Para Sempre Sua - Duologia Paixões
Para Sempre Sua - Duologia Paixões
Por: Bia Almeida
CAPÍTULO UM

SARAH

Não posso acreditar no que está acontecendo, como ele foi capaz?

Tudo bem eu não o amava, mas merda, ele é o meu namorado, não consigo acreditar que o Jean está me traindo, e logo com a Olívia, "vai Jean, isso, mete gostoso" só de lembrar o que presenciei em seu escritório me dá náusea. Agora estou com cara de idiota esperando o elevador, enquanto meu "namorado", está em sua sala transando com sua secretária, minha vontade é de fazer um escândalo, mas se eu fizer vou passar atestado de chifruda para toda a empresa, e isso chegará até meu pai, se não é que já tenho esse título, vai lá saber.

Por causa desse cretino do Jean esqueci do meu pai, merda, merda, merda, mil vezes merda. Combinei de almoçar com ele, provavelmente ficará sabendo que estive na empresa, pois, todos me conhecem e sabem que sou filha do temido CEO Michael Vendramini, preciso inventar uma desculpa, não quero que meu pai saiba o que seu querido diretor e "genro" aprontou com sua amada filha, o conhecendo como conheço, ele colocaria Jean na rua e eu não quero isso porque apesar de ele ser um cretino, é um excelente profissional.

Jean chegou à diretoria por mérito próprio, era apenas o menino da xerox, estudou e trabalhou muito para chegar ao cargo que ocupa hoje, sei que ele infringiu uma das normas da empresa, e ainda por cima me traiu, mas não vou o dedurar.

Enfim o elevador chega, preciso sair urgentemente desse lugar. Saio do prédio apressadamente e tropeço em mim mesma, meu corpo tomba para frente como se estivesse em câmera lenta, parando em uma parede de músculos e braços fortes que me seguram — cuidado, mocinha.

Ouço uma voz rouca, sinto seu perfume amadeirado que fazem meu corpo estremecer. Minha mente está confusa, não me atrevo olhar em seu rosto, com minha cabeça na direção do seu peito firme, me desvencilho de seus braços e pego minha bolsa no chão, de cabeça baixa peço desculpas, e agradeço por sua ajuda, saio em disparada, a minha cota de vexame por hoje se esgotou. Assim que chego em casa tomo uma, ducha e uma xícara de café, ligo para Lily, minha melhor amiga.

— Ly — Que voz é essa, Sarah, com quem você brigou hoje? Essa louca sabe muito bem que mudei, não sou mais aquela garota da faculdade que resolvia minhas tretas batendo boca, e dependendo da situação partia para briga.

— Está errada minha querida, essa é a voz de alguém que não brigou, apesar de ter motivos para isso. Entendam uma coisa, não sou brigona, apenas luto e defendo meus direitos.

— Logo vi que alguma coisa aconteceu, o que houve Sarah?

— Simplesmente resolvi seguir seus conselhos e fazer uma surpresa para o Jean antes de ir almoçar com papai, chegando lá a surpreendida foi eu, Jean estava transando com sua secretária na mesa da sua sala.

— Sarah, vou acabar com a raça daquele desgraçado.

— Eu não acabei e nem você vai fazer isso, o livro com capítulo Jean acabou.

Conversei um pouco mais com Lily. Depois que me despedi dela, respirei fundo tomando coragem para falar com meu pai, tenho que ser convincente para que ele não suspeite de nada. Ligo para ele que atende no segundo toque.

— Filha, você está na sala do Jean? Uns dos meus diretores a viram na empresa.

            — Não pai, tive que vir embora, surgiu um compromisso de última hora — você foi embora Sarah, sem vir falar com seu pai, é isso mesmo que estou ouvindo? E o nosso almoço? Meu pai fala com sua voz dura e áspera. Infelizmente tenho que mentir, odeio fazer isso, principalmente com ele.

— Pai me perdoa, quando cheguei no prédio da Vendramini, minha secretária ligou dizendo que havia um problema no projeto de um dos nossos clientes e era urgente, eu tive que voltar para a empresa para poder resolver.

— É algo grave, conseguiu resolver? Sabe que se precisar de ajuda pode contar com seu velho pai.

— Amo você senhor Vendramini, pode ficar tranquilo que estou conseguindo solucionar.

— Sarah Vendramini você tem certeza que está tudo bem? Sua voz me diz que tem mais alguma coisa — fala no seu modo pai, misturado com CEO — tenho pai, agora preciso desligar.

— Sarah antes que eu me esqueça, convidei o Jean para jantar conosco as 20:00, te aguardo.

Meu pai é assim, ele não pede ou pergunta se eu posso, simplesmente ele manda, apesar do seu jeito carinhoso não se engane, eu não tenho opções a não ser ir e dar de cara com o canalha do Jean, antes vou o comunicar que ele não é mais meu namorado. Que M, para que meu pai inventou esse jantar?

Ligo para o cretino que demora atender, quando estava quase desistindo ele atendeu.

— Jean — Oi! Meu amor, estou com saudades.

— Respiro fundo — Jean só estou te ligando para te comunicar que a partir de hoje não estamos mais juntos, agora você está livre para transar à vontade a sua secretária.

— Que isso Sarah, não sei o que inventaram, mas é mentira, você sabe que nunca faria isso com você, eu te amo, Sarah.

— Solto uma gargalhada irônica — ninguém me falou nada Jean, eu vi você enfiado dentro da Olívia em sua sala, "vai Jean, isso, mete gostoso", essas foram as palavras que ela pronunciava enquanto você metia nela em cima da sua mesa. — Sarah..., nem o deixei falar, com certeza só sairiam mentiras em cima de mentiras.

— Jean, meu pai nos convidou para jantar hoje, vamos aproveitar e anunciar o fim do nosso namoro, não se preocupe que não vou dizer o motivo, que apesar de você ser um cretino, é um excelente funcionário — antes que ele dissesse mais alguma coisa, desligo —  preciso descansar para enfrentar o senhor Vendramini.

Chego uma hora mais cedo na mansão Vendramini, aproveito para contar o que aconteceu a minha mãe, para ela me ajudar na hora do jantar caso o papai insista que eu e Jean continuemos juntos.

O traste chega no horário combinado, cumprimentou minha mãe que foi um pouco fria com ele, não o abraçando como costumava fazer. Jean ficou um pouco sem graça e me chamou para irmos ao jardim conversar, tentou me convencer que era a primeira vez, que me amava e que não queria terminar,  julgo que ele pensa que sou idiota, só pode, no fundo, sei que ele gosta de mim e que homem pensa com a cabeça de baixo, mas ele não me ama e eu não o amo, fico com raiva dele porque ninguém gosta de ser traído, muito menos assistir à traição, mas, na verdade, estou me sentindo aliviada, estava acomodada neste relacionamento, e creio que ele também.

Como era esperado meu pai tentou persuadir para que desistíssemos de nos separar, disse que ele já havia planejado nosso casamento e, já até sonhava com os netos, minha mãe interferiu dizendo que a decisão era nossa, mudei de assunto falando sobre meu irmão que está viajando a negócios, e a conversa fluiu tranquilamente, mesmo com o desgosto do meu pai, infelizmente ele vai ter que aceitar.

Assim que chego em casa, recebo uma ligação da Lily, "a curiosa", querendo saber como foi o jantar, contei a ela que foi melhor que esperava, fui obrigada a contar os detalhes por sua insistência, depois de lhe fornecer todos os detalhes, desliguei o celular e fui me deitar.

Fecho meus olhos e reflito sobre minha vida amorosa. A única conclusão que cheguei, é que ela sempre foi um desastre.

É inacreditável que nenhum relacionamento tenha dado certo, apesar de não amar o Jean, eu gostava dele e o admirava como profissional e como pessoa.

Estava apostando minhas fichas nessa relação, meu pai e meu irmão faziam muito gosto do nosso relacionamento por conhecerem o Jean desde quando ele tinha 17 anos, e terem acompanhado seu progresso na empresa. Além do Jean ser uma excelente pessoa.

O que eu posso fazer? Juro que pensei que, com o tempo o amaria, e quer saber de uma coisa, ainda bem que não amo aquele cretino, porque senão o chifre iria doer mais. O que tenho que fazer agora é seguir e esquecer essa história de "para sempre", já vi que isso não é para mim, já estou com 28 anos e nada aconteceu, minha mãe diz que quando é a pessoa certa no fundo, sabemos, foi assim com meu pai, mas eu não sei se existe essa pessoa. E se ela existir, aonde ela está? Talvez em outro país, tenho que rir, só pode, porque até hoje só quebrei a cara.

Namorei Steven, filho de um amigo do meu pai, ele tinha dezessete anos e eu dezesseis, estudamos na mesma escola e faculdade. Eu o conheci em minha casa em uma das grandes festas que a toda poderosa Helga Vendramini, minha mãe organiza.

Steven é um rapaz muito bonito, ficamos flertando durante um tempo até engatar um namoro, nunca fui de ficar por ficar ou fazer uso do lema "só uma noite e nada mais", sempre gostei de ter alguém com quem compartilhar. Ficamos juntos um pouco mais de três anos, meus pais o adoravam, gostam dele até hoje.

Steven é um ótimo rapaz, nosso relacionamento não seguiu adiante porque ele queria um compromisso mais sério, noivar e casar. Eu gostava dele, Steven é muito gentil, carinhoso e gostava de mim, mas eu não estava pronta para o próximo passo, sair do meu país, casada, deixando meus planos de lado para seguir meu marido, eu era muito nova, ainda não tinha me formado, ele foi para Cuba fazer sua pós em medicina, a melhor solução foi cada um seguir o seu caminho, eu gostava muito dele, com ele que me achei, me tornei mulher. Sofri com sua ausência, mas eu sempre gostei muito mais de mim.

Meninas me entendam, quando eu digo que me achei é porque eu penso que esse é o termo correto quando deixamos de ser virgem, e não o que é geralmente usado, me perdi, para mim nos conhecemos verdadeiramente quando nos tornamos mulher.

Depois de seis meses, separada do Steven, conheci Juan um latino de tirar o folego, o, cara era muito bom de cama, não que com Steven não fosse bom, me tornei mulher com ele, mas com Steven era calmaria, o sexo era doce e tranquilo, ele sempre usava palavras românticas.

 Com Juan era puro fogo, ele nunca fez amor comigo, ele sempre me fodia, suas palavras eram de baixo escalão, eu adorava, ficava ainda mais excitada.

Infelizmente tudo que é bom dura pouco, nessa época fazia estágio na minha área que é design de interiores em uma empresa em Nova York, foi onde conheci Juan, não queria casar com ele, mas combinamos de que enquanto estivéssemos juntos teríamos uma relação monogâmica, e lá fui eu tomando o meu primeiro chifre, assim eu acho.

Querem saber como descobri? Simples, ninguém na empresa sabia que estávamos juntos, então, um belo dia as meninas insistiram que eu fosse almoçar com elas para colocar as fofocas em dia, eu nunca almoçava fora, preferia sempre levar minha comida, Juan às vezes até reclamava porque segundo ele, queria almoçar comigo, depois descobri que era tudo mentira.

Bem, voltando ao assunto, combinei que na sexta-feira não levaria comida e almoçaria com elas, já que quase não conversava com minhas colegas de trabalho, pois, saia da empresa e ia direto para a faculdade. Chegando no restaurante, conversa vai e vem, pergunto pela Lisa, eu tinha visto ela saindo do prédio e ainda não estava conosco, todas começaram a rir e eu não entendi.

— O que foi, meninas? Não entendi a piada. — Você não sabe mesmo Sarah?

— O que foi que perdi? — A Lisa é a da vez — Da vez, como assim?

— Não acredito Sarah que você não sabe a fama do Juan e o que ele faz.

Quando ouvi o nome do Juan, gelei na hora, tentei a muito custo disfarçar minha raiva para ouvir tudo que elas sabiam dele.

— O Juan tem fama de ser bom de cama, de deixar uma mulher satisfeita, na, real, de foder bem. Só de falar fico com calor, a cada semana sempre na sexta-feira uma menina fica com ele, naquele motel que tem aqui perto, na próxima sexta é minha vez, não vejo a hora.

Pensem numa pessoa que acabou de ser atropelada por um caminhão, essa era eu, o meu namorado já havia transado com quase todas as mulheres da empresa, ainda não parou por aí, elas ainda contaram que ele diz para todas que tem namorada e que a ama, que só transa com outras mulheres por caridade, porque um, cara com uma glande como a dele, não pode satisfazer só uma mulher.

Hein! Como? Será que ouvi direito?

Após essa avalanche de informações sobre meu "namorado" comecei minha coleção de decepção com namorados com chave de ouro. Depois de Juan me concentrei em trabalhar e no meu vibrador, aos vinte e quatro anos estava começando minha empresa, que fiz questão de usar meus próprios recursos, não aceitei um dólar da minha família, e tenho muito orgulho de onde ela está hoje, que em apenas quatro anos se tornou reconhecida no mundo empresarial.

Chegou um momento que meu vibrador já não estava mais fazendo efeito, ao mesmo tempo, eu não queria outra decepção amorosa na minha vida, foi quando eu estava indo para a minha empresa, meu carro quebrou, tive que usar o metrô, naquele horário o metrô não estava cheio e consegui um lugar para sentar, ao meu lado tinha um rapaz moreno claro muito bonito, que puxou assunto comigo, seu nome era Bruno e por coincidência iriamos para o mesmo lugar.

Ficamos amigos e ele me contou todo orgulhoso que era gerente de uma loja de roupa no shopping, não contei para ele quem eu era, queria um relacionamento verdadeiro, alguém que gostasse da, Sarah e não da Sarah Vendramini.

Começamos a sair juntos, eu sempre marcava no local do encontro, nunca dei o endereço da minha casa, nessa época eu ainda morava na mansão, nossos passeios eram simples como ir ao cinema, parque ou em uma pracinha, um mundo completamente diferente do meu, mas eu adorava.

Quando completamos seis meses juntos ele quis terminar, disse que queria dar um tempo sem motivo aparente, na verdade, entendi que ele queria conhecer outras garotas, achei legal a sua sinceridade, ele poderia ficar comigo e me trair que eu nem saberia, já que vivíamos em mundos diferentes.

Dois meses depois do término, Bruno pediu para tentar novamente, que ele gostava de mim.

Estava sozinha e gostava dele, então voltamos, com o tempo eu o achei diferente, falava em coisas materiais e caras, dizia que queria mudar de vida, eu até que achava legal, mas às vezes, tinha impressão de que ele estava insinuando alguma coisa.

De alguma forma soube quem eu era, por isso quis voltar comigo, ele descobriu que sou rica, rica modestamente falando, sou bilionária, meu pai é o CEO de uma das dez maiores empresas dos Estados Unidos, como Bruno disse em sua conversa com seu amigo em uma festa "ela é uma garota muito bonita, mas mesmo que fosse feia namoraria, quem em sã consciência não quer ter o sobrenome Vendramini".

Esse foi o motivo que terminei com ele, e ainda teve a cara de pau de dizer que ouvi errado, me chamou de surda. Pode isso produção?

Depois de Bruno, todos que se aproximavam eu pensava que era por causa do meu pai e não por mim, até que a pouco mais de dois anos atrás me envolvi com Jean e deu no que deu, mais um chifre e uma decepção para minha ilustre coleção.

Agora chega, cansei de ser uma mulher de compromisso, a partir de hoje vou usar o lema que nunca fui a favor "uma noite e nada mais", não ficarei escrava do meu vibrador como das outras vezes, a nova, Sarah vai se satisfazer com sexo casual.

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