Jane parou diante do grande portão branco, ficando ali, imóvel, por um longo momento. Finalmente, estendeu a mão e empurrou a porta aberta.- Não vou comer. Na cama de hospital dentro do quarto, André estava com aparência debilitada. Estes dias, vivia em agonia, desejando viver, lutando contra a doença e a dor.Mas a dor era muito intensa, e a esperança se tornava cada vez mais escassa à medida que os dias passavam.Ele lutava entre a doença e o desespero, querendo viver, ansiando pelo brilho e festividade da vida, desejando retornar aos dias sem preocupações do passado.Sra. Rafaela estava constantemente em lágrimas, e André não suportava vê-la chorar e lamentar o dia todo. Recentemente, Sra. Rafaela também adoeceu, e André sentiu um alívio, podendo se afastar da presença constante de alguém lamentando-se.Restava apenas o mordomo para trazer a comida. Sra. Rafaela contratou os melhores enfermeiros, que se revezavam 24 horas por dia, cuidando de seu querido filho.André estava farto d
- O que você quer dizer?André ficou atordoado. Na beira da cama, Jane se virou para ir embora, mas ele rapidamente agarrou seu braço com força:- Você realmente encontrou um doador de medula compatível?Ele olhou fixamente para a mulher à beira da cama, e nesse momento, parecia que seu coração iria saltar. Jane abaixou os olhos, sua expressão capturou a tensão, a ansiedade, a expectativa e a esperança de André.A esperança de sobrevivência.Seus lábios exibiram um sorriso gentil e brilhante:- Sim, eu encontrei. Irmão, você vai viver.Diante de André, ela estendeu uma mão fina e esguia, separando-se da dele, uma mão frágil, mas aparentemente decidida.Ao se virar para a porta, Na cama, André ficou boquiaberto, olhando para a porta, para sua irmã, aquele olhar e sorriso na despedida, algo que jamais esqueceria pelo resto de sua vida.- Irmão, viva bem.Quando a palavra caiu, a porta se fechou.André não teve tempo de dizer "obrigado", só ecoou no quarto de hospital.Ele rapidamente li
- Certo, amanhã de manhã, não vou ao Grupo Pereira.- Algum problema?- Estou um pouco cansada, quero descansar um pouco.Jane disse, com uma expressão de exaustão:- Vivian, eu estou confiando em você com metade do Grupo Pereira, você não pode me decepcionar.Ela falou, meio brincando, meio séria, e se levantou:- Não vou mantê-la para o jantar. Vou descansar um pouco, não sei por que, mas tenho estado especialmente cansada ultimamente.Vivian, ouvindo isso, com uma expressão de preocupação:- Você sempre é assim. Tudo bem, vou embora, não se apresse para trabalhar, estou aqui para cuidar das coisas na empresa. Você já deu a sua parte do Grupo Pereira para mim... Você realmente não se arrepende?Ela ainda estava insegura, dizendo que Jane não precisava entregar as ações do Grupo Pereira, pois Vivian sempre seria leal a Jane em toda a sua vida.Quando Vivian estava saindo, Jane gritou:- Espere um minuto.- Hum?- Sem perceber, nós não somos mais jovens de vinte anos, Vivian. O tempo é
O carro corria pela estrada, com Michel transformado em motorista. No espaço sombrio do interior, a mulher no banco de trás, de corpo delicado, tremia suavemente.Um braço firme a prendia com força, impedindo-a de se mover.Em vez de um abraço, parecia mais uma prisão, o homem que prendia a mulher, de rosto bonito, estava visivelmente abatido.Na testa de Michel, gotas de suor frio escorriam, deslizando para baixo, mas ele não ousava enxugá-las.Nesse momento, ele não estava carregando um casal, mas uma "tempestade".Uma baixa pressão atmosférica envolvia o homem.Michel não podia deixar de invejar os outros.Pelo menos, ele não tinha que estar no mesmo lugar com esse "leão" que se continha e parecia prestes a enlouquecer.O carro fez uma curva em um semáforo, deslizando para a faixa da esquerda. Inesperadamente, uma voz fria e sinistra veio do banco traseiro:- Eu disse para voltar à família Gomes?Michel estremeceu subitamente.- Chefe, o que é?- Vamos para casa. - O homem disse ind
Ele a pressionava, os olhos da mulher se enchiam de umidade, e sua voz áspera e rouca rangia:- Eu te odeio.Um beijo profundo e firme silenciou as palavras que não chegaram a ser ditas.A mulher não podia falar, somente os olhos revelavam ódio e medo.O homem tocou esses olhos, e uma dor súbita atingiu seu peito. Cobriu-lhes com a mão, ele não queria ver, não queria que ela o olhasse assim!Os olhos negros do homem estavam cheios de uma dor agonizante que, naquele momento, ele podia mostrar sem reservas. Afinal, os olhos dela estavam cobertos, ela não podia vê-los. Afinal, ela era dele!"Jane, você é tão cruel!"Cada um deixou seu coração afundar nas profundezas do "lago"."Desculpe-me, Jane, eu não quis te machucar. Não fuja, fique comigo. Eu serei bom para você, darei o mundo inteiro a você, não fuja mais."Ele sabia que era desprezível, sabia que em toda a sua vida, havia entregue a ela o que havia de mais desprezível.Entre o céu e o inferno, ele finalmente enlouqueceu.- Você rea
Jane observou o homem que puxou a porta de seu carro ao lado, sentindo uma queda no peito. "Este acidente de carro não foi um acaso."- Nos encontramos novamente, mordomo Antônio.O ancião parecia ainda mais velho do que quando ela o viu pela última vez, particularmente lembrando que mordomo Antônio serviru como mordomo da família Gomes por toda a vida. Na sua memória, esse homem sempre foi digno.Em seu rosto alongado nunca se via um sorriso. Sua expressão sempre séria, seu corpo inteiro irradiava uma rigidez indomável.Mas agora, esse homem já não tinha mais a mesma dignidade de quando serviu a família Gomes como mordomo. Seu corpo emagrecido parecia como um galho velho no deserto, seco e murcho.Observando o rosto severo de sua memória, agora ele parecia enlouquecido.- Você ainda se lembra de mim! Difícil de acreditar que você se lembre deste velho!O mordomo Antônio riu com uma loucura na expressão, rindo de um modo que causava arrepios.- Está surpresa em ver este velho? Está?-
Mordomo Antônio imediatamente trancou as portas do carro, mas aquela mulher, vendo que não conseguia abrir a porta, começou a quebrar loucamente as janelas.Certamente, ele a estava levando para a morte, certamente, ele não a deixaria escapar.Certamente, enquanto dirigia loucamente, ele não sentiu medo algum.Mas quando os outros ficavam loucos, no fundo de seus coraçãões, surgia um medo tardio.O pé no acelerador já havia afrouxado, mas a velocidade do carro não diminuiu imediatamente.Ao lado dele estava uma mulher louca, batendo freneticamente na janela, sem se importar com a própria vida. Mordomo Antônio estava assustado, ele segurava o volante com uma mão, e com a outra, segurava firmemente a mulher frenética no banco do passageiro.- Você enlouqueceu?? - Ele rugiu.Naquele momento, ele nem parou para pensar: isso não era exatamente o que ele queria?Mas quando tudo aconteceu, quando a mulher finalmente perdeu a calma, ele ficou com medo.- Quero voltar! Solte-me! Solte-me! Quero
Talvez, após uma série de acontecimentos anteriores, gastando muita energia, a mulher desmaiou....No apartamento acima.Bruno estava arrumando sua caixa de remédios.- Não é nada sério, ela apenas desmaiou, mas a condição física dela é realmente terrível. Quando ela acordar, ela precisa prestar atenção à sua dieta e equilibrar o trabalho e o descanso. - Bruno falou, pausou e lançou um olhar para a mulher desmaiada na cama. Com um sorriso de desprezo, ele disse:- É melhor que ela não se preocupe com nada e apenas descanse em casa. Não sei quando ela poderá se recuperar, com o corpo nesse estado de deterioração. Os ferimentos são muito graves. Além disso, eu sugiro que, quando ela acordar, a leve ao hospital para um exame geral. Afinal, não tenho equipamentos médicos em mãos agora, e não posso ter certeza do grau de dano ao corpo dela. Sem dados precisos, a medicina ocidental exige precisão.Bruno guardou sua caixa de remédios, e o homem ao lado da cama tinha um olhar de piedade em se