Maria se encarou no espelho por um longo período de tempo. Quanto mais ela se observava, mais estranha se sentia ao ver a pessoa refletida ali. Só quando Cláudio e Miguel apareceram à sua frente é que seu coração inquieto se aquietou um pouco. Afinal, ela havia visto sua própria figura magra durante cinco anos. Agora que estava mais cheia, estava sendo difícil de se acostumar. Tudo parecia tão surreal, como um sonho.- Finalmente acordou, Mariazinha - Miguel estava tão emocionado que quase derramou lágrimas. Agora que ela estava desperta, finalmente ele poderia voltar e encontrar Luísa.- Foi... Foi você quem me salvou? - Maria perguntou, confusa, e, de repente, lembrou de algo, se afastando apressadamente de Miguel.- Fui eu quem deu as instruções para que me salvassem? Não preciso da sua ajuda, não quero sua piedade. Vá embora... Vá embora...Era claro que ela estava relembrando a cena daquele dia. Cláudio a abraçou apressadamente.- Não, fui eu quem instruiu a salvar você. Pense nis
- Duba, não é que eu não queira te contar, é apenas... Eu prometi a eles. Por favor, não insista mais nisso. Além disso, Maria nem está pronta para te ver agora. - Disse Miguel. Ele não queria magoar Eduardo com essas palavras, mas ao perceber a insistência dele, compreendeu que precisava falar de forma firme para fazer o homem desistir de vez.Eduardo apertou os lábios subitamente, sem dizer uma palavra. Miguel deu um tapinha em seu ombro e aconselhou com resignação:- Deixe isso ir, há muitos peixes no mar.Eduardo olhou para ele com um olhar melancólico:- No passado, quando você e Luísa brigaram e se separaram, eu também te aconselhei a desistir. Você desistiu naquela época?Miguel ficou momentaneamente atordoado, incapaz de responder. Nesse momento, Fernando se aproximou rapidamente deles.- Presidente Alves, a EstrelaComunicações tem sido recentemente administrada por um homem chamado Felipe. No entanto, os acionistas nos bastidores ainda não foram identificados. Eles mantiveram
Cláudio serviu em sua tigela um pouco dos pratos que ela sempre adorou.Maria olhou para aquelas deliciosas iguarias, hesitando antes de começar:- Eu... Eu não consigo comer essas coisas.- Antes você não podia, agora pode. - Cláudio sorriu e afagou a cabeça dela. - Você esqueceu, você já está melhor.Melhor? Embora ela realmente se sentisse muito melhor agora, ainda não conseguia acreditar que estava completamente recuperada.Vendo sua hesitação, Cláudio riu e disse:- Confie em mim, experimente. Coma um pouco, pode ir devagar. Precisa se acostumar com esses pratos. Comer apenas vegetais ou receber nutrientes por injeção não é suficiente para recuperar o corpo.Nunca antes alguém a tratou com tanta delicadeza.Maria sentiu um aperto no nariz, como se as lágrimas estivessem prestes a escapar.Ela respirou fundo, engolindo o nó de emoções que subia à garganta, e sorriu para Cláudio:- Está bem, vou experimentar. Nunca comi algo que você tivesse cozinhado pessoalmente antes.Não sabia s
- Eu quero, eu quero me vingar deles. - Disse Maria assim que terminou de falar, assinando seu nome com habilidade no local indicado. No final, ela acrescentou:- Depois que tudo estiver terminado, vou devolver essas ações para você.- Claro.Maria apertou os lábios, olhando fixamente para o contrato à sua frente. Antes, ela achava que sua vida estava quase no fim e só desejava aguardar a morte em paz. Embora estivesse cheia de ressentimento em relação àquelas pessoas, não tinha forças para planejar uma vingança.No entanto, agora que o destino lhe deu uma segunda chance, estava determinada a buscar reparação por todas as dores e humilhações que havia sofrido. Além disso, agora que estava viva, Eduardo e vovó Diana não desistiriam facilmente. Poderia se esconder com Cláudio por um tempo, mas não poderia viver escondida para sempre....Cedo da manhã.Maria foi acordada por um olhar nada amigável. Abriu os olhos rapidamente e se deparou com um rosto extremamente sedutor. De pé ao lado d
- Não entenda mal, o Pedro não é nosso filho, ele foi apenas acolhido pelo Cláudio.- Fora!O semblante de Cláudio ficou completamente sombrio.Isabela deu de ombros:- Tudo bem, tudo bem, estou indo agora mesmo.Depois que Isabela saiu, embora Maria tivesse muitas perguntas em mente, decidiu não perguntar nada afinal, pois tudo isso era assunto particular de Cláudio.Cláudio também não mencionou nada, como se Isabela nunca tivesse aparecido.Depois de um breve silêncio, Cláudio sorriu para ela:- Cuide bem de sua saúde, daqui a um mês, vou te levar de volta ao país.Voltar ao país significava enfrentar Eduardo novamente.Pensar na aparência implacável daquele homem ainda fazia o coração de Maria doer.Nesse momento, Cláudio de repente entregou-lhe um espelho.Maria pegou o espelho com surpresa e viu que ele estava retirando a bandagem de sua cabeça.Conforme a bandagem saía, as cicatrizes feias da queimadura desapareciam completamente, restando apenas uma marca de cor de carne leve.-
- Presidente Alves, o que está olhando?Eduardo fixou seu olhar na figura sedutora por um longo tempo, sentindo que aquela silhueta familiar lhe causava uma dor aguda no coração.Instintivamente, deu um passo para segui-la, mas Fernando o interrompeu abruptamente com sua voz.Quando olhou novamente, a figura já tinha virado o canto da parede.Ele nunca viu o rosto daquela mulher desde o começo até o fim.Mas a sensação de familiaridade continuou a assombrá-lo, persistente e inabalável.Observando a distração de Eduardo, Fernando sugeriu:- Que tal cumprimentarmos o Sr. Daniel, dizendo que a negociação de hoje foi cancelada e que discutiremos amanhã? Afinal, você já não descansa bem por tanto tempo, e hoje também voou por várias horas. Sua saúde certamente...- Não se preocupe!Eduardo desviou o olhar:- Você escolheu o presente para o Sr. Daniel?- Sim, escolhi.- Então vamos.Eduardo lançou mais um olhar na direção do canto da parede, antes de sair....Maria usava um vestido de alcin
Cláudio saiu do carro, seus olhos fixos em Maria, com um olhar profundo e um tanto assustador.Maria abaixou a cabeça nervosamente: - Cláudio, será que... Essa roupa que estou usando... Não fica bem?Isabela escondeu a escuridão em seus olhos e lançou um sorriso sedutor a Cláudio: - E então, as roupas que escolhi para ela são mais bonitas do que as que você comprou?- Ela não fica bem usando essas roupas.Cláudio disse, pegou um lenço branco de dentro do carro e o colocou sobre os ombros de Maria.O branco combinava lindamente com o roxo enevoado.Se antes a aparência dela era sensual, agora ganhava um toque a mais de elegância e dignidade.Sob o olhar de Isabela, Maria segurou o lenço e rapidamente deu alguns passos para trás, aumentando a distância entre ela e Cláudio.Embora não soubesse exatamente qual era a relação entre Isabela e Cláudio, preferia evitar mal-entendidos.Diante da evidente hesitação de Maria, Cláudio não disse nada, apenas se dirigiu a Isabela: - Da próxima vez
Ao sair do restaurante, ela se esgueirou rapidamente entre os arbustos verdes ao lado.Pelos intervalos dos arbustos, avistou Eduardo saindo apressado atrás dela.No rosto de Eduardo, se misturavam indignação, ódio e um toque de resignação.Maria cerrou os punhos, sentindo uma dor amarga no coração.Agora ela sabia que, viva ou morta, não importava onde se escondesse, ele só sentia ódio por ela.Esse ódio era como um nó que nunca desataria.- Presidente Alves, o que está acontecendo de novo?Fernando saiu apressadamente, olhando ansiosamente para Eduardo.Não sabia ao certo o que estava ocorrendo. Desde que tinham chegado aqui, o Presidente Alves parecia ter perdido a alma, sem saber o que havia presenciado.- Eu vi a Maria.Os olhos de Eduardo buscaram rapidamente ao redor e, pensando que ela estava intencionalmente fugindo dele, sentiu raiva e indignação.Fernando não acreditou:- Presidente Alves, você deve estar enganado. Como ela poderia estar aqui?- Não, tenho certeza de que era