Capítulo 67

[ Patricia]

Tranquei a porta do quarto atrás de mim e deslizei até o chão, abraçando os joelhos contra o peito. O silêncio ao meu redor era pesado, quase sufocante, como se cada palavra dita por Ester ainda ecoasse nas paredes, nos cantos, dentro de mim.

Fechei os olhos, tentando conter as lágrimas que ardiam, mas elas deslizavam teimosamente pelo meu rosto. A dor que eu sentia não era uma dor nova, era aquela velha conhecida, que sempre se instalava no fundo do meu peito como um visitante indesejado. Mas, dessa vez, parecia ter encontrado um novo espaço para se espalhar, crescendo como raízes que se agarravam a cada parte de mim.

As palavras de Ester ainda estavam ali, rodopiando em minha mente como uma tempestade que eu não conseguia dissipar. "Você sempre quer o que não pode ter", "é sempre sobre você", "por isso Marcus fez o que fez com você". Cada frase era uma lâmina afiada, cortando pedaços de uma culpa que eu já carregava há tempo demais.

Ela estava certa? Será que, no fundo,
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