Cristal Música agitada, uma multidão de jovens bebendo e se pegando em uma bela mansão de um condomínio seletivo e fechado bem no centro do Rio de Janeiro? Pois é, não encontramos nada disso. Quer dizer, com exceção da mansão, essa está bem aqui. O carro adentra o amplo terreno com um tapete verdejante invejável, adornado por lindas e belas flores. E como o meu pai sugeriu, o carro nos deixou bem na entrada, mas os seguranças permaneceram do lado de fora da casa, próximo aos portões largos, com os demais seguranças. Mick toca a campainha e eu aguardo ansiosa. Não demora para Lucas abrir a porta, porém, estranho o silêncio dentro da casa. Ok, mais estranho ainda é não ver convidados algum pela casa.— Ah, chegamos muito cedo? — Mick inquire olhando de um lado pra o outro da ampla sala de visitas.— Ah, não! É que eu mudei o horário da festa. Desculpa, eu achei que tinha avisado! — Mudou o horário, mas não era ele quem estava ao telefone cobrando a nossa presença há poucos minutos? Ten
Cristal— O que está fazendo? Deixa-o em paz seu monstro!! — berro, lutando para me soltar.— Venham! Deixem o casalzinho cuidando um do outro, enquanto organizamos a nossa partida. — Ele ignora os meus protestos e vai até a porta, saindo em seguida. Logo ficamos sozinhos aqui dentro.— Merda! Merda! Merda! E agora? O que vamos fazer? — pergunto em pânico e o meu pobre coração parece que vai sair pela boca.— Calma, Cris! Respira fundo e vamos pensar em algo. — Mick pede. Mas calma é a última coisa que tenho agora. Penso exasperada. Agitada, olho ao nosso redor, mas não vejo nada que possa nos ajudar realmente além de uma estante enorme e cheia de livros, uma mesa com alguns papéis em cima dela, o bar de canto com algumas garrafas e copos. Mas tudo está distante demais e se quebrarmos qualquer coisa, com certeza chamará a atenção deles para nós. — Eu consigo alcançar a sua mão. — Mick diz de repente. — Posso tentar soltá-la e depois você me solta.— Tá! — Sinto os seus dedos se movere
Cristal — Precisamos da sua ajuda, Edgar. Eu preciso dos seus homens. — Papai diz, mas os olhos de Edgar estão firmes e frios em cima de Max, que está do outro lado da sala. — O que ele faz aqui? — Vovô aponta firmemente para o segurança e o meu pai revira os olhos para ele. — O Max trabalha para mim, Edgar! — Papai resmunga impaciente e o meu avô puxa a respiração, se acomodando em um dos sofás. — Eu não trabalho com traidores, Luís e você sabe disso! — Ele resmunga com rispidez. — Qual é, Edgar? O Max justificou os seus erros do passado e nós averiguarmos os detalhes. Vimos que ele dizia a verdade. — E por que ele não nos pediu ajuda? — Edgar, por favor! Temos um garoto de apenas dezenove anos nas mãos de traficantes perigosos. Você vai ajudar nos ou não? — Por favor, vovô! — peço quase suplicante, saindo dos braços de minha avó. Dois celulares começam a tocar ao mesmo tempo. Jasmine e Max pegam os aparelhos e então me toco de que se trata do chip clonado. Max faz um sinal pa
JonathanMomentos após o sequestro de Mick...Não dá para acreditar que isso aconteceu de verdade. Porra, nós tivemos todos os cuidados possíveis quanto a nossa segurança, como isso aconteceu? Como chegaram tão perto assim? São muitas perguntas e não encontro respostas para nenhuma dela. Bastou uma brecha para esses filhos da puta entrarem e tirarem a nossa paz. Embora a minha esteja mais calma agora, a sua dor é palpável e nesse exato momento estamos reunidos na sala de visitas da minha casa.— Cris, eu sei que não está sendo fácil para você agora, mas preciso que me conte exatamente o que aconteceu. — Max pede com cautela. Ela o encara por longos segundos e percebo os lábios tremularem, enquanto seus olhos voltam a se encher de lágrimas.— Quando chegamos a casa do Lucas eu percebi que havia algo estranho. Não tinha ninguém casa, nem mesmo os empregados ou vestígios de que haveria uma festa. Ele deu a desculpa de que havia mudado o horário. O que era bem estranho também, já que ele
Jonathan— Qual dessas será a minha? — pergunto observando o arsenal organizado em um porta-malas.— Desculpa, filho, mas dessa vez você não vai!— O que? Por que não?— Porque eu preciso que fique aqui em casa com as mulheres.— Está brincando comigo, não é pai?— Não, eu não estou. A sua mãe, a Jasmine e a sua irmã estão aflitas. Elas precisam de você aqui. Então quero que fique e que ligue se algo acontecer — bufo audivelmente, aceitando a sua ordem mesmo contra a minha vontade. — Bom garoto! — Ele diz por fim.Sem alternativas, volto para dentro de casa e vejo que quase as mulheres estão aqui na sala, menos a Jasmine. Lisa está sendo consolada por seu marido. Minha vó está cuidando da Cristal. Mamãe está ao telefone provavelmente falando com a tia Mônica a sua melhor amiga de todas as ocasiões e decido ir procurar a minha namorada na cozinha. Depois na área da piscina e por fim vou para o segundo andar. Adentro o seu quarto e o encontro vazio.— Jasmine? — A chamo para ter certeza
Jonathan — Eu vou com você! — Ela diz prontamente.— Não, você não vai!— Jonathan, por favor! Eu preciso fazer alguma coisa, estou quase enlouquecendo aqui!— Você vai ficar bem aqui, Cristal! Os homens podem chegar a qualquer momento e eu preciso que diga para eles o que acabou de acontecer. Também quero que diga para eles aonde eu fui e o porquê.— Mas você vai sozinho? Não tem seguranças aqui para te acompanhar.— Eu preciso e quero que distraia as pessoas dentro de casa enquanto saio.— Eu não acho isso uma boa ideia! — retruca aflita. Contudo, ignoro os seus protestos calço os tênis. Depois pego a chave da moto e na sua direção, seguro em seus braços e a faço olhar dentro dos meus olhos.— Fique tranquila! Eu prometo ser cuidadoso, tudo bem? — mesmo relutante, Cris meneia a cabeça fazendo um sim para mim. — Ok! — sussurro a abraçando e quando saio dos seus braços, volto no closet e pego a última caixa debaixo das caixas de sapatos que mantenho lá embaixo, e tiro uma arma de lá.
Jonathan Na hora do jantar o silêncio na mesa me mata por dentro e olhar para a sua cadeira do meu lado vazia. Onde você está, Bonitinha? Pergunto internamente e um nó sufoca a minha garganta.— Tente comer alguma coisa, querido. — Mamãe pede docemente, mas faço um não com a cabeça, largando o talher dentro do prato.— Kevin. — Papai diz de repente.— O que tem o Kevin? — Mamãe indaga confusa.— Ele foi sequestrado pelo Cicatriz uma vez, lembra? E ele conseguiu fugir do cativeiro. — Ele se levanta com um rompante e sai da mesa com passos largos. No mesmo instante vou para o meu quarto e me jogo em cima da cama. Fico ali quieto, olhando para a sua imagem sorrindo para mim na foto que enfeita o meu criado mudo. Droga, eu preciso me desligar! Preciso dormir um pouco, mas eu simplesmente não consigo. Resolvo sair um pouco para respirar, porém, quando desço as escadas o clima não é dos melhores. Já é bem tarde da noite e os homens estão agitados com o telefonema do Cicatriz.— Eu não vou
MarrentoO encontro falso com Jasmine...Olho para o meu reflexo no espelho pela terceira vez. Jeans azul escuro, camisa de botão preta, botina de cano curto preta, os cabelos bagunçados, mas com estiloso e a barba feita. Tudo para agradá-la. Olho para a minha cama e fito o lindo buquê de rosas vermelhas com laços de fita da mesma cor que comprei para ela. Suspiro abrindo um sorriso largo e nervoso. Falta pouco mais de quarenta minutos para nos encontramos. Pensar nisso me deixa um tanto agitado e ansioso, vou até o closet e ponho o meu melhor relógio, uma corrente grossa de ouro 18k e borrifo algumas gostas de perfume. Solto outro suspiro e dou alguns passos largos até a cama para pegar o buquê, forçando-me a sair do quarto em seguida. Em segundos estou descendo as escadas e encontro Jacira, uma diarista passando o aspirador de pó em um tapete felpudo branco. A mulher me olha com uma certa curiosidade e desliga a máquina em seguida.— Uau, Seu Marrento! Vai se encontrar com alguma ga