POV MASONEstou andando de um lado para o outro no carpete do escritório, quase abrindo um buraco com meus passos quando burburinhos no corredor chamam a minha atenção. As paredes daqui bem que podiam não ser tão finas.-É verdade então? O que andam dizendo? Ele perdeu mesmo o controle do lobo?-Eu também ouvi sobre isso! Ouço burburinhos vindos do corredor, vozes baixas que pensam que sussurrar é o suficiente pra que eu não as ouça. Faça meu favor. Bato na porta, dessa vez tentando reunir um bocado de controle ao fazer isso, considerando que só essa semana eu tinha conseguido a façanha de quebrar três mesas. Não queria que o mesmo acontecesse com a porta.-ISSO NÃO É HORA NEM LUGAR PRA CONVERSINHAS! VÃO EMBORA DAQUI E NÃO SE METAM ONDE NÃO SÃO CHAMADOS!Ouço passos e depois silêncio. Isso não está certo, nada está certo. Eu realmente não consigo conter o meu próprio lobo, não consigo conter meus pensamentos, não consigo mais controlar nada! Ninguém deveria saber disso, saber que
Está tudo perfeito, assim eu espero, não está? Se eu coloco meu rosto pra fora da janela, o sol está brilhando, e talvez seja só a minha imaginação, mas até os passarinhos cantando lá fora parecem mais felizes. Com certeza isso é a minha imaginação, mas agora eu posso finalmente dizer que o dia que eu tanto estava esperando chegou. Não consigo parar de sorrir enquanto a minha irmã mais velha Elisa, arruma o meu cabelo do jeito que eu pedi pra ela.-Toma cuidado, se ficar sorrindo tanto assim vai acabar parecendo uma careta. E você se lembra do que o papai diz não? Se bater um vento do rosto enquanto estiver fazendo careta, vai ficar assim pra sempre. Ela fala, em tom de brincadeira, mas ela mesma tem um sorriso gigante no rosto dela, que foi contagiado pelo meu. -Olha, se quiser tanto um casamento assim, eu me visto de noivo por você, e ainda monto tudo de uma forma impecável do jeito que quiser. Não quer repensar? Sabe que eu faria tudo pra te ver feliz, assim como mamãe e papai
POV MASONFoi a 10 anos atrás que tudo aconteceu, mas eu ainda me lembro claramente, como se mal tivesse passado um dia. As coisas andavam muito estranhas na matilha da lua crescente. Foi o lugar que eu cresci e sempre foi tão pacifico, mas de repente….A guerra parecia prestes a estourar. Ainda assim, eu estava passando pelo território leste junto com uma equipe de patrulha. Estávamos passando perto da fronteira, éramos eu, meu pai e mais uns 5 lobos. A terra estava úmida depois de uma forte chuva e eu sentia minhas patas se afundarem a cada passo que dávamos. A fronteira agora tinha que passar o máximo de tempo possível sobre vigia. A paz era rala e parecia que qualquer coisa poderia acabar com ela, mas como alfa, meu pai estava fazendo o possível para evitar isso. Mas em um dia que era só pra ser uma vigia, um dia onde as coisas pareciam tão calmas…acabou sendo mais do que isso.Um barulho estranho chama a atenção de todos nós vindo do leste. Começamos a correr quase ao mesm
POV MASONAnos haviam se passado, mas tempo nenhum é o suficiente para apagar aquelas memórias que parecem que consomem nossas almas. Aquelas que deixam marcas e se tornam uma obsessão.Vingança era uma obsessão.E ela parecia tão fácil…tão acessível…Ela estava bem ali na minha frente, colhendo flores em uma campina, com seus cabelos loiros avermelhados sendo soprados junto com o vento e brilhando sob a luz da manhã. Era muito cedo, o sol mal tinha acabado de nascer e ela parecia ter surgido junto com ele.A filha do Alfa da alcateia lua de sangue. Ela vinha pelo menos a cada dois dias naquela campina, e no começo eu não sabia quem ela era…ou quem eram seus pais. Eu nunca falei com ela, só observava a distância vendo a forma que ela dobrava margarida por margarida até fazer a coroa de flores perfeita. A forma que ela passava a mão em seus cachos rebeldes, ainda mais rebeldes pela brisa de verão. Quando eu descobri quem ela era e sobre a sua família, de repente ficou tudo tão fácil,
Pov JudeEstávamos eu e minha irmã retirando a mesa depois do almoço maravilhoso que tivemos com o Mason e nossos pais. Pode-se dizer que foi nosso primeiro almoço de noivado, já que fazia tão pouco tempo que ele tinha me pedido em casamento. Foi uma boa oportunidade também para contarmos aos meus pais durante esse almoço. Até eu fiquei chocada com o quão bem eles tinham reagido. Tudo está indo tão rápido e está sendo tão perfeito que realmente não parece real quando paro pra pensar sobre isso. Parece que estou sonhando ou coisa parecida. -Então, quando você planeja me contar como foi que ele te pediu em casamento?Eu sinto minhas bochechas esquentarem com a pergunta da minha irmã. Ela parecia um pouco brava comigo desde mais cedo, por ter ficado sabendo ao mesmo tempo que os meus pais. Ela queria porque queria, ter sido a primeira a saber. -Bem, você vai me perdoar se eu te contar primeiro a história? -Vou pensar. Pode começar- Ela disse enquanto retirava a toalha da mesa e começ
Não sei onde estou, mas onde quer que seja esta tudo escuro, e estou perdida aqui. Não vejo um palmo sequer a minha frente mas pelo menos estou andando, Só não vejo pra onde. Acho que tem alguma coisa na minha mão, que estou segurando, mas não consigo enxergar o suficiente pra saber o que é, e a forma é muito estranha pra conseguir sentir só pelo tato.E é então que eu vejo uma pequena luz, e um portal rodeado de margaridas, iluminado de um jeito que parece ter luz própria. Eu passo por ele e o mundo fica claro mais uma vez. A coisa nas minhas mãos era um buquê, de margaridas assim como no portal, mas diferente dele, vejo respingos de sangue nas pétalas delicadas. Olho pra baixo, e vejo meu vestido branco que era pra ser um vestido de noiva, também manchado de sangue. Estou no caminho para o altar, meus pés não pararam de se mover como se agissem por conta própria, eu tento parar mas não consigo e isso é desesperador. Eu olho ao redor aterrorizada quando percebo corpos sentados nas
POV MASONMe sinto estranho, completamente estranho. Meu lobo deve ter perdido a cabeça em algum momento durante esses últimos tempos, ou pior, eu mesmo devo ter perdido a cabeça.Por que diabos eu trouxe ela para cá? Não consigo ignorar a sensação conflitante dentro de mim, alguma coisa que eu sinto que com certeza está errada. Isso com certeza é sintoma de loucura, tanto a sensação quanto às decisões que tomei e principalmente não ter matado ela quando eu DEVIA ter matado. Por que eu não matei?Eu tinha conseguido, eu realmente tinha conseguido. Agora finalmente eu poderia descansar a cabeça em algum lugar e deixar o peso do meu coração sair. Todos aqueles que foram responsáveis pela maior tragédia da minha vida e a vida de todos que um dia fizeram parte da alcateia de meus pais, finalmente o preço tinha sido pago. Sangue por sangue. Depois de tantos anos, eu finalmente poderia deitar minha cabeça no travesseiro e dormir um sono sem pesadelos. Mas agora, bem agora no momento cruc