Ivan e os lobisomens discutiram sobre continuar na aldeia, se manter ali. Mas a melhor opção era ir pra outro lugar, afinal os vermes já sabiam a localização. E poderiam surgir a qualquer instante. -- temos uma aldeia vazia ao leste. -- Ivan disse meio exausto, enquanto a luz do sol raiava. Eu estava bocejando de sono, exausta enquanto encarava Ivan. Julian ficou mais ao meu lado, e me puxou para junto de si. Colocando seu capuz preto sobre meus ombros. Eu o fitei, ele apenas voltou sua atenção para Ivan. -- o que você acha? Pode vir conosco. -- eu tenho alguns aliados ao sul, pessoas que vão me ajudar nessa batalha. -- Ivan arregalou os olhos. -- Hector está com fogo nas veias Julian, você quer começar uma guerra agora? -- se não atarcamos agora... Ele vai continuar matando Ivan, você ouviu o que eu falei. Ele não vai parar, ele precisa ser parado. Eu vou matar esse filho da mãe. -- Ivan arregalou os olhos. E então se aproximou um pouco mais, Adam ficou ao seu lado me fitando
Voltei para o acampamento furiosa, com um conflito interno de sentimentos que eu não sabia explicar para mim mesma. Entrei em uma barraca, e logo tratei de começar a me trocar. -- Ravena escute... -- ele disse já entrando, a camisola molhada já estava em minha cintura. Meu busto estava a total amostra. Eu me virei para ele, que rapidamente olhou para onde eu não queria que ele olhasse. Eu me cobri nervosa, enquanto ele ficava parado lá. -- eu quero ficar sozinha. -- e eu quero conversar com você. -- ele se aproximou, eu dei alguns passos para trás. -- nem tudo tem que ser como você quer. -- eu nunca disse que tinha que ser como eu queria. -- ele se aproximou um pouco mais. -- você não entendi, mas eu preciso ir sozinho. -- ótimo, vá! -- como eu posso ir com você agindo assim? -- o que? -- você me trata dessa forma, sai do lago no momento que eu queria estar mais perto de você. -- eu ri com escárnio. -- é, eu vi o quão perto você queria estar. -- um sorriso irónico tomou se
Eu logo comecei a me preparar para a viagem, aparentemente ela seria longa. Os aliados que Julian conhecia estavam bem longe de nós, e para vencermos Hector, precisávamos nos apressar. Eu saí da tenda, e fui até Ivan. Que estava ao lado de Julian, Mary, Adam e Eris.-- tem certeza que vai levar ela Julian? Não vejo isso como uma boa ideia. -- Ravena é minha mulher, ela tem que estar comigo. Meus aliados precisam saber que nossa ligação é forte, não posso deixá-la aqui simplesmente. -- Adam me encarou. -- ela ficará mais segura conosco, você sabe muito bem o que pode acontecer no caminho. -- Julian olhou para ele de esguelha. -- eu posso proteger Ravena.-- pode mesmo? -- seus olhares se cruzaram, cheios de fúria. Eu me aproximei, e segurei o ombro de Julian. -- Ravena tem idade suficiente para decidir se quer ir, ou ficar, Adam. -- Mary disse rispidamente. Ele lhe lançou um olhar cortante. -- eu vou com Julian, eu... Eu sei que vocês lobisomens podem me proteger e farão isso se
Eu estava tentando vestir um vestido amarelo espalhafatoso, para eu pudéssemos ir. Quando Mary adentrou na tenda. -- deuses... Está tudo bem? -- nem um pouco. -- disse furiosa. -- estou exausta desses vestidos. -- disse olhando para ela. Mary vestia uma calça azul, e uma camiseta verde com um colete azul. Ela me fitou. -- que tal desistir desses vestidos por Enquanto? Você está indo para um lugar distante. Pode acontecer algo, é bom ter praticidade, não acha? -- eu engoli em seco. -- eu não posso usar calças. Ela sorriu. -- por quê? -- meus pais eles... Eles dizem que é coisa de cavalheiro, e eu sou uma princesa. -- ela riu. -- me diga... Seus pais estão aqui? Você quer uma calça como está? -- eu engoli em seco a encarando. -- eu quero uma calça como essa. -- ela estendeu a mão. -- venha, acho que temos quase o mesmo tamanho. E logo saimos de nossa tenda e fomos até a de Mary. Vi algumas rapinas que me olharam de esguelha, e logo adentramos no lugar onde Mary dormia. Ela ti
A viagem começou rápida, logo saímos das montanhas que cercavam Rocha nublada. Chegando nas enseadas da praia. Era estranho ver o mar novamente, Julian parecia ver minha empolgação de estar ali após tanto tempo. -- que lugar você vai querer visitar quando for livre para tal? -- eu me empertiguei sobre o cavalo. Pareciam que fazia anos que eu havia dito aquilo para ele. -- eu lia muitos livros de viagens no palácio, tem um lugar que eu sempre via nas páginas... Um lugar muito bonito, distante "elemor" um reino que fica ao sul, dizem que é sempre verde, e quente. Não há espaço para frio, ou medo. -- ele escutou com atenção, parecendo guardar a informação. -- elemor, hein... Eu já ouvi falar. Parece muito uma história infantil para mim, não acha?-- vocês também eram uma história infantil para mim, e olha onde estamos. -- ele ficou quieto um instante, um sorrisinho nasal saindo. -- tuchê, princesa. -- eu sorri. Continuamos a cavalgar mesmo a noite, os lobisomens ao nosso redor. Pro
Acordamos cedo no dia seguinte, meus sonhos haviam sido perturbados pela conversa intensa que havia tido com Adam. Fazendo-me ter diversos pesadelos, onde Julian me devorava e eu morria em seus braços. Aquilo me deixou perturbada, e o clima frio e escuro daquele dia não ajudou muito. -- podem ter vermes por perto. -- Mary disse ao nosso lado. -- por conta do céu? -- isso também, mas a floresta está quieta demais. Devemos ficar atentos. -- Julian assentiu. Estar no mesmo cavalo que ele, também me deixava mais desconfortável. Seu braço estava frouxo ao meu redor, e ele estava mais quieto que o normal. O que me fazia pensar se ele podia sentir meu desconforto. Andamos o dia inteiro novamente, e assim foram três dias seguidos. Para nossa sorte não havíamos topado com nenhum verme, ou inimigo. Paramos a margem de um lago mais a frente, para nos lavarmos e bebermos. Mary e Adam estavam conversando do outro lado da floresta, parecia uma discussão. Eris não parava de olhar para eles,
Tudo aquilo se tornou um maldito caos sem proporções imediatamente. Os lobisomens que estavam ao nosso lado desceram de seus cavalos, enquanto os guerreiros da floresta viam nossa direção. E eu via Mary sangrando no cavalo, enquanto Eris estava com os olhos arregalados. -- Mary, MARY! -- eu gritei. Julian olhou para eles. Sua mão continuou apertada em minha cintura. -- ADAM, MARY! -- ele a encarou, seu rosto ficando pálido. Rapidamente ele correu até ela, mas Eris não parecia disposto a soltá-la. -- que merda, TODOS PARA A FLORESTA! TODOS PARA A FLORESTA! -- Julian ordenou. Enquanto aqueles monstros gigantes não paravam de vir em nossa direção. Alguns vieram conosco, outros ficaram com Adam que tentava salvar Mary das garras famintas de Eris. Eu não conseguia ver mais nada, enquanto Julian corria o mais desesperadamente para dentro da floresta. Até que um deles atingiu nosso cavalo, e caímos no chão. Julian usou de sua agilidade rapidamente, para que eu caísse por cima dele p
Os guerreiros da floresta nos levaram para seu acampamento contra sua total vontade. Eles nos guiavam por entre as árvores, e riachos próximos. Enquanto eu continuava com o filhote em meu poder. Ele parecia assustado, mal se movia. Eu sentia pena, mas aquilo era necessário. Julian estava a todo instante ao meu lado. Eu não entendia bem o que a expressão no rosto dele significava, mas ele não parava de me encarar. Era... Estranho. Mais a frente Mary era levada no cavalo, ainda nos braços de Eris. Que não queria soltar ela a nenhum custo, eu estava impressionada com seu autocontrole em relação ao sangue dela. E Adam estava ao nosso lado, ele encarava os grandes guerreiros da floresta com ódio crescente. Passamos por mais uma grande floresta escura, até que chegamos em um bosque. Os guerreiros pararam, assim como nós. o mais alto, aparentemente o líder foi na frente. Fez um gesto com as mãos, disse algumas palavras em uma língua estranha. E então como mágica, toda uma aldeia foi re