem ousar se mover. Deveria hav
Maria enfatizou por último, e Cláudio sorriu, um olhar de ternura em seus olhos que poderia facilmente encantar qualquer um.Nos cinco dias seguintes, a família Rocha não tomou mais nenhuma atitude. Maria começou a pensar que Mariana e Viviane haviam desistido de lhe causar problemas. No entanto, os escândalos envolvendo Mariana ainda estavam se espalhando.Todos os dias, os jornais relatavam as más ações dela, Rivaldo e o Grupo Rocha também se tornaram motivo de escárnio público. A situação de Viviane também não estava boa. Devido à sua desfiguração e ao incidente no aeroporto, juntamente com o caso de Mariana, a reputação e popularidade estavam em frangalhos.No entanto, considerando a mentalidade venenosa de Mariana e Viviane, após causarem tanto estrago, não era provável que elas simplesmente desistissem. Com a chegada iminente de Daniel, mãe e filha pareciam quietas. Quanto mais tranquila a situação parecia, mais inquieta Maria se sentia.- Daniel vai estar aqui amanhã, vamos com
À medida que a porta se abriu, seus olhos mostraram um lampejo de surpresa. Quem estava parado diante da porta não era ninguém além de Eduardo. Eduardo estava completamente encharcado, seu cabelo estava colado na testa de forma desordenada. No entanto, mesmo assim, ele não parecia desarrumado de forma alguma. Em vez disso, exalava um toque de frieza.- Com essa chuva toda, você veio até aqui de repente. Tem algo urgente? - Perguntou Cláudio.- A vovó veio te procurar esses últimos dias? - Eduardo se virou sorrindo.- Sim, ela te contou? - Cláudio perguntou.Eduardo entrou logo depois, seus olhos vagaram pelo cômodo inconscientemente. Ele não viu aquela mulher em lugar algum. Um sentimento de alívio cruzou seu coração, seguido por uma sensação de perda. O alívio era de que talvez aquela mulher não estivesse vivendo com esse homem, afinal, havia duas unidades em cada andar deste prédio. A sensação de perda era porque, afinal de contas, ele ainda queria dar uma olhada nela.Cláudio captou
- Você!As bochechas de Maria ardiam de raiva diante da humilhação imposta por ele.A única vez que ele havia traído foi quando ela caiu em uma armadilha traiçoeira.No entanto, ele teve a audácia de afirmar que ela já tivera muitos homens antes disso.Em sua mente, ela era sempre retratada como uma pessoa suja e repulsiva.Apesar de estarem quase transbordando dos olhos, as lágrimas se recusavam a cair. Em vez disso, ela o encarou com um sorriso irônico e gélido:- Sim, claro, qualquer homem é melhor do que você!O punho de Eduardo, ao seu lado, rangia enquanto ele o cerrava.- Você... É tão desprezível!Após proferir essas palavras, ele saiu cheio de raiva.Assim que ele saiu, as lágrimas de Maria finalmente se soltaram.Ela as enxugou às pressas, soluçando:- Eu não derramarei mais lágrimas por ele. Eu disse que odeio ele, que me vingarei dele, como posso ainda chorar por causa das palavras humilhantes dele? Como posso ficar tão triste por causa disso?Contudo, quanto mais ela tenta
De repente, a vovó Diana cobriu o rosto e lamentou:- Não consigo acreditar que aquela mulher estava tão bem escondida. Se eu soubesse o quão malévola ela era, se conhecesse as coisas que a mãe dela fez no passado, nunca teria deixado ela se aproximar de vocês dois. A situação atual é culpa toda minha, Dudu. Você promete à vovó que não terá mais nada a ver com aquela mulher, promete? Ela quer se envolver com o Cláudio, então deixe-a fazer isso. O Cláudio pode estar com ela, mas você não pode, está me escutando?- Por quê? Por que não posso estar com ela?- Não pergunte porquê. Contanto que você não fique mais obcecado por ela, eu vou poder descansar em paz.Vendo a aparência dolorida e cansada da avó, Eduardo sentiu uma dor intensa em seu coração. Ele respirou fundo e reprimiu seus sentimentos:- Tudo bem, não vou mais me deixar levar pelos sentimentos que tenho por ela. Essa mulher não vale meu sofrimento.- Isso é bom, vou me sentir aliviada.De volta à sala de estudos, Eduardo folhe
“Seu porte físico, aparência e até mesmo sua popularidade... Seria uma pena se você não fosse uma celebridade. Caso um dia sua família enfrentasse a adversidade, você poderia considerar essa maneira de ganhar dinheiro.” Maria suspirou internamente. O que está acontecendo com Cláudio hoje? Aquela frase soou um tanto irônica, até um pouco como uma maldição dirigida à família de Daniel, desejando a eles a queda.Daniel soltou uma risada acompanhada por um resmungo:- Sua aparência não é pior que a minha. Se lembra de quando costumava pedir esmolas nas ruas? Por que não pensou em se tornar uma celebridade naquela época?Maria ficou surpresa mais uma vez. Pedir esmolas? Quando Cláudio teria estado nas ruas, implorando por dinheiro? Isso era impossível. Com o talento dele, jamais teria chegado a tal situação. Além disso, a família Alves nunca permitiria que ele caísse tão baixo a ponto de precisar pedir esmolas. Isso era inacreditável. Daniel definitivamente estava tentando ironizar Cláudio.
Cláudio se ergueu rapidamente:- Você não pode entregá-la ao meu irmão!Daniel sorriu de leve, porém seus olhos tinham um toque gélido:- Ela já é propriedade do meu irmão.Ao notar a mudança de humor em Cláudio, Maria segurou rapidamente o braço dele e se dirigiu a Daniel:- Já não estamos interessados nesta colaboração. Por favor, devolva as coisas de Cláudio.Daniel olhou para Maria e captou um sutil sinal de apreciação nos olhos dela. Ele sorriu suavemente:- Você quer saber o que é aquilo?Enquanto Cláudio permanecia tenso e Maria mantinha silêncio, Daniel riu alto:- É uma mulher.- Uma mulher?Maria olhou para o rosto tenso de Cláudio e instintivamente pensou em Isabela.Daniel se acomodou no sofá, com os dedos longos descansando no encosto, segurando o cigarro que ainda não estava aceso. Ele lançou um olhar significativo a Cláudio:- Devo admitir, você é zeloso pelas mulheres.Maria interrompeu novamente:- Nesse caso, não podemos aceitar essa colaboração.Daniel respondeu com
- Estivemos juntos por vários anos. Ele é o senhor, e Isabela e eu somos as servos. As palavras de Cláudio deixaram Maria cada vez mais surpresa, incapaz de associar a palavra "servos" com o homem brilhante diante dela.- Não se preocupe. - Cláudio acariciou gentilmente o cabelo dela e continuou. - Do que conheço daquele homem, ele não fará mal a Isabela. Afinal, se Isabela realmente acabar nas mãos de seu irmão, só haverá um destino para ela, e ele não agirá de forma tão cruel.Maria estava cheia de dúvidas; ela sentia que a relação entre eles era muito complicada. Como se captando a confusão dela, Cláudio sorriu suavemente:- Eu passei por muitas coisas em um país estrangeiro. Se tivermos oportunidade, contarei a você aos poucos.Maria assentiu profundamente, sem fazer mais perguntas. De dentro de um carro à distância, Eduardo observava fixamente os gestos íntimos dos dois, consumido pelo ciúmes.Fernando olhou de lado para a expressão sombria de Eduardo e perguntou com cuidado:-