O coração de Roxana batia forte enquanto ela se aproximava da entrada da sala de aula.Seus passos ecoavam pelo corredor, marcando o ritmo frenético de sua excitação reprimida. Ela podia sentir cada respiração como um suspiro de expectativa, uma contagem regressiva para o momento em que veria anos de esforço e sonhos se cristalizarem.—Vocês acreditam nisso? —perguntou, voltando-se para os rostos amorosos de seus pais, com Núbia tendo tomado o lugar de sua mãe, e de seus sogros, que a ladeavam como guardiões de seu destino.—Sempre soubemos que você iria longe —disse Yara, com um sorriso caloroso, colocando uma mecha rebelde do cabelo de Roxana atrás da orelha.—Estou muito orgulhoso, filha —disse seu pai, com a voz carregada de emoção.—Obrigada por estarem aqui, por tudo —murmurou Roxana, sentindo o peso da gratidão encher seu peito.—E Harvey... —começou ela, voltando-se para o marido, cujo apoio havia sido seu farol. —Sem você...—Shhh —Harvey a interrompeu com um olhar carinhoso.
O coração de Yara batia como um tambor desgovernado, golpeando contra a jaula de suas costelas enquanto a imagem das mãos de sua mãe, fortes e inflexíveis, empurrando a mulher sem nome pelo bordo do penhasco a perseguia.Gritou ao despertar.—Aahhhhh —levantou-se respirando entrecortadamente e seus olhos se abriram de repente para a segurança de seu quarto.—Senhorita Yara, calma, foi apenas um pesadelo, está tudo bem.A voz da criada, calma e tranquilizadora, atravessou a escuridão de seus pensamentos como uma lâmina de prata.—Parecia tão real, Marisol —sussurrou Yara, ocultando com dificuldade o tremor que a sacudia por dentro.—Os sonhos são enganosos, senhorita —respondeu Marisol, retirando os lençóis de seda com mão experta.Então começou a vasculhar o armário e seus dedos dançaram sobre os tecidos até se fixarem no vestido, o mais bonito que Yara possuía.—É o grande dia de sua mãe —disse Marisol, mostrando o vestido à luz, o sol da manhã filtrando-se através dele como se abenç
Alguns dias depois.A camisa preta escorregou sobre seus ombros como uma segunda pele, os botões subindo um a um sob seus dedos ágeis. Brad se olhou no espelho, o reflexo de um homem determinado o encarando com os olhos brilhando de uma determinação feroz.—Tem certeza disso? —pergunta seu amigo Jayden, encostado no batente da porta, com as sobrancelhas franzidas em uma expressão de dúvida.—Mais do que certo, vou bater na Minerva onde dói —disse ele calmamente—, agora você deve ir, porque quando a pequena chegar, não quero que ela fique constrangida, muito menos desconfiada de nada.—Brad —começou seu amigo, hesitante.—O que você quer? Fale imediatamente —ele exigiu, e seu amigo fez um gesto de irritação.O tom de seu amigo sugere um aviso, mas Brad ouve apenas o chamado da vingança, aquele antigo sussurro em seu sangue.—Talvez Minerva não se importe muito. Afinal, não a vejo como uma boa mãe. Além disso, os filhos não são responsáveis pelos erros dos pais... Ela é inocente, ingênu
A luz do sol se filtrava pelas cortinas de renda, projetando um brilho quente sobre o papel que Yara segurava com mãos trêmulas. Desdobrou a carta com um toque quase reverente, seus olhos examinando a escrita, emocionada porque Brad lhe havia enviado uma carta."Queridíssima Yara", começava a carta, e ela quase podia ouvir a voz de Brad acariciando cada palavra. "Meu coração está decidido; bate unicamente por você. Esta noite, sob o halo de estrelas da grande festa, na minha casa, proclamarei ao mundo que você é a rainha do meu coração".Ficou sem fôlego, as palavras acendendo um fogo em seu peito. Uma declaração tão ousada, tão pública, era tudo o que ela havia desejado em segredo.O amor de Brad, agora seria tão inegável quanto a lua no céu noturno.—Será que está acontecendo de verdade? —murmurou para o quarto vazio, com um sorriso nos lábios.Seu reflexo no espelho retribuiu o gesto, com os olhos cheios de possibilidades.Em um surto de excitação, Yara se levantou da beirada da ca
O coração de Yara, antes um vaso ardente de amor e esperança, agora estava em ruínas em meio aos fragmentos de sua confiança, com a dor dilacerando sua alma.Cada suspiro era um passo, cada pulsação era um martelar contra sua vontade.“Chega” ela sussurrou para si mesma, sua voz mal se elevando acima de sua tempestade interior.Seus olhos examinaram a sala em busca de uma saída. O barulho da festa era ensurdecedor; risadas e conversas se misturavam em uma sinfonia caótica.Quando tentou se levantar, suas pernas se dobraram e ela caiu no chão. Seus dedos se agarraram ao carpete, e os nós dos dedos ficaram brancos enquanto ela lutava para se levantar.Ouviu o barulho ensurdecedor da festa ao seu redor, as risadas se misturando à música em um caos avassalador. Decidiu que precisava sair dali, mesmo que fosse por um momento.A força voltou a seus membros como o primeiro degelo da primavera, e ela começou a andar, lutando contra as lágrimas que ameaçavam escapar de seus olhos.—Por que tin
Brad tinha dúvidas de que, depois do que aconteceu, Leo não o deixaria em paz, atormentando-o pelo que fez com Yara.—Você deve procurá-la porque ela está em perigo e reconhecer que agiu mal com ela. Os filhos não devem pagar pelos erros dos pais. Se você não me ouvir, vai se arrepender.As recriminações de Leo eram constantes. Se havia algo que seu lobo tinha, era a persistência. Então, sem aguentar mais, ordenou que seu beta organizasse a busca por Yara, e ele decidiu fazer isso também, apenas para aliviar a fúria e a intensidade de seu lobo. Mas, enquanto caminhava, encontrou Rosalinda que, ao vê-lo, acabou desmaiando. Porém, antes que ela tocasse o chão, ele correu em sua direção e a segurou, levando-a para o consultório médico da matilha.Depois de levá-la até lá, ele esperou impacientemente pelo diagnóstico do médico e, quando ele finalmente saiu, Brad perguntou sobre a condição de sua amiga.—O que aconteceu com ela, doutor? Por que ela desmaiou? —perguntou com preocupação, poi
Eles haviam passado parte do dia anterior e toda a noite procurando por Yara, e, naquele momento, ela entrou no escritório da casa da matilha. Ele teve a impressão de que o espaço ficou menor quando ele entrou, o cheiro de couro velho e pinho se misturando com os traços persistentes de seu próprio desconforto. Ele se recostou na cadeira, com o peso de suas ações pressionando-o como uma força física.—Você parece ter perdido o gosto pela caça — disse Jayden, o amigo dele, encostado no batente da porta com uma sobrancelha levantada. Sua voz era leve, mas havia um tom de desaprovação que Brad não podia deixar de notar.—É realmente possível caçar quando a presa não sabe que está brincando?Brad esfregou a ponta do nariz, a imagem do inocente zombado brilhando em sua mente.— Yara é apenas mais uma vítima nessa história, a da mãe dela e agora a sua. Você consegue perceber o dano que causou a ela?Enquanto falava, ele jogou um relatório sobre a mesa.— Leia o que está lá dentro para perceb
A luz do sol se filtrava pelos galhos retorcidos, lançando um jogo de sombras sobre a figura imponente do alfa Jacob, cujo olhar refletia determinação misturada com arrependimento. A revelação caía em cascata sobre Yara como uma cachoeira gelada, perturbadora, revigorante e esperançosa ao mesmo tempo.Mas antes que seu pai pudesse continuar a lhe contar, ele sentiu uma dor aguda quando seus dentes começaram a irromper dolorosamente.O olhar de Yara ficou agitado enquanto um calafrio percorria sua espinha. Uma dor lancinante a tomou, e seus dedos trêmulos se agarraram ao peito. De repente, seus sentidos se aguçaram, como se uma força desconhecida a estivesse puxando para algo além de sua compreensão.—Pai, está acontecendo alguma coisa! O que é? Está doendo muito! — Yara exclamou, arfando e lutando para manter a compostura.Jacob se aproximou rapidamente, seu rosto demonstrando preocupação ao ver o corpo de sua filha começar a mudar. Um medo profundo e enervante tomou conta de Yara enq