Parte 2
Tinha tirado a virgindade dela.
Ele tinha decência e não faria a loucura de deixar que saísse de seu quarto sem ao menos conversarem direito. Até que Jessé entrou como um doido e a pegou em sua cama. Saiu do pensamento quando o chamou.
_ Ei, o que tem na cabeça?
Jessé perguntou ao ver sua expressão.
_ Me diga uma coisa, com honestidade, pode ser? - se virou para ele de modo sério.
_ Sempre fui honesto, homem - meneou a cabeça e entrou na estrada principal.
_ Você está mesmo feliz com esse casamento?
Jessé o olhou com um meio sorriso e mexeu os ombros.
_ Não vou dizer feliz, feliz... Ainda estou admirado com essa novidade, mas vinda de minha irmã eu aceito.
_ Não acha que sou bom para ela?
_ Sei que você tem princípios, Vitor, e até acho que deve ser por isso que está entrando nessa com ela. Só acho que a Juliana ainda é muito nova para se casar.
_ A idade não tem nada a ver - gesticulou _ Garotas mais novas do que ela até são mães.
_ Por acaso é por isso que vai se casar? Ela está grávida? - apertou o volante _ Não disseram que não era esse o motivo?
_ E não é, acredite - olhou para fora _ E temos outros motivos para casar. Vocês precisam ver o outro lado da Juliana, ela não é assim tão menina como pensam.
_ Sendo educado... Não vou lhe dizer o que penso de sua opinião, mas acho que somos mais conhecedores dela do que você.
_ Pode ser, em alguns pontos, mas ela tem qualidades e ideias que vocês nunca pararam para entender.
_ Por acaso você está querendo fazer a cabeça de minha irmã caçula contra nós?
_ Nunca fiz e nunca faria isso - fechou a cara _ Não sou homem de interferir na vida familiar de ninguém.
_ Isso é bom... Joel não vai gostar nada se isso acontecer.
Como ele disse que não era de se meter na família de ninguém, segurou a língua. Mas era claro que Joel era quem mandava na família.
Talvez por ser o mais velho, o que era natural, mas Jessé se importava muito com o que o irmão poderia ou não fazer.
Ele não tinha referência do que era ter um irmão, foi criado sozinho pela madrinha após sua mãe tê-lo abandonado.
* Enquanto isso...
Juliana sabia que deveria estar mais animada com esse casamento. Afinal, Vitor estava se mostrando mais interessado nela do que os próprios irmãos.A ouvia, não fazia críticas e tentava entender seu ponto de vista. Ela não tinha isso na família.
Mas apesar de gostar disso, o que era uma grande novidade com relação a ele, ainda sentia lá no fundo que estava fazendo uma bobagem se casando com ele.
Ainda que o casamento fosse um acordo que apenas os dois sabiam. Para o resto das pessoas seria como um casamento normal.
_ Ju, posso entrar?
Ela se virou e sua nova cunhada apareceu na porta. Analice.
_ Claro, pode.
Ela sentou na cama. Não tinha ainda uma amizade forte com Analice como tinha com Briana. Se davam bem e ela parecia ser uma pessoa divertida e boa.
Pouco conversavam, mas se Joel quis se casar com ela, então ela deveria ser uma boa pessoa. Seu irmão era bom em julgar caráteres e de qualquer forma, agora estavam casados.
_ Sabe, eu não quero ser chata - se aproximou da cama _ Ainda mais que acabamos de voltar da viagem - balançou o corpo _ Que deveria ter durado mais uma semana - suspirou de modo crítico _ E que seu irmão resolveu adiantar a volta por sua causa, mas...
_ Eu não tenho culpa se Joel decidiu voltar antes. Estava tudo bem por aqui.
Entendeu o suspiro crítico e não gostou.
_ Pois é... - sentou ao lado dela na cama _ Eu disse que era bobagem voltar antes, mas sabe que ele é teimoso.
Juliana sentiu que a conversa não ia por um lado bom e ficou ereta, no aguardo.
_ Tem certeza de que vai casar com Vitor? Quer dizer... Ele é só um peão aqui da fazenda e não tem nada para oferecer á você.
_ Como assim?
_ Ah... - gesticulou _ Ele não tem grana, vai ver nem terminou os estudos - mexeu no cabelo preto bem arrumado _ Tem que ter cuidado com isso... Você é muito bobinha, inocente ainda e pode cair na conversa dele e...
_ Pode parar por aí, Analice - ergueu a mão _ Sei por onde está querendo seguir e te aviso que é um caminho complicado.
_ Desculpe - levantou _ Eu só quero te ajudar - colocou a mão em seu ombro _ Somos irmãs agora.
_ Não somos irmãs - balançou a cabeça negando _ Somos cunhadas. Só isso.
Analice retirou a mão como se tivesse sido queimada e a olhou meio de lado.
_ Bem, eu disse ao Joel que iria falar com você... Só quero ajudar. Seu irmão tem amigos muito superiores ao Vitor e que fariam um bom par com você. Não tem que casar correndo.
Juliana sentiu uma ponta de irritação.
_ Sei... E por que? Por eles serem amigos do Joel ou por serem ricos também?
_ Bem, as duas coisas - cruzou as mãos _ Um casamento com um amigo de seu irmão seria ótimo para a família.
Juliana apertou os lábios e depois começou a rir, deixando-a confusa.
_ Meu Deus... Eu não sabia que tínhamos voltado no tempo - bateu as mãos rindo _ Estamos em que século mesmo? Acordei na era vitoriana e não sabia?
_ Está sendo sarcástica.
_ Estou mesmo - levantou _ Quer dizer que eu devo deixar que meu irmão escolha o homem com quem vou me casar, baseado em sua conta bancária? É isso, Analice?
_ Não disse isso...
_ Foi exatamente o que disse - elevou a voz _ E já te aviso - apontou o dedo _ Cuide de seu marido, não de mim.
_ Só quis ajudar - fechou o cenho.
_ O inferno está cheio de pessoas que só queriam ajudar - cruzou o braços _ Agradeço.
Analice a olhou um instante, puxou o ar fundo e se virou saindo do quarto.
Juliana voltou à janela. O carro tinha saído, Vitor não estava mais lá. Suspirou.
No final ela tinha que admitir que ele era o único que parecia mesmo estar ao lado dela, ainda que não fosse planejado.
Sem querer ambos tinham descoberto algo que não aparecia antes devido a correria.
Amizade!
Parte 3* Mais tarde...Briana perguntou porque ela parecia aborrecida, mas não quis comentar sobre Analice e sua opinião.Seria chato que logo de início colocasse as duas cunhadas em uma posição delicada, mas tinha entendido que Analice estava mais ligada no que Joel queria.Rodou o anel caro de diamante que Vitor havia lhe dado. Ele comprou o anel sem se preocupar com o valor. Então ele tinha dinheiro ou era bem maluco para gastar tanto.Franziu a testa. Ou ele estaria de olho em algo mais para o futuro? Será que ele estaria mesmo dand
Parte 4_ Imagino - cruzou os braços _ Mas eu não sou sua ex-mulher. Não pode querer agir comigo da mesma forma. Eu não traí você.Ele ficou sem jeito. Ela estava certa._ Desculpe, vou tentar não repetir. É só insegurança - mexeu de leve o ombro._ Não esquenta - sorriu _ Se você abusar eu te coloco no lugar._ Acho que já entendi isso.Uma das empregadas que ajudava na casa passou por eles e os cumprimentou. Eles devolveram o sorriso e seguraram as mãos._ Tem
Parte 1Quando Vitor chegou na casa principal, Juliana já tinha saído.Ele antes já tinha jantado com a família, mas agora, como futuro marido dela, isso parecia um pouco estranho.O jantar corria bem, estavam falando sobre o trabalho na fazenda, até que Analice o perguntou por Juliana e porque não estava ali com eles, reunida como era de esperar._ Ela tinha um compromisso._ E qual seria? - Joel questionou._ Era algo que ela já tinha marcado antes, com as amigas - limpou a boca com o guardanapo de tecido.
Parte 2Miranda e Flor conversaram com ele um pouco enquanto Juliana acertava detalhes com o padre e no começo ele se sentiu sendo sabatinado, mas gostou das garotas._ Agora podemos ir e conversar - ela se aproximou deles._ A gente se fala depois então - Miranda a beijou no rosto _ Que peão é esse? - disse baixinho rindo._ Vamos, sua doida - Flor a puxou _ A gente se vê - sorriu _ Boa noite._ Boa noite - ele respondeu _ Suas amigas são legais. Gostei delas._ Não vá gostar demais - apontou._ O que?
Parte 3_ Como você é cabeça dura - riu e se aproximou dela _ A gente está nessa juntos e está indo tudo bem._ O que você quer é só sexo!_ Não... Eu quero você!Ela parou e engoliu em seco. Assim já era demais. Vitor pegava pesado._ Quer mesmo? - disse baixo _ Por que?Ele pegou sua mão e foi subindo devagar com os dedos caminhando por sua pele, arrepiando-a._ Se eu soubesse que você era essa caixinha de surpresas... Divertida, inteligente, com a cabeça cheia d
Parte 4Enquanto se vestia ficou preocupada com os irmãos. Talvez ela tivesse que entrar em uma briga por causa da parte financeira.Com Vitor comprando o terreno como um sócio ela não precisaria mexer em sua parte na herança dos pais, mas talvez tivesse que usar no futuro.Seus planos eram ambiciosos e tudo isso demandava muito dinheiro. O acordo com Vitor seria temporário e depois que se separassem ela continuaria o projeto sozinha. Talvez ele ainda quisesse ajudá-la em algo, mas não estaria mais envolvido na parte financeira.Como ele entraria com dinheiro agora, depois teria direito ao uso da terra por um tempo e apó
Parte 5_ Olha, seus irmãos só estão preocupados com você, logo isso vai passar e vai voltar tudo ao normal._ Será? - virou o rosto para fora _ E quando eu contar que já casamos escodidos? E sobre sair de casa? Meus planos?Era muita novidade de uma só vez, talvez isso os magoasse ao ponto de criar um impedimento para ela._ Não sei... Vamos por etapas, está bem? - apertou o volante.Ela assentiu olhando para fora.Na verdade estava sim incomodada por ter visto a mulher atrás dele, mas não queria admitir. Nem para ela mesma.
Parte 6_ Eu posso te ajudar - empurrou de novo a tampa _ Me ajuda aqui, quero ver._ Para que abrir agora Juliana? Está...Ela viu algo se mexer e esticou a cabeça. Arregalou os olhos e deu um grito pulando para trás ao ver que era uma aranha enorme subindo pela lateral.Vitor esticou a mão para segurá-la e acabou desequilibrando, indo junto com ela ao chão e rolaram um pouco de lado.Acabaram abraçados rindo, ele por baixo dela._ Você é um desastre, sabia?_ Eu? - soprou o cabelo do rosto _ E