A brisa noturna balançava suavemente os galhos das árvores, mas Mary mal notava. Tudo que sentia era o calor inesperado que subia por sua pele onde os dedos de Joseph haviam roçado os seus. Seu toque não era invasivo, mas ainda assim parecia que queimava, como se deixasse um rastro de sensações que ela não sabia como apagar."Mary," ele repetiu, desta vez com mais firmeza, a voz rouca quebrando o silêncio da noite. Seus olhos, escuros e intensos, pareciam examiná-la, como se estivessem procurando por algo que ela ainda não havia dito.Ela tentou se afastar, abaixando o olhar para esconder o rubor que sabia estar em seu rosto. "Eu... acho que já é tarde. Deveríamos voltar."Mas antes que pudesse se levantar, Joseph segurou sua mão novamente, desta vez com mais firmeza. "Espere."Havia uma urgência em sua voz que a fez parar, o coração disparado. Mary olhou para ele, e pela primeira vez, viu algo que nunca havia enxergado antes — desejo. Não a simples admiração com que ele a observava d
Mary estava terminando de organizar os últimos detalhes do casamento quando uma tempestade repentina atingiu a cidade. Ventos fortes sacudiam as árvores, e o céu escuro parecia refletir a inquietação que ela carregava no peito. O reverendo sugeriu que ela esperasse a chuva passar antes de voltar para casa, mas Mary insistiu. Precisava de um tempo sozinha, longe das vozes de Lisa e do próprio reverendo, que sempre a encorajavam sobre o casamento.O caminho de volta estava quase impossível de transitar. O vento arrancava ramos das árvores, e a chuva era tão intensa que parecia cortar sua pele. Foi então que, ao longe, ela avistou Joseph. Ele segurava um guarda-chuva que mal resistia às rajadas de vento."Mary!" ele gritou, correndo até ela. "Você não deveria estar aqui fora!""Eu precisava ir para casa," respondeu ela, mas a voz saiu mais como um sussurro."Não desse jeito," disse ele, puxando-a para baixo de uma marquise improvisada em uma loja fechada. O espaço era apertado, obrigando
Os dias estavam passando rápido demais, e o casamento se aproximava como uma onda inevitável. Entre bordados, tecidos e a expectativa de uma nova vida, Mary mal conseguia encontrar momentos para si mesma. No entanto, naquela tarde, um visitante inesperado interrompeu sua rotina.Joseph chegou carregando um pequeno embrulho nas mãos. Seu semblante era sereno, mas havia algo nos olhos dele, uma mistura de hesitação e intenção que fez o coração de Mary acelerar involuntariamente.— Trouxe algo para você — disse ele, sem preâmbulos, estendendo-lhe o pacote.Mary piscou, surpresa. Não esperava um presente dele. Na verdade, não esperava nada que não fosse a formalidade do casamento iminente. Aceitou o embrulho com dedos trêmulos, desfazendo cuidadosamente o laço de fita.Dentro, repousava um lenço bordado com suas iniciais entrelaçadas a de Joseph, em um trabalho minucioso e elegante. O tecido era delicado, macio ao toque, e Mary passou os dedos pelas letras como se pudesse absorver o signi
Mary viu, como se em câmera lenta, o modo como Joseph segurava Lisa com firmeza, como se seus corpos se encaixassem de maneira natural. Mas o que mais a feriu foi o olhar de Joseph — não havia ali a frieza com a qual ele a tratava, mas sim algo intenso, um desejo latente, um brilho que nunca fora dirigido a ela. Seu peito apertou, e as lágrimas brotaram antes mesmo que pudesse impedi-las. O nó em sua garganta a sufocava, e então, incapaz de suportar aquela visão, saiu apressada para o jardim, buscando desesperadamente ar.A noite lá fora estava fresca, mas Mary sentia um calor sufocante dentro de si. Suas mãos tremiam, sua respiração estava descompassada. O que estava fazendo? O que esperava? Joseph nunca a desejaria como desejava Lisa. E como poderia conviver com isso pelo resto da vida? Seu casamento estava condenado antes mesmo de começar.Foi quando ouviu passos.Joseph.Ele veio atrás dela.— Mary! — Chamou, a voz firme, mas carregada de algo que ela não soube decifrar. — Por que
A cidade estava em festa. Desde as primeiras luzes da manhã, os moradores se agitavam para preparar tudo para o evento mais aguardado do ano: o casamento duplo de Lisa e León, Joseph e Mary. A igreja fora decorada com esmero, repleta de flores brancas e fitas douradas que enfeitavam os bancos de madeira. O aroma de lavanda e jasmim se espalhava pelo ambiente, criando uma atmosfera mágica.Nos fundos da igreja, Lisa terminava de ajustar os últimos detalhes de seu vestido de renda delicada. Seus olhos brilhavam de felicidade, e ela ria com entusiasmo enquanto suas amigas ajeitavam sua grinalda. León, do outro lado, já posicionado próximo ao altar, não conteve um sorriso largo e orgulhoso ao imaginar sua noiva caminhando até ele.Mary, por outro lado, sentia um misto de emoções. Seu vestido, simples e elegante, realçava sua beleza natural. Ela respirava fundo, tentando controlar o nervosismo. O coração acelerado fazia suas mãos tremerem levemente. Joseph, esperando do lado de fora da igr
A viagem até o chalé foi silenciosa, apenas o som das rodas da carruagem e o vento noturno preenchiam o espaço entre eles. Mary observava a paisagem mudar aos poucos. A cidade ficou para trás, dando lugar a campos extensos, colinas suaves e uma estrada que parecia levá-los para um mundo à parte.Quando finalmente chegaram, Mary desceu primeiro, sentindo o ar fresco da noite tocar sua pele. O chalé, à luz bruxuleante da lamparina, era acolhedor: paredes de madeira clara, janelas amplas e uma varanda que dava vista para um lago sereno. O som da água batendo suavemente nas pedras criou um cenário quase hipnótico.Joseph desceu logo atrás, ajeitando a gola do casaco, como se precisasse de algo para ocupar as mãos.— Não é nada luxuoso, mas achei que gostaria de um lugar tranquilo — ele disse, sua voz carregando um tom incerto.Mary olhou ao redor e sentiu uma estranha calma tomar conta dela. Tudo parecia tão distante do tumulto de sua mente.— É perfeito — respondeu, sincera.Ele assentiu
Joseph deslizou os dedos pelo tecido fino da camisola de Mary, sentindo a maciez sob sua pele. O perfume dela o envolvia, um aroma suave de lavanda e baunilha, tornando impossível ignorar a proximidade entre eles. Seu coração batia forte, e ele sabia que o dela também.Mary fechou os olhos por um instante, tentando controlar a onda de nervosismo que a tomava. O toque dele era gentil, paciente, mas ainda assim, seu corpo inteiro parecia acordar para algo desconhecido.— Está tudo bem? — Joseph murmurou contra sua testa, deixando um beijo ali.Ela assentiu lentamente, abrindo os olhos para encontrar os dele. Havia ternura em seu olhar, um cuidado silencioso que a fez relaxar um pouco mais.Ele acariciou seu rosto, a ponta dos dedos roçando sua pele quente. Então, com calma, deslizou os lábios até sua bochecha, depois para a linha delicada do maxilar, descendo até a curva do pescoço. O arrepio que percorreu Mary foi involuntário, mas não desagradável.Joseph sorriu contra sua pele ao sen
Joseph se inclinou sobre Mary, seu olhar intenso a envolvendo como um abraço silencioso. O calor entre eles se intensificava a cada toque, a cada respiração compartilhada. Ele deslizou os dedos pela lateral do corpo dela, sentindo a pele quente sob a seda da camisola, traçando um caminho lento e intencional que fez Mary se arrepiar.Ela sentiu um misto de ansiedade e excitação percorrer seu corpo, uma necessidade nova e arrebatadora despertando em seu íntimo. Seus dedos, antes hesitantes, ousaram explorar o contorno dos ombros fortes de Joseph, descendo devagar por seus braços até encontrar os músculos definidos de seu peito. O calor da pele dele sob suas mãos era uma sensação inebriante, e seu coração bateu ainda mais forte ao perceber como ele reagia ao seu toque.Joseph fechou os olhos por um instante, inspirando profundamente quando os dedos delicados de Mary exploraram seu torso, subindo e descendo devagar. Ela o tocava com curiosidade tímida, mas logo encontrou coragem para desl