Bônus do Marrento - parte 1— Não acredito que você a deixou escapar, Marrento! — Ele berra ao pé do meu ouvido fazendo algo tilintar lá dentro. Estamos no pico do morro mais propriamente na cede do chefão. O lugar parece um labirinto. É enorme e cheio de salas por todos os corredores. Cicatriz segura uma arma em punho e por duas vezes ele apontou o objeto para a minha cabeça violentamente. Ele está puto pela fuga da Jasmine. No entanto, foi melhor assim, porque não consigo imaginar o que faria comigo se descobrisse o que eu fiz com ela. A cena ainda está nítida na minha mente. Eu a machuquei, a fiz sangrar e se ele soubesse com certeza arrancaria o meu couro por isso. — Eu te dei uma missão, porra. Olhar a garota e mantê-la segura naquela casa, caralho! — rosna andando para perto de uma janela. Cicatriz me dá as costas. Eu podia me aproveitar dessa situação e pegá-lo de jeito, mas já vi muitos morrerem por muito menos que isso. — Eu vou te dar outra chance — diz sem se virar pra mim.
Bônus do Marrento - parte 2Tem um corte profundo no meu supercílio direito, outro no canto da boca, o meu olho esquerdo está inchado, tão inchado que mal consigo abri-lo, as maçãs do meu rosto não estão tão diferentes. O filho da puta foi a forra! Respiro fundo e após cuidar dos machucados sigo para o box e ligo o chuveiro controlando a temperatura da água. Passo horas debaixo da água morna me livrando do sangue colado na minha pele e cabelos. As dores começam a adormecer e quando finalmente sinto a maciez do colchão me lembro de Jasmine, do que eu fiz a ela e engulo em seco. Eu nunca bati em mulher na minha vida e juro que não me reconheci naquele momento. Eu só... fiquei puto por ela não me querer. E saber que ela gosta daquele almofadinha filho da puta me fez perder o controle. E quando vi, já tinha feito a merda toda. Saí daquela casa naquela noite me sentindo um merda e entrei em um bar. Eu precisava beber e tomei todas naquela noite até apagar e quando dei por mim estava amarra
Bônus do Marrento - parte 3 Com o passar dos dias eu recebo informações sobre os gêmeos apaixonados e sobre a minha garota e tenho raiva de saber que ela está cada vez mais envolvida com o filhinho do papai. Agora é uma questão de honra. Eu não quero qualquer Alcântara, eu quero o Jonathan Alcântara. Depois que Cicatriz tiver o que tanto deseja o levarei para o alto do morro e farei o que sei fazer de melhor. Ele terá o meu tratamento vip e nunca mais poderá encostar um dedo na minha princesa. Jasmine é minha, o destino dela é estar do meu lado e ao lado do seu pai. Ela será a rainha desse lugar e reinará comigo. Como todos os dias saio da comunidade com hora marcada, pois como mencionei, conheço todos os seus horários. Às sete ela está naquele maldito colégio de riquinhos, às onze ela volta para a mansão, às três e meia ela vai para uma clínica para uma consulta com a doutora Lilian Alcântara e isso acontece pelo menos três vezes por semana. E por duas vezes ela foi para uma danceter
MickMomentos antes da conversa com Cristal... Dormir com a cabeça cheia de imagens que você não quer ter é um inferno. Portanto já se pode imaginar como foi a porra da minha noite. Sem sono, cheia de raiva e de ansiedade. E por mais que eu queria apagar a imagem daquele maldito beijo eu simplesmente não consigo. São sete e quarenta da manhã e eu ainda estou deitado na minha cama sem ânimo e puto da vida. Porém, me arrasto para o banheiro e tomo um banho demorado, visto uma roupa qualquer e passo os dedos pelos cabelos agora mais cheios. Faço um lembrete de que preciso cortá-los. Depois da higiene pessoal saio do quarto e vou direto para a cozinha da casa. Um lugar aconchegante, bem equipado e grande, grande demais para Madeleine tomar conta, mas ela faz questão de dominar esse reino sozinha. Madeleine é a nossa cozinheira e foi a mulher que mais me deu mimos nessa casa. Não que os meus pais não tenham feito isso. Eles são ótimos pais! São presentes, carinhosos, amáveis e bons consel
Mick O momento da reconciliação...No segundo dia desse meu inferno particular estou praticamente sem forças e jogado na cama apenas olhando para a sua imagem na tela do meu celular. Isso é ridículo! Por que eu tenho que amá-la tanto assim? Por que não posso simplesmente deletar o que eu sinto do meu coração? Por que essa porra tem que doer tanto? Então me pego chorando. Chorando feito a porra de um menino! E no ato começo a acariciar a sua foto na tala. Que raiva de mim mesmo! Como posso ser tão fraco assim? Em um ato de desespero jogo o celular para longe de mim e seco as lágrimas, virando-me para o outro lado da cama. O telefone começa a tocar e imediatamente me viro outra vez encontrando o seu sorriso brilhando na tela. Estou tentado a atendê-la. Mas, que porra, ela não desiste nunca? Se eu ceder, ela fará tudo de novo e de novo, e de novo. Solto o ar pela boca e me forço a ignorar a ligação.... Está na cara que você gosta dela.... Ela te ama.... Me deixa explicar o que aconte
Mick A reconciliação...— Certo, vamos acabar logo com isso! — rosno baixinho e bato na porta. Aguardo ela abrir, mas é a Jasmine quem aparece no meu campo de visão — Oi! — digo quase sem voz. Jas me abre o sorriso doce de sempre e abre um pouco mais a porta revelando a minha... digo, a Cristal em pé próximo a um espelho.— Eu espero vocês lá embaixo! — A garota diz saindo logo em seguida e eu engulo em seco. Adentro o quarto meio sem jeito e sem conseguir olhar nos seus olhos, fito a decoração do cômodo. Contudo, sinto que os seus olhos estão o tempo todo em cima de mim, a cada passo que dou. Depois de um curto espaço de tempo decido enfrentar os olhos que são a minha perdição. Eles estão ansiosos e vívidos como sempre e por mais que eu não queira admitir, a sua intensidade me envolver.—Fala, Cristal! — Decido começar logo com isso, porém, ela me encara atônita.— O quê? — inquire baixinho e impaciente levo as mãos aos bolsos da calça.— A minha mãe disse que eu estava sendo injust
JasmineA melhor noite da minha vida inteirinha! Penso ainda sentindo as incríveis sensações que Jonathan me causou. Eu sou sua! Oh, Deus eu sou sua, completamente sua e não há nada nesse mundo que possa mudar isso. Estou sorrindo à toa, estou flutuando nas nuvens... estou perdidamente apaixonada por ele! Penso enquanto a sua moto corre pelo asfalto completamente vazio durante a madrugada. Mas quando entramos no perímetro da mansão Alcântara percebo o quanto fomos egoístas em pensarmos em nós mesmos, embora devo admitir, ficar trancada entre quatro paredes por todos esses dias e sendo vigiada vinte e quatro horas por dia estava nos enlouquecendo. Em segundos estamos entrando no escritório de Luís Alcântara que nesse instante está trombudo e carrancudo. Ele faz sinal para nos sentarmos, porém, permanece de pé fitando nós dois, mas o seu olhar repreensivo está sobre o filho.— Pai eu só quero pedir...— Senta-se, Jonathan! — Luís rosna interrompendo o filho. Eu suspiro baixinho e Jonath
JasmineAna termina a primeira folha e com essas poucas palavras conheci um pouco da história da minha mãe. Uma parte de que nunca ouvi antes.— Tudo bem? Eu posso parar se você quiser.— Não, continue por favor!— Ok, vamos lá! — Aguardo com expectativas. O tempo que vivi com a minha avó ela quase não falava nesse assunto e por mais que eu tentasse, ela sempre era evasiva ou media bem as palavras. Mas hoje consigo vê-la com outros olhos e penso que se estivesse viva com certeza seria a melhor mãe desse mundo!...Os meses foram se passando e você estava crescendo dentro de mim. Eu estava feliz de ver a minha barriga crescer e sorria sempre que me olhava no espelho. Hoje faço 20 anos e Pedro resolveu comemorar com uma festa grande em nossa casa. Ele convidou muitas pessoas. Pessoas elegantes, bem-vestidas, importantes, porém, eu não conhecia nenhuma delas e os meus familiares não quiseram vir. Eu não entendia o porquê tanta relutância em aceitar a nossa união até eu ver com os meus pr