SARAH

Acordo com o meu celular tocando, atendo sem verificar quem é, quando ouço sua voz rouca desperto automaticamente.

— Sarah — Bryan — Sou eu, esqueceu do nosso encontro?

— Que horas são? — Quase oito Horas

— Desculpa, hoje o meu dia foi tenso, cheguei em casa seis horas e resolvi tirar um cochilo até às sete, acabei perdendo a hora. Você está no restaurante?

—  Não, estou na sua porta, nunca que eu iria deixar você ir sozinha.

—  Na minha porta? —  Ai meu Deus! —  Estou indo.

Escovo rapidinho meus dentes, prendo meus cabelos revoltos em um coque, desço correndo e abro a porta, quase caio para trás, ele está lindo, com uma calça, jeans escura, uma blusa branca que marca bem seus músculos, olha para mim de cima a baixo.

— Entre, mil desculpas, perdi completamente a hora, vou me arrumar, fique à vontade.

— Se você não estiver bem para sair não tem problema, o que importa não é o local e sim a companhia.

— Estou bem, só dormi demais — olho para meu corpo — Meu Deus! Bryan, estou de baby doll e com a cara amassada na sua frente, não olhe mais para mim, que vergonha, eu já volto.

Eu não sei porque meus encontros com Bryan são sempre constrangedores, primeiro caí em cima dele, depois trombei com ele de ré, e agora durmo além da conta, e, em vez de encontrar uma bela mulher toda produzida, Bryan se depara comigo nesse estado. Saio correndo para o meu quarto e ouço sua gargalhada. Meia hora depois desço, coloquei uma, calças de alfaiataria justa com uma blusa de seda preta e salto preto. Deixei meus cabelos presos em um rabo de cavalo porque não tive tempo para amansá-los.

Acabo falando para ele meus pensamentos.

— Com você, sou sempre um fiasco, primeiro trombei sem saber nem como era o rosto de quem ajudou  para que eu passasse menos vergonha, depois trombei em você na minha casa, mas ali a culpa foi sua que parou atrás de mim —   ele sorri —  e agora me chama para jantar, acabo dormindo, e ainda o recebo toda descabelada e de baby doll.

— Quanto a isso não tenho o que reclamar, você é naturalmente linda, e de baby doll, hum! Perfeita — coro na mesma hora.

— Vamos jantar ou não, senhor Campbell?

— Para você é Bryan, e vamos logo, reservei para nove horas, parece até que sabia que aconteceria um imprevisto — imprevistos acontecem baby.

Chegamos no restaurante dez minutos atrasados, o jantar fluiu bem, Bryan perguntou se o que tinha acontecido tinha a ver com o meu ex, confirmo, digo que finalmente as coisas se acertaram, ele pergunta se a família estava fazendo pressão para que voltássemos, conto que a princípio meu pai fez, mas que agora está tudo certo.

Ele fala um pouco sobre o seu trabalho e eu sobre o meu, depois falamos sobre relacionamento, conto que sou um verdadeiro fracasso nesse quesito, ele diz que a culpa deve ser dos, caras, porque até agora o que ele conheceu de mim, gostou. —  Fico corada com o seu comentário — já não bastava o esforço que estava fazendo para não derreter na sua frente, e ele ainda tinha que ser fofo.

Aí, minha nossa senhora, das xoxotas aflitas, me ajuda.

Cada sorriso do Bryan é um atentado, o que ele está dando nesse exato momento parece um chamado, me fode, —  preciso de outra calcinha —  se algum dia eu sair com ele de novo a primeira regra é levar calcinhas, extras, eu deveria ter vindo de vestido, daria para arejar o calor que sinto aqui embaixo.

No caminho para casa fiquei pensando o que fazer, ceder ou não a tentação, penso na relação de amizade dele com o Luke, se não ficaria um clima chato depois, que com certeza não passaria de uma noite, não que eu não quisesse mais, porque um homem lindo e gente boa como ele, é digno de repetição, mas pelo, o que Luke falou ele sempre está com mulheres diferentes.

Sei que não quero relacionamentos, mas isso não quer dizer que não possa desfrutar várias vezes desta edição limitada que está a minha frente.

— Tudo bem? Está pensativa. — Estava pensando no Luke, ele sempre foi muito protetor comigo, hoje ele esbofeteou a cara do Jean na casa dos meus pais.

— Vocês não terminaram, o que ele estava fazendo lá?

Chegamos na minha casa, eu o convido para entrar, conto tudo o que aconteceu na mansão hoje, Bryan diz que faria o mesmo que Luke, e que ele não admite traição. Pelo jeito rude que ele falou, suspeito que já foi traído, bem-vindo ao time. Conto que não foi a primeira vez que fui traída, e por conta de tanto desastre amoroso, não quero mais relacionamento fixo com ninguém.

Bryan parece não gostar que disse, diz que vai chegar uma hora que irei encontrar um, cara que me ame como mereço, parece minha mãe e Luke falando.  Ofereço lhe uma bebida e conversamos mais um pouco, e não sei o que deu na minha cabeça, pois, digo que é melhor ele ir e que tenho que acordar cedo para trabalhar. Devo ter surtado, dispensar um homem que é totalmente culpado por destruir minha calcinha, não é normal.

Ele olha para mim com aquele par de esmeraldas que diz que não quer ir embora.

— Tudo bem Sarah.

Eu o acompanho até o portão, mas antes Bryan coloca seu copo em cima da mesa e depois saímos.

— Há muito tempo não me divirto tanto, amei sua companhia, você não é só um corpinho bonito — ele ri — nem você Sarah.

De repente fica sério olhando em meus olhos que a essa altura me denunciavam. —  Me beija, me beija.

Coloca seus braços em minha cintura e em um movimento rápido encosta-me no seu SUV, sua língua invade minha boca. Posso sentir sua excitação pressionando meu ventre. Minhas pernas, parece gelatina, e sem perceber minhas mãos deslizam em seus cabelos escorridos e negros, dou tudo de mim nesse beijo.

Finalizamos o beijo e nossa respiração está acelerada, Bryan encosta sua testa na minha, até que nossa respiração volte ao normal.

— Me segurei a noite toda, estou querendo te beijar desde a hora que você abriu a porta para mim, na verdade, sonhei em te beijar desde aquele dia na Vendramini, em que você era para mim uma deliciosa desconhecida.

— Nos dois momentos eu estava péssima, hoje então...

— Para mim você estava sexy, sei que você se relacionou com homens que não te valorizaram, mas você não tem noção de como é linda, com esse seu cabelo selvagem de cor âmbar, e olhos da mesma cor. Sua pele bronzeada e suas curvas são perfeitas. — Você é uma mulher espetacular fisicamente e mais bonita ainda no seu interior, amei demais a nossa noite, estar com você se tornou tudo mais fácil, com você, posso ser eu mesmo, sem máscaras, sem pompa, amei o fato de você me proporcionar isso.

— Ufa, não sei o que me deixou mais sem folego, se foi o beijo ou o que você disse — Ele riu alto.

— Sarah, como CEO tenho muitas responsabilidades, dentre elas, participar de eventos. Procuro sempre estar acompanhado porque é muito chato ir sozinho, porém, o maior motivo é que um, cara como eu, CEO, solteiro, acabo sendo alvo de muitas mulheres interesseiras, seja por uma posição social ou por interesses empresariais. Ter companhia faz com que minha noite seja sem interferências desnecessárias e evita alguns constrangimentos.

— Por que você está me contando isso?

— Porque gostei de você e não quero que pense que sou um homem promíscuo. Necessito de sexo, mas sou muito sincero deixando bem claro que é somente isso, quando me comprometo com alguém, sou fiel, ainda mais porque só entro em uma relação à qual eu realmente esteja envolvido.

Aí meu Deus ele disse que gostou de mim, e ele não tem noção o quanto gostei e o desejo, mas tenho que ser forte, ainda mais depois do que ele falou, não posso ser como essas mulheres e me entregar no primeiro encontro, mesmo querendo, muito. Esse negócio de sexo casual é mais difícil do que imaginei, ao menos para mim, já quero me casar com esse homem. Eu não tenho jeito.

Bryan se aproxima e prende meu lábio inferior no seu dente, depois toma minha boca e nos beijamos por longos minutos.

—  Como te desejo.

Ele nem precisava dizer, porque seu beijo e sua excitação falam por si, Bryan não tem ideia do esforço que estou fazendo para não o levar para minha cama, apesar que do jeito que estou excitada, não daria nem tempo de chegar no quarto.

—  Eu também Bryan, mas hoje não, você precisa ir.

O que acabei de fazer, disse que vou me deitar com ele em outro momento, é isso mesmo? Sei que vai ser inevitável, mas não precisava dizer. Ele se afasta um pouco.

— Já vou linda, adorei nossa noite, fazia tempo que não me divertia tanto.

— Obrigada, também gostei muito da sua companhia, do seu corpo nem preciso dizer, um verdadeiro deus grego, digo o olhando de cima a baixo, o desenhando com as mãos — ele rir alto.

 —  Não vejo a hora de sair outra vez com você.

— Me liga para combinarmos, amanhã irei para Nova York a trabalho, retorno na quarta.

— Jantar na quinta? — Combinado.

Beija-me outra vez, diferente da primeira vez, parece que está aproveitando e explorando cada canto de minha boca, deixando lembrança e saudade.

Depois que Bryan se despediu e foi embora, fiquei um bom tempo com o coração palpitando e as pernas bambas, além de ser destruidor de calcinhas, beija bem e bem servido em sua masculinidade. Só de lembrar dela pressionando meu ventre, me dá água na boca. Essa noite vai ser longa, preciso ter uma conversa muito séria com meu vibrador.