Mesmo sendo primavera, o vento noturno ainda trazia um frio cortante. Maria estava sentada em silêncio à beira do rio, permitindo que a fina chuva gelada tocasse seu corpo.Seu cabelo estava completamente encharcado, o rosto pálido, magro, coberto com lágrimas e gotas de chuva. A marca vermelha e inchada de uma mão em seu rosto esta ainda mais evidente por conta de seu rosto molhado.Ela apertou suas mãos com força, uma reação extintiva para compensar os olhos frios e determinados que se transmitiam em seu rosto. Não importava o que a família Rocha fizesse para prejudicá-la, ela estava determinada a honrar o legado de sua mãe para o resto de sua vida.De repente, ouviram-se passos atrás dela, e logo depois, um grosso casaco foi colocado sobre seus ombros.Seu coração deu um leve salto. Ela se virou apressadamente, mas quando viu o rosto da pessoa à sua frente, uma expressão de decepção passou rapidamente por seus olhos.Era compreensível.Eduardo sempre acreditava que ela estava menti
Rodrigo estava preocupado que algo pudesse acontecer com essa mulher. No entanto, ele esqueceu que o amor dela estava direcionado a outro homem. Não importa o quanto ela tenha sido maltratada ou humilhada, ela só queria encontrar conforto nos braços de Eduardo.Ao lembrar da atitude bajuladora de Maria nos últimos dias, seus lábios se curvaram em escárnio e frieza. Eduardo sabia que toda a gentileza dela tinha segundas intenções, e ele não deveria ter se comovido tanto ou mesmo se abrandado por ela.Eduardo riu friamente, realmente não deveria.No meio da noite, Eduardo voltou para a Mansão da Baía Rasa, com o cheiro de álcool impregnado em seu corpo, cabelos desgrenhados. Os empregados o ajudaram a se sentar quando o viram nesse estado.- Sr. Eduardo, como o senhor chegou a esse ponto, ficando até debaixo da chuva? Se o senhor ficar doente, não será nada bom. Disse o empregado enquanto corria para lhe trazer uma tigela de Caldo de Peixe.Mas assim que Eduardo viu o Caldo de Peixe che
Maria ficou surpresa novamente. Será que ele ainda a via como Teresa? Afinal, palavras tão cruéis como essas só poderiam ser dirigidas a ela, e certamente ele não diria coisas tão pesadas para Teresa.O homem ainda estava com o rosto enterrado em seu pescoço, murmurando em voz baixa:- Se eu te matar, você vai se comportar, não vai mais sair correndo e não vai mais me deixar com raiva... Maria...Ao ouvir seu nome, Maria involuntariamente apertou os lábios, sentindo amargura no coração. Realmente, somente a ela ele diria palavras tão cruéis e implacáveis.Ela sorriu levemente e disse:- Você não precisa fazer isso pessoalmente... Não vai demorar muito até que seu desejo se realize.Eduardo não respondeu mais. Ela não sabia se ele havia adormecido ou não. Maria só sentia o calor pesado da respiração em seu pescoço. Ela se mexeu, tentou se levantar dos abraços dele, mas percebeu que Eduardo segurava sua cintura com firmeza, e não importava o quanto ela se esforçasse, não conseguia se lib
Viviane observou atentamente quando Maria saiu do quarto de Eduardo; sua expressão mudou instantaneamente. Maria, de propósito, empurrou a porta com muito frieza, deixando Eduardo ser visto por Viviane com apenas com uma toalha em volta da cintura. Como esperado, a expressão de Viviane ficou ainda mais desagradável, a inveja em seus olhos não pôde ser disfarçada.Maria sorriu levemente e passou ao lado dela, sussurrando baixinho:- O que eu conquistei, você jamais terá a chance de conseguir.Viviane estava tão irritada que não soube responder; seu rosto delicado estava levemente distorcido. Maria apreciou sua expressão de raiva e então sorriu ao voltar para o seu quarto.No entanto, mal havia retornado ao quarto, Viviane já estava logo atrás.- Vagabunda!Viviane, furiosamente, levantou a mão para bater em Maria.Maria olhou para os empregados que passavam do lado de fora da porta e riu friamente:- Vá em frente e bata, em menos de um minuto, todos saberão que você, Viviane, é apenas
Maria respondeu com indiferença:- Ele já me odiava desde o início, será que ele precisa de mais algum motivo para me prejudicar?Viviane se aproximou dela com satisfação e disse:- Eu disse a ele que você roubou o meu homem, e que se ele me ajudasse a te prejudicar, eu poderia recuperar o homem que amo. Meu avô concordou na hora. Parece que ele realmente me ama muito, e mesmo estando tão velho, ele ainda está disposto a cair em um truque para te prejudicar. Que vida miserável é a sua. Mesmo sendo sua neta, olhe o que seu avô pode fazer contigo. Eu realmente sinto pena por você.Maria riu sem se importar:- Então, ele na verdade é só seu avô, não o meu. Eu não me importo com o afeto dele, nunca o consederei em nada.Com afeto da família Rocha, Maria nunca se importou. Do começo ao fim, apenas sua mãe era é verdaderia família.Ao não ver decepção ou tristeza nos olhos de Maria, Viviane se sentiu impotente. Ela saiu resmungando:- Vou estar esperando por você no aniversário do meu avô.
- Você... Poderia me levar ao banquete de aniversário da família Rocha hoje?- Impossível! – disse Eduardo.Ele recusou categoricamente, sem deixar espaço para nenhuma fantasia.Maria apressou-se em explicar:- Eu só queria...- Chega!Eduardo disse friamente.- Você não causou confusão suficiente naquele dia? Hoje é o aniversário de Bruno, lá estarão figuras importantes do mundo dos negócios e da mídia. Se você fizer outro escândalo, quem irá consertar a bagunça ? Além disso, na coletiva de imprensa daquele dia, deixei claro que você é apenas uma empregada da família Alves, então não tem motivos você se intrometer nesse grande banquete.Em que exatamente você está pensando?Maria segurou o celular com força, seus olhos ficaram úmidos, humilhados pelo total desprezo com que Eduardo acabará de tratá-la..Realmente, esse homem não iria ajudá-la!- Maria, seria melhor você não ir a lugar nenhum hoje e ficar em casa com a avó.Eduardo encerrou a ligação assim que terminou de falar.Maria o
Ao ouvir essa notícia, o coração de Maria logo começou a bater mais rápido. Era realmente a festa da família Rocha, que coincidência incrível. Nesse momento, Helena não sabia que ela era Maria, a filha adotiva da família Rocha trazida de fora; até o momento, ela achava que era Juliana.Maria ficou uns segundos sem responder. Percebendo o silêncio, Helena, quando pensou em algo, disse:- Olha, agora me lembrei, se não me engano, a família Rocha é a de Viviane, certo? Eu me lembro que você teve algum desentendimento com Viviane da última vez, e ela a chamou de irmã. Vocês se conhecem de algum lugar, não é?- Tive alguns problemas com ela sim. Eu te conto mais detalhes na próxima vez.- Ok, acho que você não deveria ir desta vez Tentar evitar problemas com ela lá. A culpa é minha, só fiquei pensando na alta comissão e quase esqueci disso.- Não, eu vou sim Helena.- O que? Você vai?- Qual é o endereço? Vou encontrar vocês lá.A família Rocha era uma família proeminente na Cidade C, por is
A festa estava lotada de convidados. Maria evitou o salão principal e contornou pelos portões laterais até chegar ao pátio da frente. Mesmo assim, era possível ver pela janela que o salão estava cheio. Como Bruno estava sentado na posição mais interna do salão, todos os convidados iriam cumprimentá-lo diretamente, primeiro pelo aniversário e depois para trocar alguma idéia sobre negócios. Todo esse recepção causou grande aglomeração no recinto.Comparado ao salão, havia menos pessoas no pátio, exatamente como Maria havia planejado. Ela carregava uma bandeja de queijadas e correu para colocá-las na mesa de comida. Enquanto se apressava para voltar à cozinha, um convidado a chamou de repente:- Garçonete, traga duas taças de vinho!Maria ficou paralisada por um momento, sem se mover. Ela pensou que não seria chamada, afinal, o pátio não tinha apenas ela como garçonete.- Estou falando com você, por que está aí parada? Os empregados da família Rocha são incompetentes demais, nada ágeis -