Capítulo 2

ANA

⸻ BRUNO, CORRE AQUI. Grito do nosso quarto.

⸻ O que foi amor? Ele surge desesperado na porta do quarto. Tão logo o vejo abro minhas pernas, estou usando apenas sua camisa de algodão branca. Ele olha para minha chibiu com as mãos no peito.

⸻ Porra! Você me assustou.

⸻ Quer dizer que isso, aponto para minha chibiu linda, cheirosa e depilada, te assusta agora? Isso para mim, é novidade.

⸻ O que deu em você mulher, está ficando abilolada?

⸻ Acabei de ver na internet as mulheres sem calcinha abrindo as pernas para seus boys, nenhum deles se assustou, a maioria caiu de boca. Você é um estraga prazer, literalmente. Digo me levantando.

⸻ Vem cá amor, me assustei com você gritando, pensei que tinha acontecido alguma coisa.

⸻ Esqueci Bruno. Vou beber água e dormir. Essa noite não encosta em mim, seu pênis pode ficar assustadinho, faço gestos com as mãos antes de sair do quarto.

Só me faltava essa.

Acordei pela manhã com um delicioso oral, Bruno quis se redimir por ontem, e até parece que eu iria negar. Oral não se nega. Antes nem imaginava que isso existia, depois que me foi apresentado não quero outra coisa. Oh! Coisa boa é esse tal de oral.

Chego na empresa ligo meu computador, antes de começar a trabalhar navego nas redes de fofocas, vejo quem se casou, traiu e divorciou. A vida dos famosos anda bem agitada. Navego no meu F******k e não encontro nada de interessante. Faltam cinco minutos para o início do expediente, fecho tudo, quando chegar em casa vejo os babados. Abro meu e-mail e tem um de Rose.

Ana,

Surgiu uma viagem de última hora, fui a São Paulo com o senhor Brolin, estaremos de volta à tarde. Tem alguns e-mails para você responder, e não esqueça de pegar os ternos às 11:00 na lavanderia.

Rose Miranda

Não acredito que hoje, ao menos na parte da manhã, vou ter esse andar só para mim. O chato do diretor-executivo está de férias, o chefão em Sampa. Vida de patroa. Respondo rapidamente os e-mails, confiro se não deixei nenhum pendente. Desligo o computador, pois, só o usarei depois do almoço, aprendi com a Rose que no mundo corporativo existem muitas pessoas de má índole.

Antes de trabalhar com o senhor Brolin, ela trabalhou em outra multinacional como secretária executiva. Após dois anos na empresa, a secretária júnior que trabalhava diretamente com ela a mais de um ano, pediu demissão. Ela se casou e o marido não queria que ela continuasse no emprego. Dependendo do tipo de marido que esse homem seja, creio que ela agiu certo. Porém, se o, cara for daqueles que prendem a mulher para aprontar, foi um mau negócio. Enfim, a nova e sexy secretária júnior no intuito de ocupar o lugar de Rose, alterou alguns documentos que estavam em seu computador, enquanto ela saiu para o almoço. Rose foi despedida, e só provou sua inocência uma semana depois com a ajuda do segurança que ela tinha um caso, ele conseguiu as imagens do andar, e comprovou que foi sabotagem. O CEO a chamou de volta, mas ela não aceitou, se sentiu ofendida por ele não ter acreditado nela, mesmo sabendo o quanto profissional ela é. Desde que Rose me contou esse acontecido, desligo meu computador quando me ausento. Sou apenas assistente da assistente, mas sabe lá se alguma vaca quer meu lugar? Melhor prevenir.

Entro na sala do chefão e vejo se está tudo em ordem, antes de sair me aproximo das grandes janelas de vidro e observo a cidade, pessoas transitando de um lado para o outro. Observo o horizonte e penso se um dia terei uma sala como essa, se um dia terei um cargo importante na área que tanto amo. Se eu for analisar minha vida atual, creio que será difícil, já estou com vinte e dois anos, nem estudar estou estudando, mas não custa nada sonhar.

Saio da sala e desço as escadas para exercitar minhas pernas, vou para o andar dos pobres mortais. Todos estão concentrados em suas mesas, caminho até a cozinha e me deparo com Valéria, e Luíza rindo de alguma coisa que elas estão vendo no celular.

⸻ Hum? Veio visitar a ralé? Sorrio. Ela diz isso todos os dias quando venho aqui, é raro eu não aparecer, penso que nesses dois anos, foram duas vezes, no período de natal.

⸻ Hoje estou só, digo jogando meus cabelos, elas riem. O que tem de tão interessante nesse telefone?

Me aproximo delas. É um vídeo íntimo que vazou de uma bloguerinha, fico passada. Me coloco no lugar dela, Deus me livre acontecer isso comigo, se bem que eu não filmo minhas transas, já passou pela minha cabeça desmiolada, mas nunca fiz. Morro de vergonha, não gosto nem de claridade, imagine me ver transando?  Alguns dizem que foi o namorado dela, outras acreditam que foram terceiros, mas independentemente de qualquer coisa, não desejo esse tipo de exposição para ninguém. Uma vez Valéria me mostrou um vídeo de um casal que foi flagrado transando na rua, senti vergonha alheia. O que dá nessas pessoas para irem transando em qualquer lugar? Deus é mais!

Converso mais uns dez minutos com as meninas, antes de eu ir embora elas me mostram a imagem de um homem que é um verdadeiro tripé, nunca tinha visto nada parecido, fiquei envergonhada e elas mangaram de mim. Os vídeos de sexo que elas colocam no grupo não abro para ver, tirei a opção de d******d automático do meu celular, essas meninas mandam vídeos o dia inteiro, não saio do grupo porque com elas, aprendo muitas coisas, suas experiências sexuais e de vida são de grande valor para mim.

 Retorno a minha sala para pegar minha bolsa e ir à lavanderia que fica no outro quarteirão. Caminho tranquilamente pelas ruas, me desviando dos carros e das pessoas. O dia está muito bonito, amo essas oportunidades que tenho de sair do escritório. Praticamente só contemplo a luz do dia pela manhã e no fim de tarde quando saio do trabalho, e nos finais de semana, é claro. Muito bom sentir o sol no rosto, mais nada se compara a minha casa, a Moreré.

A lavanderia está tumultuada hoje, um rapaz que parece office boy está em uma discussão exaltada com a atendente. Aguardo na fila, tem duas pessoas na minha frente, ambas estão como eu, apenas observando o desentendimento. Quando enfim chega minha vez, entrego a nota e aguardo até que dois ternos me são entregues. Pego-os com cuidado e retorno para o escritório, faço o caminho bem mais rápido, nada pode acontecer com esses ternos, teria que trabalhar um ano para pagá-los.

Penduro-os no armário que tem na sala do chefão, sigo para cozinha e pego minha marmita, ponho no micro-ondas para esquentar, antes que ele apite o telefone toca insistentemente, corro para atendê-lo, sem fôlego, retiro-o do gancho.

 ⸻ Store Market, boa tarde.

⸻ Boa tarde, gostaria de falar com a pessoa responsável por pegar o terno que estava na lavanderia.

⸻ Sou eu mesma, o que houve? Sento-me na minha cadeira pensativa, o que fiz?

⸻ Meu nome é Suzana Machado, trabalho como secretária do dono da MarkB Agência de Marketing, houve um engano e o terno do meu chefe foi trocado pelo do seu chefe.

⸻ Como assim? Aguarde um momento. Levanto-me e vou até à sala do senhor Brolin, abro o armário e verifico o terno, no papel pendurado no bolso do lado esquerdo está escrito MarkB. Meu Deus! Como não vi isso? O que faço agora? ⸻ Suzana, como iremos destrocar?

⸻ Tem como você vir até aqui? Não posso sair, ela diz bem baixo, e não confio o terno do meu chefe nas mãos de um office boy. Por favor.

⸻ Tudo bem. Meu chefe não chegou, tenho tempo de consertar esse erro, me passa o endereço.

Verifico que é bem perto da lavanderia, guardo meu almoço, pego o terno e minha bolsa. Me apresso, pois, sei que a pobre coitada está com medo de perder o emprego, o seu tom de voz dizia isso, ela praticamente implorou que eu fosse levar. Pego o elevador com o coração acelerado, ainda bem que o chefão não está, senão seria meu fim. Praticamente pulo para fora do elevador, meus saltos fazem toc, toc por onde passam. Meus passos são ligeiros e focados em que ninguém encoste no terno, dever a um CEO já seria péssimo, imagine a dois.

chibiu ⸻ vagina / Deus é mais! ⸻ Nossa, saí pra lá / tripé - homem de pau grande / mangar ⸻ zuar, debochar / abilolada ⸻ doida ⸻ maluca

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