- Não.
- Tem certeza?
- Absoluta. – confirmei.
Ele saiu finalmente.
- O que deu nele? – perguntei.
- Também pensei na hipótese de um bebê. – Otto falou.
- Não... Não é. Só estou engordando muito. Então decidi que vou parar de comer coisas engordantes e abolir o refrigerante.
- E por que está engordando?
- Acho que estou comendo muito.
- Eu pensei em lhe dar tantos presentes... Mas achei, sinceramente, que este era o melhor que eu poderia lhe dar.
Otto me entregou a pequena caixa aveludada. Abri e me deparei com um chaveiro em prata, com a foto dele e de minha mãe, juntos. Atrás, tinha escrito: “Temos orgulho de você”. Senti as lágrimas invadirem meus olhos rapidamente.
- Pai... Eu... Amei.
- Não quero que chore. – ele limpou as lágrimas. – Quero
Paramos num hotel de luxo, longe dali. Assim que entramos na recepção, todos os olhares ficaram sobre mim. Já era tarde da noite, ainda assim havia muitas pessoas no hall de entrada.Nicolas seguiu sem se importar, segurando minha mão. Quando entramos no elevador, ele perguntou, rindo:- Ladra de ponto?- Achei que elas iriam me bater. Fiquei com medo.- Não quis que fosse um risco para você... Mas achei que ia gostar que parecesse real.- Eu amei a surpresa... Aliás, você sempre me surpreende... – fiquei na ponta dos pés, enlaçando seu pescoço.Ele abriu o cinto do sobretudo, deixando meu corpo à mostra. Passou a mão pelas minhas nádegas, seguindo pelos meus peitos enquanto o observei mordendo o lábio inferior, lascivamente.- Todo mundo ficou me olhando na recepção. – observei ironicamente, deixando o sobr
Olhei para Nicolas completamente desarrumado e com os braços avermelhados. Pela porta eu conseguia ver todos de pé, assistindo à cena lamentável. Hora de partir. Não seria eu que ficaria no meio daquela possível família. Eu já havia sido rejeitada por meu pai e não deixaria Nicolas fazer o mesmo. Meu coração batia tão forte que eu o sentia no mesmo ritmo da minha perna trêmula.- Deve haver um engano. – disse Nicolas gesticulando nervosamente com as mãos, enquanto andava para trás, confuso. – Eu... Não posso ter um filho. Eu nem conheço você. – ele olhou para a mulher.- Me desculpe. – ela disse, retirando os óculos e descansando-o na cabeça. – Não é você que eu procuro.- Você falou “o dono do resort”. – falei atônita.- Se não h&aac
Eu estava ansiosa esperando todos para o jantar. Felipe e Lorraine estavam quase mudados de casa. Um pouco das coisas já estavam na casa nova e o restante ainda na minha. Estávamos na sala de estar aguardando Nicolas e a mãe, que eu não tinha certeza se viria.A campainha tocou e eu levantei nervosa e antes que Lu chegasse na sala, eu já havia aberto a porta. Era Nicolas... Acompanhado de Maria Emília.Ele me deu um beijo:- Obrigado pelo convite, rainha do drama. Estou curioso. – ele me levantou com um forte abraço.- Não me aperte muito, Nick. – pedi.- Mas você sempre gostou que eu a apertasse com força... – ele falou confuso.- Agora eu não gosto. – sorri.- Agora ela gosta de bater em você de bolsa. – disse Felipe ironicamente.Nicolas serviu-se de um copo de uísque e entregou um para Felipe:- Um b
Naquela manhã, quando cheguei à empresa, Joana me esperava na porta da minha sala. Novamente usava vermelho, que na opinião dela, devia achar que lhe caía bem. Passei pela porta, tentando não dar importância para a presença dela, que logo estava dentro da sala comigo:- Acho que vamos trabalhar juntas por um longo tempo. – ela disse.- Veio até aqui para me dizer isso? – olhei nos olhos dela ironicamente.- Estou cuidando de tudo para Tom...- Deveria estar triste, afinal, perdeu o namorado. – observei enquanto abria minha agenda.- Mas ganhei ações na Paradise Resort... Então acho que saí ganhando.- Acho que agora seu pai vai parar de me perturbar, já que você conseguiu o que ele queria.- Estamos organizando uma pequena comemoração na nossa casa quando eu receber oficialmente os documentos no meu nome.
Na manhã seguinte, antes de sair para o encontro com a possível organizadora do meu casamento, peguei o meu caderno de voltei a escrever mais uma vez. Começava a ficar ansiosa e feliz por poder contar a minha história com Nicolas.Peguei meu notebook para ver algumas fotos do site que ela havia me indicado sobre casamentos na praia. Verifiquei minhas redes sociais, há quase um ano sem publicação alguma. Por mais incrível que pudesse parecer, Nicolas não tinha redes sociais. Só havia criado e bloqueado, talvez só para dizer que tinha e não ficar tão fora do mundo digital. Ele mal tinha tempo para a vida real, muito menos para postagens. Além do mais ele sempre foi bastante discreto e realmente aquilo em nada lhe agradava: exposição. Encontrei uma plataforma de publicação online e comecei a digitar a primeira parte da minha história. Não qu
Quando cheguei em casa Nicolas já estava me esperando, ansioso e furioso. Maria Emília já havia feito toda a fofoca assim que eu saí.- Como você foi sozinha? Eu não quero que deixe o resort sem um segurança de forma alguma. É perigoso. Simon pode estar seguindo seus passos. Você corre risco... Nosso bebê corre risco, entende? – ele quase gritava e eu fiquei um pouco melindrada com a forma como ele falava.Mas eu sabia que ele tinha razão. Se eu tivesse ouvido-o antes, não teria encontrado Simon. Mas que diferença faria não encontrá-lo? Nicolas não era intocável em Paraíso, então, de um jeito ou de outro, Simon teria nos encontrado. Não poderíamos ficar trancados no resort para sempre. Aquilo tudo era surreal.Eu comecei a chorar, não só pela forma como Nick falava comigo, mas também pelo que h
Entrei no quarto rapidamente e fui até eles, puxando-a pelos cabelos do colo do meu namorado. Ela não esperava pela minha atitude a acabou caindo no chão. Peguei uma jarra de água que estava sob a mesa, próximo da janela e joguei no rosto de Nicolas:- Acorde, Nick, esta vagabunda deve ter drogado você.Ela já estava de pé, me encarando furiosa, enquanto Nicolas não conseguia se mover de onde estava, completamente sem ação.- Saia agora desta casa e não volte mais. – avisei.- Nicolas me chamou, querida. – ela alegou.- Nick não chamaria você, Joana. E eu tenho certeza disto. Só vou tentar entender, quando ele estiver bem, como você conseguiu chegar na Villa e entrar na nossa casa.- Você está brincando com fogo, maninha.- Não somos irmãs... Não temos o mesmo sangue, muito menos o
Quando chegamos ao hospital de Paraíso eu já havia explicado a Otto tudo que havia acontecido com Nicolas e Joana. Ele ficou temeroso:- Talvez tenha sido a discussão com Joana que tenha deixado você nervosa e com dor.- Eu não acho que tenha sido isso. – disse Felipe. – Acho que é normal esta dor no início... Pelo menos Lorraine reclamava um pouco.- Isso me deixa mais tranquila, Felipe.- Estou com medo do que Simon venha a fazer. Joana pode ter sido amadora, mas certamente não agiu sozinha. Os dois estão sempre juntos em tudo.Fui atendida logo que fiz o cadastro, deixando Otto e Felipe preocupados quando deixei a recepção.A médica que me examinou perguntou:- É sua primeira gravidez?- Sim.- Já iniciou as consultas de pré-natal?- Descobri há pouco tempo. Está agendada a primeira