( Passado)Após algumas semanas em Atenas, Klaus pegou o voo com destino a Santorini para visitar à mãe, no final de semana.Enquanto se ajeitava no assento, sentiu um friozinho na barriga. Umas linhas de preocupação surgurqm na testa. Voltar para casa não era bem o que imaginara à princípio. Era como se estivesse traindo a mãe. O que ela faria se soubesse que os planos de vingança contra os Petrakis não havia nem começado?A sensação era que o destino ou os deuses lhe pregou uma tremenda armadilha.Depois de tanto tempo se preparando para vingar-se dos Petrakis, e o que aconteceu? Simplesmente teve o azar de ficar atraído logo à primeira vista por alguém que não deveria.Como que a mulher estonteante com quem trocou um rápido diálogo no elevador tratava-se de Alyssa Petrakis? Justo ela? Muito azar.Recordou-se do dia em que recebeu o telefonema da empresa, admitindo-o como funcionário. Uma dupla vitória. Considerou que finalmente iria se vingar dos Petrakis e como bônus, sairia
A mesa do jantar estava adornada com uma toalha de mesa simples. No centro, um pequeno vaso com flores silvestres. A atmosfera deveria ser aconchegante, refletindo a simplicidade e o sabor da culinária grega, mas havia tensão no ar.Eleni Ferranti havia preparado um Briam, composto por berinjela, abobrinha e pimentão assados com azeite, alho e ervas, acompanhado de arroz branco e uma porção de feijão verde cozido. Ao lado, um frango assado simples, temperado com limão e orégano. Ela ouvia com atenção o relato de Klaus sobre suas primeiras semanas na Companhia Petrakis.A explanação dele era evasiva. Bem diferente do que esperava. Notou algo além na voz dele. A maneira que Klaus pronunciou o nome de sua chefe e como seus olhos brilharam ao falar dela, mexeu com o seu pressentimento. Algo estava errado.Lembrou-se da filha de Heitor Petrakis, dos jornais e da tv. Era um mulher linda, comunicativa e aquilo a incomodou. — Então é isso, mãe! Estou conquistando a confiança de todos
Após o dia do jantar com Alyssa, o tempo passou rápido. Era o momento da reunião e logo, a primeira emoção que dominou a sua alma foi o ciúme.Os elogios que Alyssa recebeu dos colaboradores e o sorriso dela de volta fez o seu sangue ferver em ira.A outra emoção foi o ódio.Heitor Petrakis apareceu finalmente. Lembrou-se do motivo principal da sua vingança. A raiva era tão grande que seu maxilar doeu de tanto pressionar. O turbilhão de emoções durante toda a palestra o consumia. De um lado, as vozes da sua mãe, clamando por justiça. Do outro, o olhar implacável de Heitor e a humilhação que ele e a mãe sofreram no passado e agora para complicar tudo, o seu desejo desenfreado por Alyssa.Mas o ápice das suas emoções contraditórias foi quando terminou a reunião. O desejo entrou em cena.Foi pego de surpresa com o pedido de Alyssa. Um abraço. Sem resistir à paixão, fez o que desejava há tempos. Beijá-la foi como ser transportado para o paraíso. Não queria pensar em mais nada, apen
( Tempo presente)Klaus ouviu uma movimentação durante a palestra e curioso, notou que mais pessoas chegavam ao auditório. Entre eles, Alyssa acompanhada do irmão ocuparam assentos na mesma fileira onde estava. Sem se importar se alguém o julgaria, continuou admirando a ex, afinal, a maioria ali sabia que antes eram marido e mulher, então sem delongas passeou o olhar por ela, suspirando de amor.Como se pressentissse que alguém a fitava intensamente, Alyssa foi atraída e os olhos se encontraram. Por uma fração de segundos, ele conseguiu captar uma certa emoção nos lindos olhos verdes, mas rapidamente apagou e ela voltou a atenção para o palestrante, como se não houvesse acontecido nada.Alyssa se sentou ereta e tensa. A linguagem corporal demonstrava o desconforto emergente, pronta para fugir a qualquer momento. Com um aperto no coração, percebeu as mãos dela apertadas no colo. " Oh, Alyssa, por que se tortura tanto?"Estava tão imerso nos seus pensamentos que um dos participant
(Alyssa)Assim que a palestra terminou, Alyssa e Saulo trocavam comentários sobre a apresentação do palestrante e de como o assunto seria importante para os negócios da empresa, quando ela sentiu o aroma familiar do perfume de Klaus. Uma mistura estranha de nostalgia e desejo dominou o seu corpo. " Ai, não! O que faço agora?" Com o coração saltitando, respirou fundo e foi tentando dominar o barulho inquietante das suas emoções e para isso, fingiu ignorá-lo, mas Saulo percebendo a irmã tensa, disse com ironia:— Cuidado, Chapeuzinho, o lobo mal está à espreita para te pegar e te ...A fisionomia de Alyssa se fechou, intimidando Saulo de continuar a frase.— Pego o primeiro voo para Paris se você não parar de me provocar! — Ela respondeu ríspida, sem nem pensar duas vezes.— Calma, Alyssa, onde está o seu senso de humor?— Sumiu, faz tempo. E onde está aquele irmão que prometeu prender "o lobo mal" e colocar no porta-malas do carro?— Ops, verdade. Sou tipo o caçador da história. L
No hotel, a água quente escorria na banheira de hidromassagem, enchendo o espaço com um vapor perfumado de lavanda. Alyssa, com movimentos lentos e deliberados, ajustava a temperatura, testando a água com a ponta dos dedos antes de adicionar mais um pouco de espuma cremosa de banho. O quarto, elegante e silencioso, refletia a calma que ela buscava, um contraste com a tempestade de emoções que fervilhava dentro dela.Voltar para Grécia não foi uma boa ideia, decididamente. O passado a lançava como uma bola de ping-pong e tudo o que desejava era final de jogo. Reencontrar Klaus, Phil e Hilda era uma conspiração à sua sanidade emocional.Nesse ponto, Phil era o menor dos problemas. Se ela o dispensou no passado, no mesmo dia em que entregou de vez o seu coração a Klaus, não tinha lógica querer voltar, sem sentir nada por ele. Phil era uma palavra riscada do seu diário, já Klaus... Abriu uma garrafa de vinho tinto, um Merlot encorpado e despejou numa taça. Tomou todo o liquido adoc
( Passado) AlyssaOs olhos azuis de Klaus, brilhantes como a noite parisiense, pareciam penetrar sua alma, decifrando seus desejos e anseios mais profundos, no aguardo da resposta. O perfume amadeirado, o hálito tão próximo aos seus lábios, misturavam-se num emaranhado de sensações, numa deliciosa sedução. " Ele vai me enlouquecer desse jeito de tão irresistível!"O tremor involuntário motivado por aquele convite transformou-se em uma explosão de calor, uma onda que se movimentava em seu sexo, convidando-a a render-se, sem trégua a cada segundo de prazer. Não podia e nem queria perder a chance de tê-lo para si, mas será que Klaus não estava escondendo alguma coisa? Não estava sendo precipitada demais?— Se vamos fazer amor, Klaus, preciso saber...Não esconde nada de mim?Ele comprimiu os lábios. Não desviou os olhos intensos e a puxou mais para si.— Você ainda acha que tenho outra pessoa? Alyssa, desde que te vi só penso em você! Tem ideia do que está fazendo comigo?" Se for
Pela manhã, Alyssa se espreguiçava ainda com uma sensação incrível a invadir-lhe o corpo. Um sorriso se formou em seus lábios ao lembrar-se dos momentos compartilhados com Klaus. "Ele é um verdadeiro felino na cama!" Suspirou ao lembrar da intensidade no ato e sua reação com gemidos de tanto prazer.Sentindo uma pressão na parte íntima, como se faltasse sua outra metade, ainda de olhos fechados, esticou o braço para tê-lo perto de si, com o desejo de continuar a intimidade recém-vivida.Detectou que o lado antes ocupado por ele estava apenas o espaço vazio. O sorriso se desfez lentamente. Abriu os olhos, ao mesmo tempo que mais atenta, prestou atenção em um murmúrio vindo da varanda do quarto.Reconheceu a voz de Klaus ao telefone. A voz baixa, carregada de uma tensão que não conseguia decifrar lhe causou uma pontada de desconforto." Com quem ele está conversando e por que aquele tom de voz?"Mesmo que não considerasse correto ouvir o assunto particular, sua mente inquieta nã