— Coma a Ana está? — Gi pergunta assim que nos acomodamos nas cadeiras acolchoadas.— Bem melhor! Está conversando e está mais animada também — respondo com satisfação na voz.— E como ela reagiu quando soube dos bebês? — indaga, abrindo um sorriso. Eu bufo.— Não reagiu. Eu ainda não contei para ela — digo e os encaro.— Como não? Ela tem o direito de saber, Luís! —rebate exasperada. Eu dou de ombros.— Eu sei e ela vai saber! Só não tive a oportunidade ainda. Como estão as investigações? — mudo o foco da conversa, a final ainda não estou preparado para falar com a Ana sobre os nossos filhos.— Já descobrimos o carro, a placa e através dela também rastreamos o motorista. Infelizmente ele está foragido, mas não se preocupe, nós vamos encontrá-lo — garante. Eu apenas concordo com um aceno de cabeça.— Tenho duas coisas para contar pra vocês. A primeira coisa, a Karol me procurou por esses dias. Ela me disse que encontrou a Camilly e que ela confidenciou que estava disposta a tirar Ana
Ana JúliaPassar trinta dias confinada dentro de um hospital não foi a coisa mais agradável do mundo, mas Luís fez questão de que eu ficasse cada minuto determinado pelo médico repousando, sem fazer exatamente nada, além de dormir. Minha perna já estava bem melhor e mesmo assim, o meu noivo exigia que eu andasse de cadeira de rodas para onde quer que eu fosse. Preferi não o contrariá-lo, pois não queria tirar dele a felicidade e o prazer de cuidar de mim pessoalmente. Meu noivo deixa a pequena mala ao lado da poltrona e se acomoda ao meu lado na cada, abraçando-me e beijando-me carinhosamente. Estamos aguardando o papel da minha alta médica. Na verdade, estou contando os minutos para chegar em casa. Minutos depois, o médico entra no quarto deixando as devidas recomendações, algumas receitas e uma indicação para um obstetra, para acompanhar minha gravidez. Não demora muito e eu finalmente estou fora do hospital. Caramba, nunca fiquei tão feliz em sentir o vento bater em meu rosto. Sent
— Não quero acusar ninguém sem ter provas, meu amor, mas sim. Eu acho que isso tem muito a ver com ela e quero você e os meus pontinhos em segurança. Tudo bem pra você? — Abro um meio sorriso e beijo o cantinho dos seus lábios.— Tudo bem! Também prefiro que seja assim — falo. Ele sorri, mas é um sorriso fraco.— Vou para o meu escritório aqui de casa mesmo, tenho uma videoconferência com o pessoal do Japão, que já foi adiada por muito mais tempo do que deveria. Esses dias vou trabalhar em casa, até que esteja recuperada de verdade. Já combinei tudo com o Marcos. Ele vai ficar me passando as coisas que tenho que resolver daqui e ele cuida do resto por lá — diz e respira fundo. — Agora eu quero que você descanse um pouco, tá bom? — pede, deixando um beijo casto em meus lábios.— Tudo bem! — Luís sai do quarto e eu me deito melhor na cama, mas não tenho um pingo de sono, então resolvo ligar para Clarissa. O celular chama e ela me atende no segundo toque.— Oi, amiga, como você está?— B
— Fala, Gisele! — digo assim que a atendo.— Luís, recebeu o meu e-mail? — indagou, no mesmo instante em que o sinal soou na tela do meu computador. Eu cliquei para abrir a mensagem.— Acabei de abri-lo. — respondi enquanto lia a pauta da pesquisa. — Tem certeza de que esse tal de Augusto é o cara que provocou o acidente?— Absoluta, meu amigo! As imagens não mentem. Puxei a fixa do desgraçado, como você pode ver. Só nos resta saber onde o filho da puta está agora, para confessar o porquê ou quem o mandou fazer isso. — Bufei audivelmente.— É, está tudo meio confuso mesmo. Essa merda toda parece um quebra-cabeças difícil de montar! — rosnei impaciente.— Difícil, meu caro, mas não impossível. Nós vamos conseguir. Vou colocar um detetive no pé de Carlos também, quem sabe ele não nos leva a esse homem?— Faça o que for preciso, Gisele. Você sabe que dinheiro não é um problema.— Pode deixar, “chefinho” — disse o apelido e riu do outro lado da linha.— Maldita Mônica! — rosnei, encerrand
Dois meses depois...Ana JúliaDe volta à faculdade, que delícia! Ainda tenho um pouco de dificuldades para andar, ando com a ajuda de uma bengala. Emerson, meu novo segurança, dirige o carro enquanto eu repasso o assunto da prova que farei na primeira aula. Quando chego na faculdade, vou direto para a minha sala, e sou recebida por meus amigos com uma salva de palmas e um “seja bem-vinda!” em alto e bom tom. Sorrio, emocionada. É muito bom se sentir querida. O clima de sala de aula, o companheirismo dos colegas... amo muito tudo isso! E como eu senti muita falta de tudo isso! Depois das congratulações e dos abraços, vamos para as aulas... É fácil ter concentração quando você gosta do assunto, do curso em si. Durante o primeiro horário, tivemos uma aula muito proveitosa e bem produtiva. O segundo horário foi dedicado à apresentação das maquetes. Uma sala ampla com mesas enormes para os alunos, professores e membros da secretaria. Devo ressaltar que há maquetes dignas de uma premiação
— Sabe, pontinhos, o papai estava pensando se vocês iriam gostar do quarto de vocês amarelo. O que acham? Porque eu não quero pintar uma parede rosa e a outra azul. Também não quero que vocês fiquem em quartos separados, tenho certeza de que vocês se curtem aí, sempre juntinhos, não é? Concordam que amarelo daria certo para os dois? — Ele para de falar, como se esperasse uma resposta dos bebês, e depois continua: — Eu também acho, mas vou perguntar se a mamãe concorda também, ela também tem que participar! — Beija a minha barriga e continua: — Eu amo muito vocês! Não esqueçam disso, nunca, tá bom? — Eu fico simplesmente maravilhada! Luís termina seu papo de pai e filhos e vem engatinhando em minha direção. Ele me beija uma... duas... três vezes...— Como está se sentindo, meu amor?— Bem melhor! Você me faz sentir bem! — Ele sorri.— Que bom ouvir isso, pequena! — Ele me dá um beijo casto, que aos poucos, vai ganhando proporção. Vai ficando quente... Suas mãos vão para os meus seios,
— A verdade é que eu já estava apaixonado por você. Eu só não sabia ainda. Mas eu queria você por perto. O apartamento fica praticamente em cima do meu, então.— Meu Deus, Luís! Você maquinou tudo isso? — rebato, com fingida indignação. Ele balbucia. As mãos exasperadas vão aos cabelos. Ele está nervoso.— Não fique brava comigo, Ana! Foi por amor. — Ele tenta explicar. Dessa vez não deu para segurar: eu explodo em uma gargalhada alta. Luís faz carinha de inocente, o que só piora a situação. — Você... você está rindo de mim, pequena? — indaga, fazendo uma cara de mal. Eu engulo o riso e faço que não com a cabeça.— Bom, eu acho que sim! — diz, ficando de joelhos na cama e me agarrando pela cintura, o que me faz soltar gritinhos. Luís faz cócegas, e eu não consigo mais parar de rir.— Para, Luís, por favor! — peço em meio às risadas escandalosas.— Só se disser que sim para mim! — Ele faz ainda mais cócegas, e eu grito a resposta que ele tanto quer ouvir.— Siiiiiiiiim!!! Sim! Agora pa
Um mês depois...Luís RenatoO tempo realmente passa muito rápido. Olhando a imagem de Ana sorrindo no porta-retratos que está sobre a minha mesa, admiro a sua barriga com devoção, me encantando com o seu tamanho. Ela já está de quatro meses e seu ventre já está extremamente saliente e, ela está linda! Embora seja uma gravidez tranquila, existem alguns desconfortos, mesmo assim, ela não para. A faculdade vai de vento em popa e a sua empolgação continua a mesma do início. Temos passado nossas horas vagas em casa, no conforto da nossa cama, curtindo nossos pontinhos, que estão crescendo de uma forma assustadora a cada dia. Hoje ela vai escolher o vestido de noiva junto com minha a mãe e a Lilian. Eu queria estar lá, para fazer isso junto com ela, mas as mulheres protestaram e praticamente me puseram para correr de casa. Confesso que a minha ansiedade para enfim torná-la minha esposa não tem tamanho e não vou mentis, estou contando cada minuto para que esse dia chegue e para ouvi-la fina