Brad e Yara voltaram juntos para a alcateia, mas foram direto ver o filho. O menino se remexia nos lençóis, com a respiração tranquila, um testemunho silencioso da vitalidade que corria em seu corpo jovem.O casal olhou para o filho, cujas bochechas haviam recuperado a cor em apenas dois dias. O sangue licantropo que corria em suas veias havia feito o que parecia ser um milagre.—Ele está melhorando —murmurou Brad, com um misto de alívio e espanto.—Graças à sua herança —respondeu Yara, inclinando a cabeça para acariciar os cabelos escuros do menino adormecido.Brad se voltou para Yara e, com um gesto carinhoso, depositou um beijo em sua testa.—Sinto muito, Yara —disse ele, com a voz quase em um sussurro—. Por tudo, pelo passado, porque eu estava cego pela raiva e agi como um idiota, e agora pelo presente, porque nossa vida juntos... é uma batalha constante.Yara olhou para cima, encontrando seus olhos carregados de culpa.—Do passado, qualquer um pode cometer um erro. E agora, a cul
Os passos de Brad ecoavam pelo corredor silencioso, seu coração batia forte com uma mistura de arrependimento e resolução. Ele não gostava de ter que enganar o avô, mas estava fazendo isso para o seu próprio bem; não podia permitir que Minerva o destruísse como havia destruído seus pais.Ele parou na pesada porta de carvalho do escritório de seu avô, respirou fundo e a abriu sem bater.—Avô —ele começou, e encontrou o rei sentado atrás de uma escrivaninha cheia de mapas e pergaminhos.O homem olhou para cima, com os olhos afiados como um punhal.—Avô, eu concordo com a união, acho que é a coisa certa a fazer se isso o deixa realmente feliz —disse ele com um tom de calma que não sentia.—E o que o faz pensar que sua opinião é importante agora? —A voz de seu avô era fria, desdenhosa.—Achei que gostaria que seus netos estivessem do seu lado —disse ele, e por um momento seu olhar e o do avô se encontraram, e ele assentiu.—Tudo bem, então.—Avô, e com relação à união da minha alcateia co
—Este é o seu fim! —gritou Estrella, segurando o frasco de poção no alto. Mas antes que ela pudesse terminar seu encantamento, Minerva se interpôs com uma risada zombeteira.—Tarde demais, minha querida! —cuspiu Minerva, lançando-se violentamente sobre ela.Seus corpos se chocaram e, na luta, o frasco escorregou das mãos de Estrella, caindo no chão do grande salão.—Você acha que vai ganhar? —Minerva riu ao olhar para o frasco quebrado e os cristais espalhados. —Sua magia não é páreo para mim.Estrella a empurrou furiosamente, mas Minerva já havia indicado os guardas.—Peguem-na!Foi então que Jericho, com seus instintos de lobo e proezas de guerreiro, aproveitou a distração. Ele pegou o outro frasco que Estrella havia lhe dado e o arremessou com toda a sua força contra o Rei.—Cuidado, majestade! —Oslo, aparentemente protegendo o rei, deu um passo à frente e enfiou a mão. O impacto fez com que apenas algumas gotas do elixir chegassem ao monarca.—Guardas, detenham todos eles! —ordeno
As árvores pareciam um mero borrão, enquanto Brad e Jericho perseguiam Oslo com fúria e determinação ardente em seus olhos. Harvey estava em perigo, e não havia tempo a perder.O ar fresco da noite não aliviava o calor que ardia em suas veias, uma mistura de adrenalina e fúria animal. Não havia palavras entre eles, apenas o entendimento mútuo da caçada.—Aqui! —gritou Brad, apontando para a frente.Ao se aproximarem do traidor, vários dos licantropos que antes eram leais a Brad e Yara ficaram em seu caminho, bloqueando sua passagem. Traiçoeiros, com sorrisos zombeteiros e olhos injetados de sangue.—Vamos pegar você, Oslo! —gritou Jericho, atacando o primeiro homem que se interpôs no caminho.—Eles não vão conseguir passar! —respondeu um dos traidores, ainda rindo com prazer.A luta eclodiu com violência desenfreada. No início, os confrontos eram em sua forma humana. Os punhos se chocavam com força brutal. Brad, com os nós dos dedos já ensanguentados, sentiu o lobo dentro dele clamand
Por alguns segundos, a ponte ficou em um silêncio assustador após a terrível queda de Harvey. Brad e Jericho ficaram imóveis, com os olhos cheios de lágrimas e o coração partido pela perda do garotinho.Oslo, por sua vez, soltou uma gargalhada maníaca, como se tivesse obtido a vitória definitiva.No entanto, a vitória de Oslo durou pouco. A loucura que o levou a cometer tal ato de crueldade logo se voltou contra ele.—Não! —O grito agudo de Brad cortou o ar frio quando ele percebeu que seu filho havia sido lançado ao vazio, vítima de um ato cruel.A fúria ardia em seus olhos, uma chama incandescente que consumia qualquer traço remanescente de humanidade, de modo que, segundos depois, em uma explosão de poder sobrenatural, seu corpo se contorcia e mudava, a transformação varrendo sua forma humana em menos tempo do que se levava para piscar, e ele atacava Oslo com uma bestialidade implacável.O lobo surgiu em fúria, uma fera majestosa e aterrorizante, cada músculo vibrando com força bru
O rei sentou-se no chão, com os ossos doendo devido ao esforço que acabara de fazer, e olhou para Brad e Jericho com um sorriso enigmático.Ele sabia que havia muitas perguntas sem respostas e, finalmente, estava pronto para compartilhar tudo com sua família.Brad, ainda abraçado ao filho, aproximou-se do líder idoso da matilha com uma expressão de incredulidade no rosto.—O que você quer dizer com isso? —Brad franziu a testa, com os olhos fixos no monarca, que lhe devolveu o olhar com um sorriso malicioso.—Vamos para casa —disse o rei—. Lá eu explicarei tudo.A viagem de volta foi marcada por um silêncio de expectativa. Quando chegaram, Estrella e Yara os cumprimentaram com expressões tensas. Yara correu em direção a Harvey assim que o viu, com a voz trêmula ao perguntar:—Meu precioso menino —disse ela, enquanto o beijava com profunda emoção—. O que aconteceu?Os três homens mais velhos olharam um para o outro, e foi o avô quem respondeu:—É uma longa história —respondeu Jericho e,
Eles esperaram ansiosamente pela chegada do médico e, quando ele chegou, ficaram aliviados. Enquanto ela estava sendo examinada, Jericho aguardava preocupado, com os olhos fixos na porta pela qual o médico havia desaparecido.O homem andava de um lado para o outro como um animal enjaulado; o tempo parecia não ter fim enquanto eles esperavam ansiosamente pelo médico. Cada minuto que passava aumentava a tensão na sala. Brad, Jericho, Yara e o Rei ficaram juntos do lado de fora, agarrados à esperança de que Estrella se recuperasse logo.Finalmente, depois do que pareceu uma eternidade, o médico saiu do quarto de Estrella com uma expressão séria no rosto. Jericho foi o primeiro a se levantar e se adiantou para perguntar diretamente a ele. A expressão grave do médico era um presságio que ninguém queria interpretar. Jericho deu um passo à frente, com a voz trêmula, ao perguntar:—O que aconteceu? Como está Estrella? —perguntou ele, com urgência na voz.O médico suspirou e olhou para o grupo
Brad e Yara se encararam, com os olhos apertados e palavras ainda não ditas. Mas antes que o silêncio pudesse ser quebrado, Estrella irrompeu entre eles com uma determinação feroz.—Deixem-na em paz, vamos deixá-la trabalhar e dar a ela o espaço que está pedindo —disse Estrella, sua voz deixando pouco espaço para resposta.—Podemos lhe dar um quarto aqui embaixo —sugeriu Yara, acenando com a mão em direção ao interior da casa.Diante das palavras de Yara, Osíris fez um gesto de aborrecimento. Pareceu considerar a oferta por um momento e, segundos depois, rejeitou-a, balançando a cabeça.—Sinto muito, mas preciso trabalhar com calma e concentração, e estar na casa principal não vai me ajudar. Além disso, precisarei da ajuda dos meus irmãos como assistentes. Tenho certeza de que entendem que preciso estar longe da casa principal para conseguir isso. Só assim aceitarei. Preciso trabalhar sem ser perturbada e concentrada —disse ela, com um tom inabalável.Os quatro se entreolharam em um a