- Vamos cuidar disso.- Vovó! - Miguel estava sem escolha. - A cicatriz no rosto da Maria foi removida por médicos estrangeiros. Embora eu tenha aprendido um pouco dessa técnica, não me sinto muito seguro fazendo esse tipo de tratamento.- Então tente. Pode usar meu rosto como cobaia, se quiser. – Suplicou Viviane.Incapaz de resistir à insistência da mulher diante dele, Miguel resmungou:- Tudo bem, tudo bem, vou tentar. Mas se a cicatriz não sumir, não reclame depois.- Claro, claro, não vou culpar você, Miguel. - Viviane assentiu emocionada, mas um brilho malicioso e calculista passou por seus olhos.Durante a madrugada, Maria despertou novamente. Ela se encostou na janela, observando as luzes coloridas do lado de fora, sentindo uma solidão e confusão nunca antes experimentadas. Desde que sobreviveu ao incêndio, seu único objetivo era lutar para continuar viva. Agora, após a sua recuperação, seu objetivo era se vingar das pessoas que a humilharam e feriram no passado. Contudo, depoi
Conforme a porta se abriu, Mariana e Viviane surgiram à entrada imediatamente. Mariana franziu a testa com força, um lampejo de frieza passou velozmente por seu rosto.- O que vocês duas estão fazendo aqui? - Surpreendentemente, Mariana e Viviane, ao contrário de sua habitual arrogância, estavam sorrindo de maneira amigável para ela.- Mariinha, que bom que você está bem. Ouvimos dizer que você estava à beira da morte, e seu pai e eu estávamos muito preocupados. - Recordando as provocações e humilhações anteriores, Maria sentiu que essas palavras soavam falsas. Contudo, ela preferiu não as desmascarar, optando por representar a farsa.- É mesmo? Então, devo realmente agradecer à tia Mariana por sua preocupação. Um dia, convido a tia Mariana para um jantar. – Respondeu Maria.- Jantar não é necessário. Eu e a Vivi viemos hoje para ver como você está e... Trouxemos algumas coisas que sua mãe deixou para você. - Quando Maria ouviu a segunda parte da frase, seu coração estremeceu, mas ela
Nunca passaria pela sua mente que Rivaldo poderia estar pensando nela. Menos ainda, que elas realmente desejavam que ela retornasse à família Rocha para uma refeição. Desta vez, utilizaram os pertences da mãe como isca, possivelmente tramando algo sombrio para prejudicá-la. Ela torceu os lábios com frieza. Acham mesmo que ela continua sendo a Maria ingênua e facilmente intimidada de antes?A campainha tocou, foram dois timbres consecutivos. Ela abriu a porta. Cláudio estava lá, em pé silenciosamente do lado de fora, se destacando no meio daquela tarde cinzenta com um sorriso suave nos lábios e uma aura de nobreza. - Viu Mariana e Viviane? - Surpreendeu-se Maria por um momento.- Como você sabe? – Cláudio instalou-se em frente a porta. - Eu vi elas lá embaixo, bem agora. - Cláudio adentrou o recinto enquanto dizia. - Elas não te importunaram, espero.Maria balançou a cabeça. - Elas trouxeram os pertences da minha mãe para mim.- E você acha que elas são tão altruístas assim? - Havia um
Maria ficou surpresa:- Seu pai e o pai do Eduardo?Cláudio confessou:- Talvez você ainda não saiba, mas meu pai e o pai do Duba eram bons amigos da sua mãe. Então, pensei que algumas coisas anotadas neste caderno poderiam estar relacionadas a eles. - Desculpe, Cláudio, mas o que está registrado neste caderno diz respeito à privacidade da minha mãe. Eu... – Maria não sabia como negar aquele pedido. - Eu entendo. Fui inconveniente. - A voz de Cláudio soou incrivelmente suave, deixando-a um pouco constrangida. - Na verdade, se você quiser saber sobre o passado deles, pode perguntar à sua avó ou aos servos mais antigos da família Alves. – Maria possuía uma feição aborrecida ao citar a vovó Diana, já que anteriormente, ela havia ofendido a própria Maria e sua mãe, acusando-as de aproveitadoras. Disse que a mãe de Maria estava flertando com o filho mais velho da família Alves e depois com o segundo filho da família Alves, ou seja, o pai de Cláudio e o pai de Eduardo.Na verdade, ela tam
Cláudio voltou a encará-la intensamente.- Meu pai se chama Márcio Alves.Um tremor percorreu o coração de Maria, e o caderno quase escorregou de suas mãos."17 de março, passeio ao Lago Safira com o Márcio. Ele de repente confessou seus sentimentos. O que devo fazer?"Márcio? Márcio Alves? Meu Deus, o pai de Cláudio era Márcio. Não é de se admirar que o nome Márcio lhe parecesse familiar. Anteriormente, sua avó mencionou que havia tido um relacionamento entre o filho mais velho da família Alves e sua mãe. Ela apenas pensou que o relacionamento não tivesse dado certo e não tinha dado mais importância. Mas com base nas anotações no caderno, Márcio realmente tinha sentimentos pela sua mãe.Cláudio se aproximou dela de repente, acariciando levemente seu cabelo, e disse sorrindo:- Então, dê uma boa olhada e veja se há registros sobre o meu pai no caderno. Se houver, me conte.- Está bem, vou... - A mente de Maria estava tumultuada.À noite, sentou-se à beira da cama, ansiosamente folheand
A última página estava tingida de tinta de maneira profundamente marcante, e a caligrafia estava distorcida, como se a pessoa que escrevera tivesse enfrentado uma agonia insuperável. O papel também estava ligeiramente inchado, como se alguém tivesse derramado água sobre ele, ou como se a pessoa que escreveu tivesse chorado sobre ele."Hoje é o aniversário da Maria. Celebramos alegremente juntas, brindando. Mas por que, ao despertar, encontrei-me na cama com Rivaldo? Os flashes das câmeras dos repórteres na porta pareciam querer me arrastar ao inferno. Estava aterrorizada e perdida, sem ninguém para me proteger. Os boatos se espalharam e as difamações insuportáveis me sufocaram. Não compreendo como tudo isso ocorreu. Apenas exagerei um pouco na comemoração do aniversário de Maria. Alguém pode me dizer o que diabos aconteceu? Márcio, sinto muito, o que devo fazer? Márcio, onde você está? Cadê você? Preciso de alguém para me ajudar, para me salvar..."Maria segurou o peito com uma mão e c
“Três batidas na porta ecoaram...”Logo, a Cláudio apareceu na entrada vestindo roupas casuais, com uma postura relaxada que não conseguia ocultar a nobreza que o envolvia. Ele segurava um cigarro entre os dedos, mas ao ver Maria parada na porta, apagou-o rapidamente.- Maria, precisa de algo? - Cláudio perguntou, virando-se para abrir a janela da sala. A atenção delicada dele provocava um turbilhão de sentimentos em Maria. Ela sempre pensou que Cláudio não fumava, mas na verdade, ele evitava o cigarro na presença dela por causa de sua saúde.Pensando na triste e arrependida história entre sua mãe e o pai de Cláudio, um gosto amargo inundou sua garganta. Respirou fundo e sorriu para ele:- Estou bem, Cláudio. Meu corpo está muito melhor agora. Cheirar um pouco de fumaça de cigarro não faz mal.- Mesmo assim, é melhor cuidar. - Cláudio serviu um copo de água para ela e franziu a testa ao olhá-la. - Seus olhos...Devido à triste história de sua mãe, Maria havia chorado durante toda a noi
- Desculpe, eu... - Ele ajoelhou-se rapidamente diante de Maria, uma ansiedade nunca vista estampada em seu rosto.- Está tudo bem, não se preocupe, depois vamos rir dessa situação... - Maria balançou a cabeça, sorrindo para ele com serenidade. - Sério, não tem problema.As sobrancelhas de Cláudio estavam profundamente franzidas. Com cuidado, ele a ajudou a sentar no sofá:- Fique aqui, vou pegar o kit de primeiros socorros.- Não é necessário, é apenas um machucado superficial, posso cuidar disso sozinha. - Maria falou enquanto tentava se levantar com pressa.- Não se mexa! - De repente, Cláudio a segurou firmemente, fazendo-a sentar no sofá novamente.Maria o observou atentamente enquanto ele buscava o kit de primeiros socorros, seu coração batendo mais rápido. Por que ela tinha a sensação de que o Cláudio que estava ali era um pouco assustador? Em suas memórias, Cláudio sempre foi gentil e tranquilo. Mesmo quando a alertou sobre se aproximar de Eduardo com intenções ocultas, usou as