André olhava para Jane com dentes cerrados:- Fique tranquila! Eu vou conseguir!Ele disse:- Vou viver bem, pode apostar.Com um sorriso frio, ele provocou:- Você que não se arrependa!Jane observava silenciosamente a figura de André se afastando com determinação, até que ele desapareceu de vista. Apoiando-se com todas as forças, ela lançou um olhar ao pessoal ao redor:- Tudo bem agora, voltem ao trabalho.Imediatamente, todos se dispersaram para retomarem suas tarefas.Ao se virar, viu a secretária que havia se queimado, agachada no chão, recolhendo os cacos.- Pare de recolher, tire meio dia de folga e vá ao hospital tratar essa queimadura. Peça à faxineira para limpar isso...Jane parou e pensou um pouco:- Esqueça, não precisa chamar a faxineira. Vá para o hospital.A secretária olhou para Jane com gratidão, repetindo incessantemente:- Obrigada, Presidenta Jane, obrigada, obrigada.Vendo a sinceridade da secretária, a expressão de Jane suavizou involuntariamente.- Vá agora, cu
Matheus olhou para o amigo que chegou apressado, com passos desordenados.- Há algum “fantasma” te perseguindo? - Provocou Matheus, com uma sobrancelha levantada.Cain, de passos largos, contornou Matheus e foi até o bar, abriu a porta de vidro, sem nem sequer olhar, agarrou de maneira rude uma garrafa de uísque, a abriu e começou a beber direto da garrafa, de gole em gole. Em poucos segundos, mais da metade da garrafa já havia sido consumida.Matheus, de um salto, correu até ele e tirou a garrafa de suas mãos:- Não se bebe assim.Cain respirou profundamente, o cheiro de álcool se espalhando no ar.Vendo que ele não estava insistindo na bebida, Matheus colocou a garrafa de uísque na mesa e recuou alguns passos, sentando-se num sofá de couro marrom:- Fale, o que te deixou tão perturbado?Cain estava encostado no balcão do bar, meio braço apoiado no balcão, a mão segurando a testa, o aroma do álcool envolvia-o, os cílios claros tremiam, ele não respondia por um longo tempo.Matheus, um
Jane chegou ao seu prédio residencial, exausta, mas não estacionou na garagem subterrânea como de costume. Sentada no carro, relutante em sair, ela abaixou as janelas e olhou para cima.O apartamento estava iluminado.Antes da chegada de Rafael, muitas vezes ficava escuro. Agora, as luzes brilhantes indicavam que alguém estava em casa esperando por ela.Mas, por que ela resistia tanto?O dia foi caótico, entre Cain e André, de um "campo de batalha" para outro. Casa, o lugar mais privado, ela não estava ansiosa para voltar.Durante o dia, Tiago veio para buscar a chave, não disse uma palavra, pegou a chave e foi embora. Isso a fez sentir que ela não era boa o suficiente, que não poderia acomodar nem um menino de oito anos de idade com a mente simples.O toque do celular soou abruptamente na quietude do carro.Ela atendeu.- Vem tomar um drink, eu tomo álcool, você toma água.Ao ouvir essa voz familiar, Jane, inconscientemente, relaxou a tensão e um sorriso alegre iluminou seu rosto pequ
"Meia vida é suficiente?"Cristina abriu a boca, mas não conseguiu dizer nada.Algumas dores, diziam os outros, “já passaram, já passaram”, por que ainda guardar rancor?Como aquelas famílias escondidas sob as luzes vermelhas, muitas histórias de muitas famílias sob as luzes de milhares de lares.Normalmente, quem era traído e enganado devia ser perdoado."Veja, eu já pedi desculpas, por que você ainda se lembra disso? Você guarda rancor, você é mesquinha, você é uma pessoa sem generosidade." E então os espectadores, com grande justiça, diziam, "Veja, ele já pediu desculpas, o que mais você quer? Não pode ser um pouco mais bondosa?"Mas aquelas dores, só quem as vivenciou, podia realmente compreendê-las.Cristina olhou para Jane, que estava refletindo sobre suas dores, e ela queria que essa tola na frente dela fosse feliz.Mas os tolos não eram realmente tolos, eles eram mais lúcidos do que qualquer um, e mais firmes do que qualquer um. Caso contrário, Cristina não conseguiria imaginar
A velha mansão da família Gomes ocupava um vasto terreno, um lugar onde, cem anos atrás, apenas aqueles a quem todos prestavam respeito podiam habitar.A fragrância do sândalo flutuava suavemente. O rosto de Sandro, velado na bruma perfumada, revelava as rugas do seu semblante envelhecido, ora escondidas, ora visíveis.Jane havia sido conduzida para a sala de visitas, onde permaneceu de pé no meio do grande salão por um longo tempo. Além de Sandro, os servos da família Gomes estavam alinhados, de mãos atrás das costas, vestindo ternos.Jane de repente sorriu em silêncio, olhando em volta, percebendo a semelhança com uma cena de interrogatório que viu antes. E ela era, a prisioneira.Sandro gostava de fumar. Gabriel ficou atrás de Sandro, com o velho mordomo da família Gomes à sua esquerda e à direita, já se tornando os braços direito e esquerdo de Sandro.O olhar de Jane foi tranquilo, deslizando pelo rosto confiante de Gabriel, e os lábios revelaram um sorriso fugaz. Mas este sorriso
- Então, você finalmente vai se tornar a Cinderela da TV, por amor? - O rosto envelhecido e marcado de Sandro tinha um olhar de escárnio, direcionado para Jane. Claramente, ele estava zombando do "amor" de Jane.Jane deu uma risada irônica.A única coisa que ela havia amado sinceramente em sua vida, uma relação pela qual ela esperava um final feliz como o de um príncipe e uma princesa, havia, inadvertidamente, se transformado em uma piada para os outros.Mas..."Desculpe-me, Sandro." Seus olhos brilharam intensamente, o objetivo de Sandro não era tão simples quanto parecia.Para mandá-la embora, o velho teria milhões de maneiras. Não havia necessidade de escolher o método mais estúpido e tolo.Além disso, se fosse apenas para mandá-la embora, por que escolher este momento?Por que agora?O olhar de Jane, sutilmente, passou por Gabriel, atrás de Sandro. Sua mente estava trabalhando rapidamente, Gabriel não tinha sido visto desde que Rafael apareceu na Lagoa de B.Ela também não tinha vi
Na velha casa da família Gomes, pegar um táxi ali era uma missão impossível, um desafio de dez mil dificuldades.Caminhando ao longo da estrada, era preciso chegar ao cruzamento para ver os táxis passando na rua.Jane, com seu corpo cansado, caminhava passo a passo, e Sandro, nem se dignava a fingir interesse em levá-la embora, algo que as outras grandes famílias certamente fariam.Sandro simplesmente a deixava lá, sem nem mesmo oferecer um carro para levá-la embora.Ao sair da velha casa da família Gomes, Jane caminhava lentamente pela estradinha reservada, em direção ao cruzamento.- Espere um momento.Atrás dela, alguém chamou, e ela se virou para olhar.Um carro se aproximava lentamente, parando ao seu lado, a janela abaixou, e a cabeça de Gabriel apareceu:- Vou levá-la."Ele é tão gentil?" Jane olhou em silêncio por um momento, depois ergueu um sorriso suave:- Muito obrigada.Em silêncio, ela abriu a porta e entrou no carro.Gabriel deu partida no carro, e eles partiram suavemen
- Vocês me conhecem?Jane ignorou as risadas zombeteiras de alguns arruaceiros, falando de forma imperturbável.- A senhorita do Grupo Pereira, a ricaça, como nós não poderíamos reconhecê-la?O líder do grupo, empunhando um taco de baseball, brincava com ele, achando-se elegante.- Quem os contratou, quanto pagou, eu pagarei o dobro.Jane viu que não estavam dispostos a ceder nem um pouco. Esse tipo de arruaceiro, quando faz alguma coisa, é só pelo dinheiro. Mas essas pessoas aqui definitivamente não estavam interessadas só no dinheiro. Pelo menos, não apenas no dinheiro.Caso contrário, teriam considerado sua oferta de dobrar o pagamento, em vez de rejeitá-la imediatamente.Quem poderia ser?Nesse momento fugaz, vários nomes passaram rapidamente por sua mente, e com um lampejo de percepção, ela estreitou os olhos, falando friamente:- A pessoa que os contratou, é alta, tem pele morena, e uma cicatriz na parte de trás da mão esquerda, não é?Houve um momento de surpresa nos olhos do ad