Continua Capítulo Um

Parte 4

_ Imagino - cruzou os braços _ Mas eu não sou sua ex-mulher. Não pode querer agir comigo da mesma forma. Eu não traí você.

Ele ficou sem jeito. Ela estava certa.

_ Desculpe, vou tentar não repetir. É só insegurança - mexeu de leve o ombro.

_ Não esquenta - sorriu _ Se você abusar eu te coloco no lugar.

_ Acho que já entendi isso.

Uma das empregadas que ajudava na casa passou por eles e os cumprimentou. Eles devolveram o sorriso e seguraram as mãos.

_ Tem gente demais nessa casa, toda hora aparece alguém - ele disse.

_ E eu não sei disso? - arregalou os olhos _ Por que acha que quero meu canto?

_ Já entendi isso também e lhe dou razão. Até gosto de companhia, mas assim já é demais - riu _ É um entra e sai direto.

_ Bem, quando começarmos nossa vida de casados não vai ser assim - falou sem pensar.

Ele sorriu de canto. Ela já falava em vida de casados. Que mudança.

_ A que horas vai sair?

_ Lá por seis ou seis e meia.

_ Taõ cedo assim?

_ É que temos muito a fazer.

Ela viu a empregada retornando e sem perceber, de impulso, o beijou rápido na boca e saiu, indo atrás de Briana.

_ Vou fazer uma compra rápida, mas se tiver algo, anota aí na lista - Briana disse _ E posso perguntar porque a Analice disse que você foi rude com ela?

_ Ah, não foi nada demais, só disse a verdade - pegou a lista _ Ela veio me falar sobre não casar com o Vitor.

_ Não acredito! - se espantou.

_ Verdade - afirmou com a cabeça _ E disse que seria melhor se escolhesse algum amigo fazendeiro do Joel. Pode isso?

_ Nossa - tocou o rosto _ Que coisa mais chata. Não pensei que seria assim.

_ Pois é, mas ela falou isso.

_ Então já entendi porque se chateou. Você a cortou - riu baixinho.

_ Com certeza - anotou o que queria e passou a lista de volta.

_ Não se preocupe com nada disso, muita gente vai querer dar palpite. Siga sua intuição e seu coração.

_ É o que vou fazer - sorriu e a beijou.

Quando Briana saiu ela foi apra o quarto e se deitou, olhando para o teto e segurando sua almofada.

Os pensamentos estavam se misturando e eram tantos que poderia ficar doida de verdade como os irmãos adoravam dizer.

Não era doida, era centrada. Tinha certeza do que queria e do que não queria.

Pelo menos na maioria das coisas porque agora com relação a Vitor, algumas delas ficavam embaralhadas.

Alguns pensamentos ela guardava a sete chaves, mas com ele isso vinha à tona. Não queria ser julgada como insana ou pervertida.

Entretanto, a vontade e o desejo tinham se misturado com o cheiro dele e contaminado seu corpo. Sentia por Vitor algo que nunca sentira antes e estava difícil de controlar.

Seu medo era que isso saísse de suas mãos e ela acabasse apaixonada mesmo.

Fechou os olhos e se permitiu pensar nas mãos dele deslizando por seu corpo pela primeira vez. O que ela sentiu e como reagiu.

Se assustou com o celular vibrando ao seu lado na cama.

_ Pronto - atendeu sem olhar o nome.

_ Juliana, é o Alan. Tudo bem?

_ Ah, sim - sentou _ Tudo bem.

_ Estou te ligando porque preciso que seu noivo envie os documentos para que eu possa efetuar a compra do terreno de vocês.

_ Hã... Certo, vou falar com ele.

_ Ok, obrigado. Fico no aguardo.

Ficou olhando o celular na mão. Agora estava se tornando realidade. O terreno de seu sonho estava quase em suas mãos. E com a ajuda de Vitor.

“Como?”

De repente ela não sabia mais como se desviou tanto de seu plano e acabou deixando que ele entrasse em sua vida.

“Foi tão fácil”.

Ela sorriu segurando o lábio. Será que a amiga Flor tinha razão? Ou Briana?

Ela estaria cavando a própria armadilha ou o destino lhe pregara uma peça?

Ainda não sabia bem e isso a deixava nervosa, mas precisava confiar que estava indo na direção certa.

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