Jane observou o homem que puxou a porta de seu carro ao lado, sentindo uma queda no peito. "Este acidente de carro não foi um acaso."- Nos encontramos novamente, mordomo Antônio.O ancião parecia ainda mais velho do que quando ela o viu pela última vez, particularmente lembrando que mordomo Antônio serviru como mordomo da família Gomes por toda a vida. Na sua memória, esse homem sempre foi digno.Em seu rosto alongado nunca se via um sorriso. Sua expressão sempre séria, seu corpo inteiro irradiava uma rigidez indomável.Mas agora, esse homem já não tinha mais a mesma dignidade de quando serviu a família Gomes como mordomo. Seu corpo emagrecido parecia como um galho velho no deserto, seco e murcho.Observando o rosto severo de sua memória, agora ele parecia enlouquecido.- Você ainda se lembra de mim! Difícil de acreditar que você se lembre deste velho!O mordomo Antônio riu com uma loucura na expressão, rindo de um modo que causava arrepios.- Está surpresa em ver este velho? Está?-
Mordomo Antônio imediatamente trancou as portas do carro, mas aquela mulher, vendo que não conseguia abrir a porta, começou a quebrar loucamente as janelas.Certamente, ele a estava levando para a morte, certamente, ele não a deixaria escapar.Certamente, enquanto dirigia loucamente, ele não sentiu medo algum.Mas quando os outros ficavam loucos, no fundo de seus coraçãões, surgia um medo tardio.O pé no acelerador já havia afrouxado, mas a velocidade do carro não diminuiu imediatamente.Ao lado dele estava uma mulher louca, batendo freneticamente na janela, sem se importar com a própria vida. Mordomo Antônio estava assustado, ele segurava o volante com uma mão, e com a outra, segurava firmemente a mulher frenética no banco do passageiro.- Você enlouqueceu?? - Ele rugiu.Naquele momento, ele nem parou para pensar: isso não era exatamente o que ele queria?Mas quando tudo aconteceu, quando a mulher finalmente perdeu a calma, ele ficou com medo.- Quero voltar! Solte-me! Solte-me! Quero
Talvez, após uma série de acontecimentos anteriores, gastando muita energia, a mulher desmaiou....No apartamento acima.Bruno estava arrumando sua caixa de remédios.- Não é nada sério, ela apenas desmaiou, mas a condição física dela é realmente terrível. Quando ela acordar, ela precisa prestar atenção à sua dieta e equilibrar o trabalho e o descanso. - Bruno falou, pausou e lançou um olhar para a mulher desmaiada na cama. Com um sorriso de desprezo, ele disse:- É melhor que ela não se preocupe com nada e apenas descanse em casa. Não sei quando ela poderá se recuperar, com o corpo nesse estado de deterioração. Os ferimentos são muito graves. Além disso, eu sugiro que, quando ela acordar, a leve ao hospital para um exame geral. Afinal, não tenho equipamentos médicos em mãos agora, e não posso ter certeza do grau de dano ao corpo dela. Sem dados precisos, a medicina ocidental exige precisão.Bruno guardou sua caixa de remédios, e o homem ao lado da cama tinha um olhar de piedade em se
Jane acordou lentamente, e quando despertou, o quarto estava escuro. Ela se levantou suavemente e caminhou até a sala de estar, sem surpresa com a figura do homem, sob a luz quente, sentado no sofá assistindo televisão.Na sala, o volume da TV estava bem baixo, como se temesse acordar alguém que estivesse dormindo.O som suave dos passos ecoou pelo corredor, e o homem virou-se para olhar.Os olhares dos dois se cruzaram.Ambos pareciam sem grandes emoções, como um casal que viveu junto por muitos anos, em uma sintonia perfeita, sem ninguém quebrar essa estranha tranquilidade.Como se nada tivesse acontecido.O homem se levantou e caminhou até o bar, calmamente aqueceu a comida novamente e a colocou no balcão.E a mulher, em silêncio, também se aproximou e começou a comer.Como se entre eles nunca tivesse havido tanta paixão e ódio, tantas lembranças dolorosas.Quando terminaram a refeição, todos acharam a atmosfera harmoniosa, até mesmo com uma ilusão de paz mundana.Com a última mordi
Os dias se passavam, o homem cozinhava e cuidava da casa, levando a mulher consigo ao trabalho e mantendo-a sempre sob seus olhos, parecendo o casal amoroso e feliz que eram.Nos olhos das pessoas, havia inveja de Jane.Rafael era rico, atraente e dedicado à família.Com o tempo, a notícia se espalhou entre seus conhecidos.Alguns lamentavam: "Jane da família Pereira finalmente conseguiu. Lembra como ela lutou para conquistar Rafael? Ela realmente se esforçou."Outros concordavam: "Agora ela conseguiu o que queria."Num certo fim de semana.- Quero ir visitá-lo.- Visitar quem?- Visitar meu irmão.Uma faísca de luz cruzou os olhos do homem, mas ele não mostrou nenhuma emoção:- Não se preocupe com André.Ele disse isso com tanta indiferença.Jane apertou as palmas das mãos e, depois de um momento, disse:- A situação dele não está boa, quero vê-lo.- Eu não sou bom o suficiente para você?O homem pareceu convencido de que ela estava procurando maneiras de escapar dele novamente:- And
André estava prestes a receber um transplante de medula óssea. Já vestido com sua roupa cirúrgica, Rafaela estava acompanhando-o.- André, não fique nervoso, tudo ficará bem. - Rafaela tentava acalmá-lo, mas seu filho permanecia em silêncio.Olhando para o rosto emagrecido de seu filho, ela xingou Jane mais uma vez em seu coração.- Se não fosse por uma pessoa bondosa ter sido compatível com o transplante de medula, aquela Jane quase teria te matado. Que garota desprezível!André pareceu se irritar:- Mãe! Pare de falar!- O que há de errado com você, meu filho? Eu me preocupo com você, por que está gritando comigo?- Mãe, pare de falar mal de Jane.- Por que eu não posso falar dela? Ela não tem consideração alguma por seus parentes.Rafaela odiava essa filha do fundo do coração.Embora tudo já tivesse sido esclarecido e ela tivesse entendido que realmente tinha se enganado sobre Jane não ser sua filha biológica, Rafaela ainda tratava seus filhos de maneira diferente.Afinal, ela tinh
Por três dias consecutivos, aquele homem não entrou naquela casa nem por um momento.João e Tomás ficavam como guardas de prisão, um à esquerda e outro à direita, com expressões impassíveis.Seu antigo alojamento estava quase destruído, e ela se mudou mais uma vez para a casa da família Gomes, um profundo pátio sem cantos de pássaros ou fragrância de flores. O mordomo da casa era muito profissional e já havia cuidado de tudo.Além de João e Tomás, ela não tinha ninguém com quem falar.Não, nem mesmo João e Tomás falavam com ela.Quanto ao mordomo, ele sempre era respeitoso quando a via.Seus ouvidos, tornaram-se ornamentos, sua boca, também tornou-se um ornamento.Os empregados da casa, alguns rostos conhecidos, outros desconhecidos, mas quem quer que fossem, sempre cumprimentavam respeitosamente e depois se afastavam.Somente o jardineiro no jardim, ela não se cansava de olhar.Mas nessa estação, as flores já estavam murchas, sem belas flores, sem falar de flores vivas e coloridas.Os
Nuno correu até a velha mansão da família Gomes.- Foi você quem ordenou, não foi? - Ele perguntou, confuso e irritado, ao Sr. Sandro, que estava calmamente tomando café.- Essa é a sua atitude em relação ao seu avô, chegando aqui sem aviso prévio? - Sr. Sandro colocou a xícara na mesa, seu rosto envelhecido endureceu.- Foi você quem mandou o mordomo Antônio fazer aquilo, certo? Caso contrário, o mordomo Antônio nunca se atreveria, não é?- Quê mordomo Antônio? Quê ordens?- O acidente de carro da Jane, foi você quem orquestrou por trás das cortinas, estou perguntando sobre isso, certo ou errado?! - Nuno disse, exasperado.Sr. Sandro, ao ouvir o nome de Jane, imediatamente empalideceu:- O quê? Você pretende confrontar o seu avô por causa de Jane?- Então, você está admitindo isso.Nuno apertou os punhos, tremendo de raiva:- O que ela fez para te ofender?- Ela me ofendeu em todos os sentidos.- Ela é apenas uma mulher, o que ela fez para te ofender? Tecnicamente, ela ainda tem que t