A floresta estava envolta em mistério quando Minerva cambaleou para frente.Sua respiração estava irregular, e ela disse que o mundo estava girando ao seu redor. Estava se inclinando como se estivesse prestes a desaparecer. Logo isso aconteceu. Ela levou a mão à testa antes de começar a desmaiar, sem conseguir resistir.— Brad...O nome soou como uma súplica, arrancada de sua garganta seca enquanto ela avançava. Ela esperava, em seu estado aparentemente debilitado, que ele a pegasse, que seus braços fossem seu santuário nesse momento de vulnerabilidade.Mas ele não se moveu.Ela caiu no chão com um baque, e seu corpo estremeceu. Com os olhos embaçados, ela viu o olhar indiferente de Brad, que apenas gesticulou para um de seus acompanhantes. O homem corpulento ao lado dela se moveu rapidamente, com as mãos firmes sob seus braços, enquanto a apoiava contra o tronco de uma árvore.— Acho que deveríamos voltar — a voz de um dos homens de Brad atravessou sua névoa, carregada de preocupação
Minerva estava dividida entre a ambição de sua humana e a lealdade de sua loba. Arinda, sua loba interior, opunha-se firmemente às intenções de Minerva. Ela não estava disposta a acompanhá-la em um caminho que prejudicaria ainda mais sua filha, Yara, que já havia sido prejudicada o suficiente no passado.A voz de Arinda ecoou com autoridade e firmeza em sua mente.— Eu a proíbo de fazer isso! — rosnou Arinda. Sua presença era uma parede intransponível dentro de Minerva. — Não serei cúmplice de suas ações destrutivas. Já causamos muito sofrimento à nossa filha no passado, não permitirei que o façamos novamente.Minerva, em seu desespero por poder e controle, enfrentou uma forte resistência interna. Arinda era uma poderosa loba, e seu desejo de proteger sua prole era mais forte do que qualquer ambição humana.— Não me interessa o que você quer, Arinda — respondeu Minerva com teimosia. — Não vou para a cadeia, nem vou me arriscar a ter meu lobo tirado de mim. Preciso de poder, e vou cons
Brad entrou no carro e dirigiu a toda velocidade até o rebanho Silver Mist. Ele precisava contar a verdade a Yara, embora não soubesse que essa notícia provocaria uma tempestade de emoções nela.Brad foi direto para o hospital, onde estava seu filho, e lá encontrou Yara. Assim que o viu, ela se jogou em seus braços, e ele a abraçou apertado.— Meu amor, está tudo bem? Sei que há algo errado porque você está bloqueando uma parte de mim — disse ela, completamente preocupada.Ele suspirou desamparado, desenhando uma expressão preocupada no rosto.— Desculpe, meu amor, não foi por mal. Só não queria preocupá-la... sua mãe apareceu, ela está em Silver Fang, acho que está fingindo estar ferida e... — ele hesitou, mas Yara completou as palavras.— Ela tentou seduzi-lo e depois apelou para o vínculo dela comigo. Ela é definitivamente sem vergonha. Mas eu não vou deixar que ela nos machuque mais, ela tem que pagar pelo que fez — cuspiu Yara, enraivecida.Yara sentiu a raiva crescer. A ideia de
Yara foi surpreendida pela ordem do rei. Por um momento, ela pensou que fosse apenas sua imaginação, mas então ouviu novamente:— Deixe a Minerva ir embora, eu lhe disse imediatamente! — ele explodiu. O tom do rei era inapelável, mas Yara estava tão atônita que, por um momento, esqueceu todo o respeito devido.— Perdeu a cabeça! — exclamou ele, com um misto de descrença e desafio. — Você se esqueceu do que essa mulher fez com a própria filha? Eu sei que ela é minha mãe biológica, mas ela não é boa para nós. Ela é perigosa!— Não tenho motivos para discutir minhas decisões com você, Yara — a voz do rei ressoou com autoridade. — Liberte-a agora! Caso contrário, enviarei meus guardas para libertá-la, e você estará em apuros.Com a surpresa ainda estampada em seu rosto, Yara soltou o braço. Minerva caiu no chão, e seus gritos foram imediatos e estridentes, como se ela fosse a verdadeira vítima em toda essa confusão.Yara deu um passo para trás, observando o rei com um misto de confusão e
O coração de Yara batia como um tambor desgovernado, golpeando contra a jaula de suas costelas enquanto a imagem das mãos de sua mãe, fortes e inflexíveis, empurrando a mulher sem nome pelo bordo do penhasco a perseguia.Gritou ao despertar.—Aahhhhh —levantou-se respirando entrecortadamente e seus olhos se abriram de repente para a segurança de seu quarto.—Senhorita Yara, calma, foi apenas um pesadelo, está tudo bem.A voz da criada, calma e tranquilizadora, atravessou a escuridão de seus pensamentos como uma lâmina de prata.—Parecia tão real, Marisol —sussurrou Yara, ocultando com dificuldade o tremor que a sacudia por dentro.—Os sonhos são enganosos, senhorita —respondeu Marisol, retirando os lençóis de seda com mão experta.Então começou a vasculhar o armário e seus dedos dançaram sobre os tecidos até se fixarem no vestido, o mais bonito que Yara possuía.—É o grande dia de sua mãe —disse Marisol, mostrando o vestido à luz, o sol da manhã filtrando-se através dele como se abenç
Alguns dias depois.A camisa preta escorregou sobre seus ombros como uma segunda pele, os botões subindo um a um sob seus dedos ágeis. Brad se olhou no espelho, o reflexo de um homem determinado o encarando com os olhos brilhando de uma determinação feroz.—Tem certeza disso? —pergunta seu amigo Jayden, encostado no batente da porta, com as sobrancelhas franzidas em uma expressão de dúvida.—Mais do que certo, vou bater na Minerva onde dói —disse ele calmamente—, agora você deve ir, porque quando a pequena chegar, não quero que ela fique constrangida, muito menos desconfiada de nada.—Brad —começou seu amigo, hesitante.—O que você quer? Fale imediatamente —ele exigiu, e seu amigo fez um gesto de irritação.O tom de seu amigo sugere um aviso, mas Brad ouve apenas o chamado da vingança, aquele antigo sussurro em seu sangue.—Talvez Minerva não se importe muito. Afinal, não a vejo como uma boa mãe. Além disso, os filhos não são responsáveis pelos erros dos pais... Ela é inocente, ingênu
A luz do sol se filtrava pelas cortinas de renda, projetando um brilho quente sobre o papel que Yara segurava com mãos trêmulas. Desdobrou a carta com um toque quase reverente, seus olhos examinando a escrita, emocionada porque Brad lhe havia enviado uma carta."Queridíssima Yara", começava a carta, e ela quase podia ouvir a voz de Brad acariciando cada palavra. "Meu coração está decidido; bate unicamente por você. Esta noite, sob o halo de estrelas da grande festa, na minha casa, proclamarei ao mundo que você é a rainha do meu coração".Ficou sem fôlego, as palavras acendendo um fogo em seu peito. Uma declaração tão ousada, tão pública, era tudo o que ela havia desejado em segredo.O amor de Brad, agora seria tão inegável quanto a lua no céu noturno.—Será que está acontecendo de verdade? —murmurou para o quarto vazio, com um sorriso nos lábios.Seu reflexo no espelho retribuiu o gesto, com os olhos cheios de possibilidades.Em um surto de excitação, Yara se levantou da beirada da ca
O coração de Yara, antes um vaso ardente de amor e esperança, agora estava em ruínas em meio aos fragmentos de sua confiança, com a dor dilacerando sua alma.Cada suspiro era um passo, cada pulsação era um martelar contra sua vontade.“Chega” ela sussurrou para si mesma, sua voz mal se elevando acima de sua tempestade interior.Seus olhos examinaram a sala em busca de uma saída. O barulho da festa era ensurdecedor; risadas e conversas se misturavam em uma sinfonia caótica.Quando tentou se levantar, suas pernas se dobraram e ela caiu no chão. Seus dedos se agarraram ao carpete, e os nós dos dedos ficaram brancos enquanto ela lutava para se levantar.Ouviu o barulho ensurdecedor da festa ao seu redor, as risadas se misturando à música em um caos avassalador. Decidiu que precisava sair dali, mesmo que fosse por um momento.A força voltou a seus membros como o primeiro degelo da primavera, e ela começou a andar, lutando contra as lágrimas que ameaçavam escapar de seus olhos.—Por que tin