— Bom dia, senhor Luís! Podemos conferir a sua agenda do dia? — Fechei minha cara ao ouvir o som doce da sua voz. Sem falar que me irrita saber que esse som consegue rasurar a escuridão dentro de mim e isso me deixa com medo, acuado.— Bom dia! Primeiro, preciso do meu café. — Lhe respondi da maneira mais profissional e o tom mais seco possível. Mas a sua resposta profissional me fez parar no meio da minha sala e eu encarei a xícara descansando sobre o pires. Um café quente, forte e puro, como eu gosto. Um ponto para você, senhorita Ana Júlia! Pontualidade, dois pontos. Talvez você tenha algum futuro por aqui… por enquanto. Repassamos toda a agenda do dia, e não sei o porquê, mas acabei por levá-la comigo à reunião com Bartolomeu e às inspeções dos hotéis do litoral, algo totalmente desnecessário, já que os próprios gerentes resolvem tudo isso sozinhos. Quando terminamos enfim as inspeções, almoçamos em um dos restaurantes do hotel. Como um cavalheiro, puxei uma cadeira para que ela s
Ana Júlia Falcão.Secretária do Doutor L. R. Alcântara.Assunto: Aviso.Ela me pediu para avisá-lo que só retornará ao Brasil na terça, pois precisam de mais um dia para resolver os problemas do novo hotel....Ansioso por conversar com ela, mesmo que o assunto seja trabalho, começo a digitar apressadamente:Luís Renato Alcântara.CEO da Caravelas e Hotelaria.Boa noite, senhorita Ana! Posso fazer uma pergunta?...Ana Júlia Falcão.Secretária do Doutor L. R. Alcântara.Sim....Luís Renato Alcântara.CEO da Caravelas e Hotelaria.Por que ela mesmo não me ligou avisando?... Ana Júlia Falcão.Secretária do Doutor L. R. Alcântara.Ela disse que tentou várias vezes, mas não conseguiu, senhor. Espero que o senhor não tenha se chateado!...Luís Renato Alcântara.CEO da Caravelas e Hotelaria.Não estou chateado, Ana, é só curiosidade mesmo. Acredito que ela tentou, quando eu estava jantando com meus pais....Ana Júlia Falcão.Secretária do Doutor L. R. Alcântara.Certo! Então, é isso!
Termino o meu café e saio da cozinha, subo as escadas e vou para o meu quarto. No banheiro, vou direto para o balcão da pia e encaro o meu rosto. A barba está cheia, e o cabelo desalinhado. Pego a máquina na gaveta e começo a fazer o design da minha barba. Ao terminar, vou para o box de vidro temperado e ligo o chuveiro. Tomo uma ducha rápida. Vou para o closet e escolho uma bermuda leve e branca, e uma camiseta azul-escuro, sandálias de dedo e os meus óculos de estilo aviador. Observo o visual no espelho de corpo inteiro e passo as pontas dos dedos em meus cabelos, alinhando os fios. Puxo a respiração, observando o homem ansioso, louco para sair da sua jaula.Definitivamente, não sei o que estou fazendo.Minutos depois, desço as escadas e noto que Marta não está mais na cozinha. Saio de casa e vou direto para o elevador. Mesmo parado na caixa de aço, as pontas dos meus dedos tamborilando na palma da mão e a perna inquieta dizem o quão nervoso estou com esse almoço. Abro o primeiro bo
— Tio, a Ana é a sua mamolada? — Minha afilhada pergunta depois de um tempo. Olho para Amanda meio constrangido com o seu comentário, e tento explicar para ela que a Ana é apenas uma amiga que veio para conhecê-la. Pergunto-me se Guilherme e Gisele estão pensando o mesmo que Amanda. Bom, a resposta para eles seria bem pragmática; não. Nem de longe quero um compromisso sério. O churrasco começa minutos depois e flui maravilhosamente bem e com todos estão bem à vontade! Conversamos de tudo um pouco, e logo depois, Amanda se anima para um banho de piscina, acompanhada da mãe, que convida Ana para um mergulho. Lanço um olhar de lado e vejo que ela aceitou sem pensar duas vezes. Tento desviar o meu olhar, mas, minha nossa! Vê-la tirar aquele shortinho, que deslizava pelas pernas em seguida, até chegar ao chão, revelando o pequeno biquíni de estampa floral foi o meu inferno! E o top, porra, ela tirou o top! O biquíni tomara que caia não conseguiu guardar os perfeitos seios redondos e moreno
Horas antes do churrasco na casa dos Albuquerque… Ana JúliaEntrei em casa com o meu coração quase saindo pela boca e encontrei minha amiga andando de um lado para o outro da pequena sala de visitas. Assim que me viu ela parou e respirou aliviada. Ela parecia desesperada.— Ana, onde você estava, menina?! Eu já ia ligar para polícia, para denunciar o seu desaparecimento — rosnou soltando o ar com força. — Pelo amor de Deus, já passam das oito e você deveria ter chegado desde às seis e meia! — disse, exasperada. — Puxei a respiração. Definitivamente, não sou uma boa amiga. Eu deveria ter ligado para ela!— Desculpa! — Ergui os meus braços. — Meu chefe resolveu se trancar no escritório dele e eu me distraí preparando a sua agenda para a segunda-feira — Dei de ombros. — Julguei que ele ainda precisaria de mim e fui ficando. Quando dei por mim, já eram oito horas, mas não fique assim, ele me trouxe em casa — disse abraçando-a.— Ele trouxe você? — Mônica se afastou do meu abraço e me ol
Me espreguicei em cima da cama e abri uma brecha de olho, encontrando um dia lindo e ensolarado. Saltei para fora do colchão e fui tomar um banho. Na dúvida, separei três pares de roupa para esse passeio, mas escolhi um short jeans branco, com banhado desfiado e um top preto. Pus o biquíni e vesti a roupa em seguida. Não fim uma maquiagem dessa vez, passei apenas um batom cor-de-rosa e amarrei meus cabelos com uma liga preta e antes de sair do quarto tive o cuidado de arrumar uma pequena bolsa de tecido floral com algumas coisas que talvez eu possa precisar. Na cozinha, tomei o meu café da manhã junto com a Mônica, que estava com um sorriso sinistro nos lábios e com a Belly, que estava em sua cadeirinha mamando. Terminei o meu café em silêncio e fui escovar os dentes e quando terminei, o meu celular vibrou dentro do bolso do meu short. Olhei a tela e abri um sorriso, que acredito estava maior que o meu rosto.— Luís já chegou! — avisei, saindo do quarto e peguei a minha bolsa de praia
Ana JúliaCheguei ao escritório uma hora mais cedo e como se já fosse automático, liguei o meu computador, separei algumas pastas para a reunião dos associados, fiz algumas cópias dos documentos para serem apresentados durante a reunião e liguei para uma padaria que fica bem próximo aqui do hotel. Pedi um café da manhã variado e organizei em um carinho na sala de reuniões. Verifiquei sua agenda do dia e olhei o relógio soltando uma respiração baixa. Faltam poucos minutos para o meu chefe chegar. Pensei me sentindo empolgada e corri para a copa para fazer o seu café do jeito que ele gostava e voltei para a sua sala, para organizar tudo sobre a sua mesa. O elevador fez o seu sinal habitual, anunciando a chegada de alguém e o senhor Luís saiu de lá acompanhado, dessa vez de Cassandra. Ela está linda em seu conjunto de terno azul marinho. — Bom dia, Cassandra! — digo lançando um sorriso amistoso.— Bom dia! Nossa, já está aqui? — Ela abre um sorriso gigante e olha para o senhor Luís, arq
— Ana? — Ouço uma voz feminina e olho para trás encontrando a Cassandra. — Está indo almoçar?— Sim, estou varada de fome! — Ela ri do meu comentário.— Aonde está indo?— Na lanchonete aqui perto — Direciono com a cabeça para a lanchonete que ficava do outro lado da rua.— Isso é sério? Ah não, Ana! Vem, vamos almoçar no restaurante Frutos do Mar. O cardápio deles é maravilhoso. Você vai gostar. — A acompanho até o tal restaurante. E não consigo deixar de observar o ambiente. A sua decoração faz jus ao nome. Nas paredes tem alguns peixes empalhados, de várias espécies, o balcão de atendimento é uma parte de um barco e no fundo, há um painel com fotos de alguns pescadores e seus troféus. O ambiente tem mesas e cadeiras rústicas, cobertas com toalhas xadrez. Vamos para uma mesa que fica em uma varanda bem arejada. Um garçom se aproxima e nos entrega os cardápios. Eu peço um risoto com um misto de frutos do mar. Amo frutos do mar! E para acompanhar, eu peço um suco de laranja. Cassandra