— Não quero acusar ninguém sem ter provas, meu amor, mas sim. Eu acho que isso tem muito a ver com ela e quero você e os meus pontinhos em segurança. Tudo bem pra você? — Abro um meio sorriso e beijo o cantinho dos seus lábios.— Tudo bem! Também prefiro que seja assim — falo. Ele sorri, mas é um sorriso fraco.— Vou para o meu escritório aqui de casa mesmo, tenho uma videoconferência com o pessoal do Japão, que já foi adiada por muito mais tempo do que deveria. Esses dias vou trabalhar em casa, até que esteja recuperada de verdade. Já combinei tudo com o Marcos. Ele vai ficar me passando as coisas que tenho que resolver daqui e ele cuida do resto por lá — diz e respira fundo. — Agora eu quero que você descanse um pouco, tá bom? — pede, deixando um beijo casto em meus lábios.— Tudo bem! — Luís sai do quarto e eu me deito melhor na cama, mas não tenho um pingo de sono, então resolvo ligar para Clarissa. O celular chama e ela me atende no segundo toque.— Oi, amiga, como você está?— B
— Fala, Gisele! — digo assim que a atendo.— Luís, recebeu o meu e-mail? — indagou, no mesmo instante em que o sinal soou na tela do meu computador. Eu cliquei para abrir a mensagem.— Acabei de abri-lo. — respondi enquanto lia a pauta da pesquisa. — Tem certeza de que esse tal de Augusto é o cara que provocou o acidente?— Absoluta, meu amigo! As imagens não mentem. Puxei a fixa do desgraçado, como você pode ver. Só nos resta saber onde o filho da puta está agora, para confessar o porquê ou quem o mandou fazer isso. — Bufei audivelmente.— É, está tudo meio confuso mesmo. Essa merda toda parece um quebra-cabeças difícil de montar! — rosnei impaciente.— Difícil, meu caro, mas não impossível. Nós vamos conseguir. Vou colocar um detetive no pé de Carlos também, quem sabe ele não nos leva a esse homem?— Faça o que for preciso, Gisele. Você sabe que dinheiro não é um problema.— Pode deixar, “chefinho” — disse o apelido e riu do outro lado da linha.— Maldita Mônica! — rosnei, encerrand
Dois meses depois...Ana JúliaDe volta à faculdade, que delícia! Ainda tenho um pouco de dificuldades para andar, ando com a ajuda de uma bengala. Emerson, meu novo segurança, dirige o carro enquanto eu repasso o assunto da prova que farei na primeira aula. Quando chego na faculdade, vou direto para a minha sala, e sou recebida por meus amigos com uma salva de palmas e um “seja bem-vinda!” em alto e bom tom. Sorrio, emocionada. É muito bom se sentir querida. O clima de sala de aula, o companheirismo dos colegas... amo muito tudo isso! E como eu senti muita falta de tudo isso! Depois das congratulações e dos abraços, vamos para as aulas... É fácil ter concentração quando você gosta do assunto, do curso em si. Durante o primeiro horário, tivemos uma aula muito proveitosa e bem produtiva. O segundo horário foi dedicado à apresentação das maquetes. Uma sala ampla com mesas enormes para os alunos, professores e membros da secretaria. Devo ressaltar que há maquetes dignas de uma premiação
— Sabe, pontinhos, o papai estava pensando se vocês iriam gostar do quarto de vocês amarelo. O que acham? Porque eu não quero pintar uma parede rosa e a outra azul. Também não quero que vocês fiquem em quartos separados, tenho certeza de que vocês se curtem aí, sempre juntinhos, não é? Concordam que amarelo daria certo para os dois? — Ele para de falar, como se esperasse uma resposta dos bebês, e depois continua: — Eu também acho, mas vou perguntar se a mamãe concorda também, ela também tem que participar! — Beija a minha barriga e continua: — Eu amo muito vocês! Não esqueçam disso, nunca, tá bom? — Eu fico simplesmente maravilhada! Luís termina seu papo de pai e filhos e vem engatinhando em minha direção. Ele me beija uma... duas... três vezes...— Como está se sentindo, meu amor?— Bem melhor! Você me faz sentir bem! — Ele sorri.— Que bom ouvir isso, pequena! — Ele me dá um beijo casto, que aos poucos, vai ganhando proporção. Vai ficando quente... Suas mãos vão para os meus seios,
— A verdade é que eu já estava apaixonado por você. Eu só não sabia ainda. Mas eu queria você por perto. O apartamento fica praticamente em cima do meu, então.— Meu Deus, Luís! Você maquinou tudo isso? — rebato, com fingida indignação. Ele balbucia. As mãos exasperadas vão aos cabelos. Ele está nervoso.— Não fique brava comigo, Ana! Foi por amor. — Ele tenta explicar. Dessa vez não deu para segurar: eu explodo em uma gargalhada alta. Luís faz carinha de inocente, o que só piora a situação. — Você... você está rindo de mim, pequena? — indaga, fazendo uma cara de mal. Eu engulo o riso e faço que não com a cabeça.— Bom, eu acho que sim! — diz, ficando de joelhos na cama e me agarrando pela cintura, o que me faz soltar gritinhos. Luís faz cócegas, e eu não consigo mais parar de rir.— Para, Luís, por favor! — peço em meio às risadas escandalosas.— Só se disser que sim para mim! — Ele faz ainda mais cócegas, e eu grito a resposta que ele tanto quer ouvir.— Siiiiiiiiim!!! Sim! Agora pa
Um mês depois...Luís RenatoO tempo realmente passa muito rápido. Olhando a imagem de Ana sorrindo no porta-retratos que está sobre a minha mesa, admiro a sua barriga com devoção, me encantando com o seu tamanho. Ela já está de quatro meses e seu ventre já está extremamente saliente e, ela está linda! Embora seja uma gravidez tranquila, existem alguns desconfortos, mesmo assim, ela não para. A faculdade vai de vento em popa e a sua empolgação continua a mesma do início. Temos passado nossas horas vagas em casa, no conforto da nossa cama, curtindo nossos pontinhos, que estão crescendo de uma forma assustadora a cada dia. Hoje ela vai escolher o vestido de noiva junto com minha a mãe e a Lilian. Eu queria estar lá, para fazer isso junto com ela, mas as mulheres protestaram e praticamente me puseram para correr de casa. Confesso que a minha ansiedade para enfim torná-la minha esposa não tem tamanho e não vou mentis, estou contando cada minuto para que esse dia chegue e para ouvi-la fina
Camilly— Vocês são um monte de merda, mesmo! — rosno alto e irritada. — Nunca vi tanta incompetência em dois homens de uma só vez! Estou cercada de incompetentes! Mas, que droga! — grito e enfurecida, jogo alguns objetos e chuto outros. Eles parecem assustados com a minha atitude. Que se dane! Com sangue nos olhos, olho para Carlos e depois para Augusto.— Você só tinha que tirá-la daquela maldita loja, levá-la para o cativeiro e depois, enviar a foto para o imbecil do Luís! Não era tão difícil de entender, porra!— Camilly, não deu pra fazer. Ela nunca ficava sozinha, tinha sempre aquelas duas lá por perto e ainda tinha um segurança do lado de fora. O que você queria que a gente fizesse, caramba? — Carlos exasperada e tenta se justificar.— Ah, claro! Aí vocês tiveram a excelente ideia de não pegar a vadia e ainda alertar o noivinho de que estávamos de olho nela. É isso, seus idiotas? — berro.— Foi mal aí, dona! — Augusto fala pela primeira vez.— Foi mal? Foi mal, porra? É só o qu
Luís Renato— Rastrearam a mensagem? — pergunto adentrando o escritório de Gisele, onde estão o delegado, o detetive, meus seguranças, Marcos e Guilherme.— Fizemos isso, doutor, mas foi inútil — Freitas disse frustrado.— Como assim?— Provavelmente o celular é do tipo descartável, Luís. Eles usam e descartam, assim não são rastreados. — Guilherme explica. Fecho os olhos e esfrego o meu rosto de forma exasperada. Estou cansado dessa merda toda, dessa brincadeira de gato e rato! E quero pôr um fim nisso tudo!— Vocês não entendem! Eles estão chegando cada vez mais perto da minha mulher e eu não estou vendo nada resolvido. Eles estão sempre um passo à frente de nós, caralho! — rosno exasperado.— Calma, Luís! Estamos todos nos esforçando, cara. Vamos aumentar a vigilância em cima deles. Colocamos três detetives revezando os horários, mais dois seguranças perto da Ana e na sua casa.— Vocês não entendem, porra! Eu estou cansado, não consigo dormir direto, sabendo que estão atrás da Ana