— Como ela está, Lily? — a moça girou levemente o corpo para trás, para observar Sulivan entre os convidados.
— Sorrindo tanto que parece nem ter ossos no rosto.
— Foi uma ótima descrição. — Collin riu.
Apesar de haver poucos convidados a festa estava bastante animada. A maior parte dos presentes eram da família de Dirceu. Até a banda de Tomás, o filho caçula de Dirceu, havia tocado algumas músicas logo no início da festa, e como eram conhecidas todos cantaram junto. Ficou evidente que o garoto tinha potencial.
Depois de ter se apresentado para umas trinta pessoas, Collin ficou impaciente e quis procurar uma mesa afastada
Quase seis horas de voo e duas escalas depois de embarcarem no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Galeão, os quatro viajantes desembarcaram em Porto Seguro, na Bahia.Assim que notaram a ausência da filha, Helena e Sócrates tentaram desesperadamente entrar em contato com ela. Mas, a moça ignorou suas ligações e quando entrou no avião desligou o aparelho.A viagem havia sido tranquila, embora Sulivan e Collin que nunca haviam entrado em um avião tivessem ficado bastante apreensivos. Corroída de remorso por ter fugido de casa e decepcionado os pais, Lily, não falou muito durante o voo. Isso fez Collin se preocupar depois do que havia acontecido no final do dia anterior durante a festa. Naquela manhã ela havia aparecido afirmando estar bem. Quando Collin a quest
— E aí? Já fez o pedido? — Ela perguntou impaciente e ele assentiu com a cabeça. — O que você pediu?O que ele queria, era que apenas por um momento, pudesse enxergar seus olhos, ver seu sorriso, contemplar a paixão no olhar dela quando olhava para ele. Ele adoraria se embevecer no seu olhar.— Collin, o que você pediu? — Ela insistiu em consequência do silêncio dele.— Se eu te contar, não vai se realizar. — respondeu emocionado.Lily se comoveu, imaginando que o pedido dele teria algo a ver com voltar a enxergar. Ela sentiu o peito contrair com o pesar.— Mas, eu tenho outro p
Depois de haver adormecido novamente em meio as suas reflexões, Lily despertou sentindo um leve formigamento nos lábios. Ao abrir os olhos, entendeu que Collin a beijava com ternura.— Bom dia, anjo. — Ele falou entre um beijo e outro. — Você dormiu bem?— Bom dia, meu amor! Sim. — Ela respondeu encarando o rosto dele, inchado e amassado.— Estou tão aliviado que não tenha apenas um sonho. — Ele desceu novamente até seus lábios, tomando-os apaixonadamente. — Meu Deus! Estou te amando de verdade.— Eu também te amo, Collin. Eu queria ter dito ontem, mas fiquei tão boba quando você falou, que perdi
— Desculpa, Lily! Mas eu não compreendi o que você disse.— Você tem razão, fez tudo certo naquele dia. Era improvável que algo desse errado. E não teria acontecido nada, se eu não tivesse sabotado você.— Fala algo que eu entenda, porque até agora, o que você falou não fez nenhum sentido. Você está brincando comigo? — Ele continuava se negando a entender.Lily, pensou em retroceder, fingir que era realmente uma brincadeira, fugir dali, mas se quisesse provar que o amava precisava contar a verdade. Ela ajoelhou-se diante dele, as lágrimas desciam abundantemente, a respiração dela era entrecortada, precisa falar devagar, ter cuidado com as palavras para que
Os olhos de Dirceu brilhavam de paixão enquanto observava sua esposa cuidar da pele levemente queimada de sol antes de se deitar. Instantes mais tarde, eles estavam deitados, aconchegados, trocando beijos e juras de amor, em clima de lua-de-mel. O assobiar de uma ventania forte provocou calafrios em Sulivan, quando invadiu o quarto agitando as cortinas e as páginas do livro de cabeceira que Dirceu folheava antes dela se deitar. Sulivan se desprendeu do abraço do marido e levantou para fechar a janela. O mar estava agitado e o céu encobria-se de nuvens, parecia que estava vindo uma frente fria. Ela tocou a janela na intenção de fechá-la, antes, porém, teve o ímpeto de dar uma última olhada no jovem casal que havia ficado conversando na areia próximo à casa. Mas não viu o filho, nem a nora. Ela apertou os olhos tentando localizá-los na praia.
Por volta de três horas da madrugada, Sócrates chegou no hospital em Porto Seguro, atordoado, buscando notícias da filha. Sulivan sentada no fundo da recepção, ouviu quando ele pronunciou o nome de Lily para a mulher do balcão, e levantou os olhos no instante em que a mesma mulher apontou na sua direção. Eles se entreolharam e Sócrates acenou a distância com um gesto de cabeça. Antes que ela conseguisse, se livrar de Collin que dormia apoiado ao seu corpo e se levantar, o homem seguiu a enfermeira e desapareceu pela porta da ala restrita. Cerca de meia hora depois ele retornou apressado, e trocou algumas poucas palavras, com ela e Dirceu, agradecendo o apoio. Assegurou que os aguardaria no Rio para conversarem e esclarecerem algumas coisas, e então partiu, levando Lily e deixando-os para trás, somente com a exaustão no corpo e a confusão
Cada músculo do seu corpo doía por conta do embate com as ondas, mas sua mente simplesmente não parava. Collin tinha estado ansioso para ficar sozinho e tentar digerir tudo que havia acontecido na noite passada. Até tentar dormir um pouco, se conseguisse. Então, quando Leonardo apareceu naquela tarde acompanhado dos meio-irmãos, ele de início, não apreciou a invasão. Mas, passado algum tempo, se conformou e até gostou da companhia.Ser parte daquele pequeno grupo, trouxe um pouco de leveza para sua alma, e por alguns breves momentos, mantivera sua mente distante de pensamentos negativos. Era bom ter irmãos, e já que os filhos mais novos de Dirceu, se mudariam para sua casa em breve, aquelas reuniões serviam também para se aproximarem. Pena, que ele estava no seu pior estágio.
Helena ficou emocionada quando finalmente conheceu Collin.— Sou a mãe da Emily. Estava ansiosa para te conhecer. Meu Deus! Você é tão bonito! — exclamou puxando-o para dentro de seus braços. E antes de soltá-lo deu um beijo no rosto, fazendo-o corar. — E alto! — Helena tinha a mesma altura de Lily.— Sou Sócrates, o pai. — falou em tom grave e sisudo.Collin se recuperou da recepção calorosa da mãe de Lily, e estendeu a mão para cumprimentar o sogro, que aferrou o aperto de mão, quase quebrando seus dedos.— É um prazer, conhecer vocês! — Collin falou tentando relaxar a mão que por pou