A última frase foi dirigida a Cláudio.O semblante de Cláudio sombreou ligeiramente:- Só posso te oferecer aquela parte de terra no Norte, o resto, não conte com isso.- Ainda tão obstinado como antes. - Disse Daniel, acendendo um cigarro, com um sorriso leve.Franzindo a testa, Cláudio se dirigiu a Maria:- Saia por favor.Sensível ao fato de que ele não queria sentir o cheiro da fumaça, Maria sentiu um calor reconfortante no coração e obedeceu, deixando a sala obedientemente.Do lado de fora, aguardou ansiosamente, se questionando sobre as intenções de Daniel. Era evidente que Cláudio sabia do que se tratava aquele "algo", mas parecia ter uma importância imensa para ele.Contudo, apenas alguns minutos se passaram e Cláudio emergiu da sala, seu rosto carregando um frio perceptível.Maria percebeu que a conversa não havia sido bem-sucedida e tentou consolá-lo:- Está tudo bem, não precisamos do investimento dele.O objetivo de Cláudio em envolver Daniel como investidor era claro: apro
- Pedro, cuidado!Naquele exato instante, uma bola de basquete veio voando em direção a ele. Com destreza, Eduardo a agarrou e a arremessou com leveza, a bola caindo com precisão na cesta de basquete a uma boa distância dali. A bola quicou algumas vezes no chão antes de finalmente parar nas mãos de um garotinho de cinco ou seis anos.Uma mulher extremamente atraente correu até eles, ofegante, segurando o garotinho com urgência:- Tenha cuidado, não acerte as pessoas.O garotinho olhou fixamente para Eduardo. Sob a fraca iluminação, aquele rosto um pouco familiar revelou uma maturidade e seriedade pouco comuns para alguém de sua idade. O garotinho apontou para Eduardo,- Você joga muito bem.- Garoto, veja só a sua atitude, bem atrevido.Fernando, com as mãos nos quadris, olhava tranquilamente para o pequeno agitador não muito distante. No entanto, o garotinho ignorou-o, continuando a olhar fixamente para Eduardo:- Jogue uma partida comigo.- Você tem mesmo coragem, veja só você, mal c
- Como o Eduardo pode estar aqui? – Ela disse imersa no seu sentimento de surpresa misturado com animação. Na verdade, ela só conseguia pensar que poderia ser o destino, afinal, a Cidade R é imensa e ainda assim ela consegue se deparar com esse homem várias vezes. Cláudio recostou-se na cadeira, suas mãos longas batendo suavemente no vidro do carro, sua expressão silenciosa parecendo absorta em pensamentos. Após um tempo, ele riu suavemente e disse:- O destino é realmente curioso. Ele realmente encontrou o Pedro.Enquanto as palavras de Cláudio ecoavam, Maria olhava atentamente para o jovem garoto:- Ele é o garoto que você adotou? Ele parece ter a mesma idade que José e Ana.Cláudio ficou momentaneamente perplexo, um brilho fugaz passou por seus olhos. Ele riu e perguntou:- Você sabe quem é a mãe de José e Ana?Ao mencionar a mãe de José e Ana, Maria não pôde evitar sentir uma dor no coração. Ela balançou a cabeça e respondeu:- Não sei, mas... A mulher que deu à luz ao filho de Ed
Embora o homem também usasse uma máscara, aqueles olhos e sobrancelhas se assemelhavam incrivelmente aos de Eduardo. Até mesmo a postura ereta era idêntica à de Eduardo.“Seria ele o Eduardo? Será que ele ainda não retornou ao seu país? Não, não pode ser o Eduardo. Eduardo não viria a um baile como esse.” - Enquanto seus pensamentos se desenrolavam, ela não pôde deixar de rir de si mesma.“Mesmo que esse homem seja o Eduardo, qual é o problema? Por que ela deveria ficar nervosa ou com medo?” – Maria tentou se desvincular de seus pensamentos, mas era impossível. Após o homem se sentar de frente com ela, ele não disse uma palavra, seus olhos profundos ficaram fixados nela sem piscar.Maria sorriu, seus lábios vermelhos se entreabriram, emitindo a mesma voz de cinco anos atrás. Apesar de sua voz ter ficado prejudicada com o incêndio, agora, após anos de tratamento, já tivera uma evolução com 70% da voz recuperada, então, não precisava mais se esforçar para mudá-la.- Gostaria de beber al
Ao som da música começando a tocar, Maria deslizou na pista de dança com leveza. Naquele momento, ela estava dominando a arte da dança. O irônico era que, no passado, ela nunca tinha conseguido se apropriar dessa habilidade, sempre se convencendo de que não possuía o talento necessário.Agora, em menos de meio mês, ela já havia absorvido os princípios fundamentais dessa dança social. Talvez fosse a mentalidade imatura de sua juventude, em que ela não se dedicava o suficiente para aprender, ou talvez ela acreditasse que, com Eduardo ao seu lado, não precisava se preocupar em aprender.Porém, com um objetivo de vingança a impulsionando, ela mergulhava de cabeça em todas as suas atividades. O homem com quem ela dançava era um verdadeiro pé de valsa, todos os passos eram exatos e sua dança fluía impecável, assim como Eduardo costumava ser.Apesar de Maria executar os passos sem erro, esforçava-se para acompanhar o ritmo. Repentinamente, alguém esbarrou nela. Emitindo uma pequena exclamação
Após a participação do Presidente Alves na festa, parecia que algo incomum estava acontecendo com ele. Aquela curva estranha nos lábios dele estava dando calafrios em Fernando e ele só pensava se o Presidente Alves estava começando a perder o controle? Movido pelo ódio, corroído pelo ressentimento, consumido pela loucura...- Ah! Presidente Alves, o senhor... O senhor... – Tentou pronunciar Fernando, mas as palavras não saíam de sua boca, não tinha coragem de dizer o que estava pensando. “Ele não estava enlouquecendo, estava?”- Amanhã retornaremos ao país! – Fernando optou por dizer, mas antes que a segunda metade da frase pudesse ser dita, Eduardo o interrompeu com frieza.Fernando quase mordeu a língua.- Voltaremos amanhã? E a Sra. Daniel... – Disse Eduardo com um tom decepcionado. - Não há mais chances! – Respondeu Fernando. Afinal, Daniel estava segurando-os antes, mas agora não havia esperança. Fernando deixou os ombros caírem com uma expressão de incapacitado. - Parece que noss
Cláudio franziu a testa, mas sua pergunta saiu com suavidade: - O que ele fez com você? Maria balançou a cabeça de forma confusa: - Aquele homem, tenho certeza de que era ele – Maria respondeu deixando escapar uma risada contida. - Ele achou que eu não o reconheceria por causa da máscara, mas você sabe... Ele poderia se transformar em cinzas, que eu ainda o reconheceria... Cláudio ouviu suas palavras com gentileza, enquanto limpava cuidadosamente suas mãos, testa e pescoço com uma toalha úmida. Maria riu subitamente, um riso que logo se transformou em lágrimas em seu rosto. - Finalmente vou poder encará-lo de novo e não vou permitir que me humilhem e me maltratem... Todas as mágoas, todo o ódio, vou retomar tudo para utilizar no momento certo... Maria murmurou e, aos poucos, fechou os olhos. Cláudio secou delicadamente as lágrimas escorridas no cantos dos seus olhos. Ao contemplar a forma como ela adormecera, uma complexa mistura de emoções cruzou seu olhar. Às vezes, o ódio pode
-Sério? Ouvi falar que a protagonista é uma atriz que entrou pro ramo recentemente, será seu primeiro trabalho. Estou super curiosa para saber como ela é.- Olha só, tem muitos repórteres da mídia aglomerados lá. Vamos dar uma passada para conferir rapidinho......Mariana puxou Viviane, ansiosa:- Olha só, uma estreante chegando com todo esse alvoroço. Se o seu rosto não melhorar logo, ela vai roubar todo o seu brilho.Viviane também estava indignada. Ela costumava ser cercada por uma multidão quando saía do aeroporto, mas por causa do rosto machucado, ela tinha se escondido como uma reclusa nos últimos dias para não ter que aparecer desfigurada. Como ela poderia ousar exibir todo o seu esplendor?- Simplesmente não consigo acreditar que uma estreante possa ter mais destaque do que uma estrela internacional. Ou ela tem conexões poderosas ou é linda como uma deusa. Não consigo aceitar que ela seja mais bela do que a nossa Vivi. Vamos lá, vamos conferir! - Isabela estava incrédula com