O dia da reunião chegou.Alyssa optou por um tailleur bege clássico, sapatos de salto médio e um colar de pérolas que dava o toque final para a discrição e elegância que aquela ocasião exigia. Ao chegar na sala, deparou-se com Klaus e cumprimentou-o com o tom mais neutro que pôde. Diferente do que normalmente acontecia, ele a observava como se quisesse decifrá-la. — Está tudo bem, Alyssa? Parece tensa... É por causa da reunião? "Ah, se ele soubesse que passou longe da verdade. "— Sim... — Concordou para não evidenciar o real motivo de sua atual tribulação. — Está tudo organizado, mas sabe, nem sempre é fácil convencer os colaboradores. — Não se preocupe, vai conseguir. — Ainda bem que alguém aqui está otimista. Obrigada, Klaus, vamos.Eles seguiram para a sala de reunião. A conversa entre os dois fluiu leve, mas tudo o que ela desejava era jogar para o alto toda e qualquer regra que a impedisse de viver a paixão ardente que rondava o seu corpo. Klaus entrou numa etapa sem
Um a um, os colaboradores concordaram, demonstrando seu apoio à proposta de Alyssa, que no íntimo, vibrou de alegria por ver o pai não fazendo objeção aos seu projeto de marketing. Certamente as férias de aniversário de casamento no Brasil foi bem proveitosa. — Muito obrigada pela confiança. Com o apoio de vocês, podemos alcançar novos patamares de sucesso. Enviarei por e-mail nossas estratégias de marketing. Até a próxima. E assim, a reunião terminou. Klaus ficou à distância, guardando os equipamentos. Alyssa foi até o pai e Damon e os abraçou. — Mandou bem, Alyssa — O irmão elogiou. — nâo é a toa que você é a alma da marca Petrakis. Você está conseguindo administrar seu cargo com excelência. — Ah, eu não conseguiria se não tivesse a ajuda do meu assistente...— E se virou:— Klaus! Ele se voltou devagar. Parecia mais tenso que o normal, o que talvez fosse por estar diante do grande presidente da empresa. Após Alyssa fazer as apresentações, Heitor, feito raposa, farejava aq
Eles estavam em chamas. As mãos deslizavam numa procura insana por mais prazer. — Alyssa... Não consigo parar....Ela gemeu de satisfação ao ouvir as palavras que até então faziam parte somente das suas secretas fantasias. Pena que um barulho na maçaneta da porta, quebrou o encanto do clima intenso, deixando para trás um rastro de calor e excitação entre os dois. Eles pararam e tentaram se recompor o mais rápido possível.— Senhorita Petrakis? — Alyssa reconheceu a voz da secretária. " Droga! Justo agora?"Veio em seguida as batidas na porta. Mirtes não ia desistir. — Um momento! — Alyssa respondeu, enquantoaguardava Klaus voltar para o retroprojetor. Aproveitou para ajeitar a saia e a blusa por baixo do tailleur. Com as pernas bambas, abriu a porta. Mirtes observou o rosto afogueado e o busto arfante de Alyssa. Por um instante, franziu o cenho, como se quisesse encaixar as peças do que realmente estava acontecendo. Abriu a boca como se fosse fazer um comentário. Desistiu ao
(Tempo Presente)— Alyssa? — A voz de Saulo interrompeu as lembranças do passado e como se houvesse saído de uma máquina do tempo, olhou para o irmão, ainda ressentida com ele. — Vai ficar aí contando quantas formigas tem no jardim?Dos irmãos, Saulo era o mais hilário da família e sempre lhe dava motivos pra sorrir, menos naquele instante. Tudo o que queria era distância daquele traidor.Evitando olhá-lo nos olhos, fixou-se no ambiente florido do jardim público de Fira.— Será que não posso ter um minuto de paz? Ele continuou no mesmo lugar, com as mãos no bolso.— Por favor, Alyssa, tenha bom senso. Precisa voltar. Esqueceu que precisa me ajudar no stand?— Quero ficar sozinha! E se pensa que vou perdoar você, se enganou!Saulo suspirou como se fosse um soldado cansado de guerra. As palavras de protesto da irmã eram compreensíveis, porém não podia desistir fácil. Ele se aproximou de um galho florido, esticou o braço e pegou uma delas. Em seguida, com certa cautela foi até Alyss
( Klaus)À noite, enquanto as visitas aos stands aconteciam na praça do Fórum, os empresários foram direcionados para os workshops e palestras que aconteciam próximo ao lugar do evento. Klaus olhava o relógio, com insistência. O coração palpitava rápido e sua concentração na palestra "Inovações Sustentáveis no Mercado Gastronômico" era desanimador. Não que o assunto fosse chato, o palestrante era excelente, mas se fosse escolher, deveria estar no workshop com o tema " Soluções Eficazes contra Pragas nas Videiras", mas segundo sua amiga Hilda, Alyssa estava inscrita na palestra. Garantir a oportunidade de ficar por perto era sua prioridade. Com uma ressalva. Seria mais cauteloso na reaproximação.O reencontro pela manhã foi um desastre e queria reparar o seu erro, mudando de estratégia. Desejava não cair na besteira de pressioná-la a ter uma conversa sobre algo que certamente para ela ainda era doloroso. Enquanto o pensamento voava para uma direção bem distante do conteúdo da pa
( Passado)Após algumas semanas em Atenas, Klaus pegou o voo com destino a Santorini para visitar à mãe, no final de semana.Enquanto se ajeitava no assento, sentiu um friozinho na barriga. Umas linhas de preocupação surgurqm na testa. Voltar para casa não era bem o que imaginara à princípio. Era como se estivesse traindo a mãe. O que ela faria se soubesse que os planos de vingança contra os Petrakis não havia nem começado?A sensação era que o destino ou os deuses lhe pregou uma tremenda armadilha.Depois de tanto tempo se preparando para vingar-se dos Petrakis, e o que aconteceu? Simplesmente teve o azar de ficar atraído logo à primeira vista por alguém que não deveria.Como que a mulher estonteante com quem trocou um rápido diálogo no elevador tratava-se de Alyssa Petrakis? Justo ela? Muito azar.Recordou-se do dia em que recebeu o telefonema da empresa, admitindo-o como funcionário. Uma dupla vitória. Considerou que finalmente iria se vingar dos Petrakis e como bônus, sairia
A mesa do jantar estava adornada com uma toalha de mesa simples. No centro, um pequeno vaso com flores silvestres. A atmosfera deveria ser aconchegante, refletindo a simplicidade e o sabor da culinária grega, mas havia tensão no ar.Eleni Ferranti havia preparado um Briam, composto por berinjela, abobrinha e pimentão assados com azeite, alho e ervas, acompanhado de arroz branco e uma porção de feijão verde cozido. Ao lado, um frango assado simples, temperado com limão e orégano. Ela ouvia com atenção o relato de Klaus sobre suas primeiras semanas na Companhia Petrakis.A explanação dele era evasiva. Bem diferente do que esperava. Notou algo além na voz dele. A maneira que Klaus pronunciou o nome de sua chefe e como seus olhos brilharam ao falar dela, mexeu com o seu pressentimento. Algo estava errado.Lembrou-se da filha de Heitor Petrakis, dos jornais e da tv. Era um mulher linda, comunicativa e aquilo a incomodou. — Então é isso, mãe! Estou conquistando a confiança de todos
Após o dia do jantar com Alyssa, o tempo passou rápido. Era o momento da reunião e logo, a primeira emoção que dominou a sua alma foi o ciúme.Os elogios que Alyssa recebeu dos colaboradores e o sorriso dela de volta fez o seu sangue ferver em ira.A outra emoção foi o ódio.Heitor Petrakis apareceu finalmente. Lembrou-se do motivo principal da sua vingança. A raiva era tão grande que seu maxilar doeu de tanto pressionar. O turbilhão de emoções durante toda a palestra o consumia. De um lado, as vozes da sua mãe, clamando por justiça. Do outro, o olhar implacável de Heitor e a humilhação que ele e a mãe sofreram no passado e agora para complicar tudo, o seu desejo desenfreado por Alyssa.Mas o ápice das suas emoções contraditórias foi quando terminou a reunião. O desejo entrou em cena.Foi pego de surpresa com o pedido de Alyssa. Um abraço. Sem resistir à paixão, fez o que desejava há tempos. Beijá-la foi como ser transportado para o paraíso. Não queria pensar em mais nada, apen