Rangel narrandoQuando Larissa saiu de casa, parece que havia levado um pedacinho de mim junto a ela.Meu coração doeu tanto, eu não entendia, eu não fiz nada. E aquela porra de foto do caralho.. Tô perdido cara.Ela saiu e eu não tive nem forças para ir atrás. Só conseguia chorar que nem um menino chorão e com medo do que ia vir.Já tinha mandado meus vapores ir atrás dela.Fui para biqueira todo atordoado, os moleque me olhou e abaixou a cabeça.— Qual foi cara, acharam ela?— Ih, chefe, nós procuramos por todo lugar, mas ninguém sabe para onde sua mulher foi…— Caralho! Que incompetência. — bati na mesa.Tô morrendo de ódio sério mesmo. Parei e mentalizei as ideias.Se fui para a biqueira trabalhar, só lembro de ter tomado um suco e apagado, porém não me lembro quem foi o filho da mãe que me deu aquilo.E como aquela filha da puta que eu nem sei quem é, entrou no meu escritório sendo que havia seguranças, alguém facilitou a entrada dela e colocou algo no suco para eu dormir, e eu d
LarissaCheguei e o taxista me deixou no pé do morro, fiquei morta de raiva, como eu iria chegar até minha casa?Fiquei esperando para ver se algum vapor passava, mas nada. Que caralho hein. Me sentei na calçada com minhas malas e peguei o celular, tinha várias mensagens e ligações de Rangel, ignorei e bloqueei o celular.— Larissa? — ouvi aquela voz que me causava arrepios.— Marcelo. — arregalei os olhos. — O que você tá fazendo aqui?Era aquele moreno lindo de sorriso travesso que deu em cima de mim no pagode,, era amigo de Rangel, pronto tô fodida ele contará onde estou.— Sou o dono desse morro loirinha. — sorriu. — E o que tu fazendo aqui se tu mora lá na Grota?— Eu me desentendi com o outro e vim morar numa casa que tenho aqui, mas por favor não conta a ele.— Jamais iria contar princesa. Você está parada aí por quê?— Esperando algum vapor.— Posso te levar, entra aí. — abriu a porta do carro.— Não precisa, você deve ter seus afazeres. — o encarei.— Tô falando loir
LarissaAcordei mais cedo, morrendo de dor de cabeça mas mesmo assim levantei, tenho que cuidar da vida!Vesti uma roupinha basic e fui a luta.Liguei o som e comecei a limpar a sala, depois fiz um almoço rapidinho mas gostoso.Amanhã teria de sair para procurar trabalho, sei que não seria fácil, mas mulher que gosta de boa vida tem que correr atrás do seu, sempre trabalhei até quando eu estava com Rangel, agora não irá ser diferente.Dei um grau na cozinha e depois em meu quarto.- Separei porra! Vem xereca, vem. - cantarolei enquanto dançava e limpava a casa.Ouvi batidas na porta e chega o coração doeu, vai que era algum conhecido de Rangel.Abri com o cu na mão e suspirei ao ver que era Marcelo.- Ufa, é você. - sorri.- Pensou que fosse quem loira?- Ninguém, entra. - abri a porta e ele entrou.Desliguei o som, e olhei para Marcelo.- Desculpa vim tão cedo aqui, só quis ver se tu estava bem.- Não há problema algum, gosto de tua companhia. - sorri.- Como você está? - ele pe
RangelDias sem ver minha princesa. Eu estava me sentindo um inútil, só sabia beber, cheirar e ficar em porta de bar. Fiquei com mais raiva ainda quando descobri que tem um x9 dando informação de tudo pra Italiano. E com certeza esse cara é o mesmo que armou essa para me separar de Larissa.Mas deixa estar! Vou pegar na tocaia, ninguém sabe que eu desconfio disso, apenas Júnior e meu primo.- Levanta dessa porra aí! - Júnior entrou tomando o cigarro de maconha da minha mão.- Qualé, vai roubar minha brisa? Eu ainda sou o dono do morro.- Mas não está agindo como um. Qual foi Rafael, vai ficar sofrendo por buceta? Você é meu mano pô, e é dono dessa porra, eu sei que tu ama Larissa e ela acha que você a traiu, mas a vida tá aí vei, mulher não é tudo não.- Você tem razão, mas é difícil pra mim men...- Se for pra ser entre vocês dois ela vai descobrir toda a verdade e voltar pra ti irmão. O destino é certo!- Obrigado Júnior, tu é meu irmão, meu melhor amigo. - dei u
Marcelo Esses últimos tempos têm sido um misto de altos e baixos para mim. Bom porque contava com a Larissa ao meu lado, mesmo que fosse só como amiga. Ruim porque os policiais estão pressionando no meu território e nos dos aliados. Estava complicado!Após retornar da operação e ver minha irmã e a Lari, precisei voltar para a boca. Havia tantas coisas para resolver."Dudu, organiza o velório dos parceiros, faz tudo do melhor, não economiza... E depois providencia ajuda para as famílias deles.""Ok, patrão. Estou chateado com a morte dos meus irmãos de fé, mas é isso aí, na vida de bandido, se molha na chuva. Acredito que agora eles vão descansar.""Dizem que bandido vai para o inferno, mas tenho fé em Deus. Apesar de ser quem sou, Deus está em primeiro lugar. Se Ele perdoou muitos, me perdoaria...""Sim, Marcelo, nossa vida é uma luta constante. Mas vou lá resolver os negócios, irmão." Ele tocou minha mão e saiu.Honestamente, eu estava furioso. Ver meus amigos morrerem na minha fren
LarissaEscolhi uma roupa maravilhosa que nunca havia usado. Caprichei no cabelo e na maquiagem.Hoje era o tal casamento da prima de Marcelo, e eu iria não só para fazer companhia a ele, mas para me divertir um pouco e esquecer da minha vida.— Tá pronta? — Marcelo entrou na minha casa.— Ai, que susto! — coloquei a mão no coração. — Se fosse um bandido, me matava.— Mas sou um bandido. — ele riu. — Da próxima vez, tranca a porta.— Vou trancar sim. — sorri. — Eu já tô pronta.— Com todo respeito, você está linda demais. Lari.— Obrigado, você também está uma perdição. — pisquei para ele.Pedi para Marcelo tirar uma foto minha e saímos. Eu me sentia bem com Marcelo, apesar de ainda sentir muita falta de Rangel. Carla me falou que ele não faz, mas nada da vida há não ser se drogar e beber. Mas foi ele quem escolheu!— Chegamos. — ele abriu a porta do carro.— Obrigado, cavalheiro. — brinquei.Nos identificamos e entramos no casamento. Era tudo impecável, nunca vi nada tão chique ass
Já são dias...Dias sem ver Larissa. Sinto tanta saudade, tanta tristeza. Me relacionei com outras, admito, mas foi pensando nela, numa busca sem sucesso de preencher o meu vazio e, quem sabe, esquecer. Falhei. Eu faria qualquer coisa para tê-la de volta. Sou o chefe de tudo isso aqui e, se quisesse, poderia ter Larissa ou qualquer outra mulher, mas não é assim que a quero. Quero ela por vontade própria.— Rangel! — Jn entrou na salinha.— Fala.— Descobri… — suspirou. — O x9.— Fala quem é. — o encarei.— LC.— Aquele desgraçado! — me alterei. — Eu vou matar ele da pior forma possível, estou com raiva.Peguei minha pistola e saí da sala.— Espera, Rangel, relaxa. Já prendi ele, e os moleques estão vigiando.— Você tem ideia, cara? Ele estragou meu casamento, minha vida, júnior! Que traição, ele era como um filho para mim.— Não fica assim, parceiro, os verdadeiros você sabe quem são. — tocou meu ombro. — Vamos se vingar, e para tudo há solução, menos para a morte.Fomos cheios de ódi
Patrícia narrandoVoltei para casa da minha avó. As coisas estavam do mesmo jeito, mesmo depois de tanto tempo, eu continuava sendo a mesma pivetona, sempre envolvida em problemas.Após voltar, comecei a me sentir muito mal. Pensei que era apenas um mal-estar repentino, mas não... Fui ao médico e recebi o diagnóstico de câncer.Chorei, chorei muito. Não conseguia entender, por que isso estava acontecendo comigo?Fui para a igreja. Chorei tanto, e o pastor me falou palavras que não saíam da minha mente."Arrependa-se, filha, enquanto é tempo. As coisas não podem mudar, mas podem melhorar. Deus pode te perdoar."Eu sei que errei muito nessa vida. Fiz coisas terríveis por dinheiro, matei pessoas, cometi muitos erros. Inclusive, prejudiquei a esposa de Rangel.Não quero me fazer de santa arrependida, mas desejo corrigir as coisas. Estou sofrendo, e outras pessoas também por minha culpa. Não posso deixar isso acontecer. Eu sabia que iria morrer em breve, e queria encontrar paz.Não contei