Logo cedo, o dia estava incrivelmente lindo. Nuno tomou um banho, vestindo apenas um roupão, saiu do banheiro e estava prestes a abrir as cortinas quando duas batidas na porta o interromperam. Nuno soltou as cortinas e dirigiu-se até a porta. Um som suave e a porta estava aberta. Os dois, dentro e fora do quarto, pararam atônitos. Nuno pausou por um momento e no instante seguinte, um brilho travesso passou pelos seus olhos. - O que houve? - A voz profunda, rolava de sua garganta, indescritivelmente sexy.Acrescentando a isso o fato dele acabar de sair do banho, vestindo apenas um roupão, parecia preguiçoso e misteriosamente encantador. A mulher do lado de fora desviou o olhar e disse: - É o seu café da manhã. Todos estão ocupados, e Cecília ainda está dormindo, então...Então ela decidiu trazer o café da manhã para ele. Dizer que todos estavam ocupados, na verdade, havia apenas algumas pessoas no hotel.A hospedaria em si não era grande e não exigia muitos funcionários.Havia
Da Lagoa de B para a pequena cidade, cada lugar tinha um ponto de ônibus dedicado indo para a cidade.Não era como um grande ônibus da cidade, mas um pequeno ônibus de algumas dezenas de lugares como os de antigamente.Nesse momento, a mulher e Nuno estavam dirigindo a picape da pousada, indo para a cidade.Ao longo do caminho, enormes campos de fazendas, e arranha-céus não podiam ser vistos naquele local.Nuno baixou a janela do carro.- Quer ouvir música?- Tanto faz.A mulher fechou os olhos preguiçosamente, encostou na cadeira do passageiro, sonolenta, e realmente não sentiu vontade de falar.Nuno olhou para ela de soslaio.O vento entrou pela janela do carro, seus longos cabelos negros que desciam até as costas, mas naquele momento pareciam um pouco irritantes.O cabelo dela estava um pouco bagunçado pelo vento, uma mecha de cabelo na testa caiu ao lado da orelha, o homem estendeu um dedo esbelto e encostou.A sensação fria da bochecha da mulher o surpreendeu, e ela de repente abr
Nuno deu um sorriso suave, como era esperado."Realmente, esse conjunto de taças tem uma história."Ele observou com o canto de seus olhos o dorso de sua mão, onde o vermelho de um ferimento estava quase desaparecendo, mas ainda era perceptível. Os olhos negros se estreitaram e um sorriso malicioso surgiu em seus lábios ao ver um homem alto e robusto ao lado de uma caminhonete, de costas para a rua, voltado para a porta do motorista, cabeça baixa, envolvido em algo. Se alguém passasse por trás dele naquele momento, veria um homem cujos braços estavam se mexendo levemente em um movimento contínuo. Nuno esfregou vigorosamente o dorso da mão, franzindo levemente as sobrancelhas, insatisfeito. Em um ato impulsivo, ele agarrou a pele de sua mão, torcendo-a em um giro de 270 graus... Olhando para ela à luz do sol, agora estava bem mais satisfeito!Ele fechou a porta do carro com entusiasmo e se virou para se dirigir à mulher.- Deixou as taças no carro?- Sim.- Demorou muito.- Não estou
- Você é tão bonita.Com essas palavras, ela parou.A mão dela ainda segurava a dele.Nuno se sentia muito feliz por dentro, segurando um pouco mais, parecia que havia "eletricidade" na palma da mão, que o deixava com uma sensação de formigamento, correndo para todos os membros do corpo. Não era apenas confortável, era mais confortável do que uma massagem na "Tailândia".- Não ouvi direito, Sr. Nuno, o que você acabou de dizer?Nuno apertou os olhos confortavelmente:- Você é muito, muito bonita.O rosto da mulher gradualmente se esfriou:- Saia do carro.- O quê?A mulher agiu como se não o tivesse ouvido, ignorou-o, virou-se, estendeu a mão e abriu a porta do lado do motorista.Ela disse calmamente:- Saia do carro.Nuno não entendia, as mulheres não deveriam ficar felizes quando ouvissem elogios?Pelo menos deveriam ficar um pouco envergonhadas?- Você vai sair ou não?Nuno balançou a cabeça freneticamente. "Sair do carro? Impossível."A mulher não discutiu:- Ok, se você não sair,
Na calada da noite, "Memória" também entrou no "Reino dos Sonhos".A noite em Lagoa de B era tranquila.Era quente durante o dia, mas à noite, ventava.Uma figura sombria foi em direção a uma porta em "Memória", uma porta de madeira que raramente se abria, mesmo aqueles que trabalharam por um longo tempo em "Memória" nunca a viram abrir.Um som, a chave na fechadura, a porta se abriu, a pessoa na entrada ficou ali por um bom tempo antes de entrar.Ela era a dona da "Memória".Uma dona de hospedagem conhecida por todos ao seu redor por sua excelente disposição e gentileza.Mas agora, aqueles que a conheciam ficaram incrédulos, a dona que era vista como gentil, mostrava uma expressão fria, seus olhos escondendo uma tristeza inescapável.Rosto frio, olhos tristes e passos pesados...- Eu vim ver você. - Uma voz profunda e suave ecoou.Mas no quarto, além dela, não havia mais ninguém.Ela deu um passo adiante. O lugar mais familiar para ela em "Memória" provavelmente não era o seu quarto,
O quarto estava quieto.Um silêncio mortal, a atmosfera era um tanto assustadora.De repente!- Filho, o que você disse?Rafaela abriu os olhos arregalados, olhando ansiosamente para André, esperando que ele tivesse dito errado.André apertou os lábios:- Eu fui diagnosticado com leucemia.Seus lábios estavam pálidos...Embora o médico dissesse que poderia ser tratado conservadoramente, ele sabia melhor que ninguém que a melhor maneira de se livrar da doença era fazer um transplante de rim.Rafaela não conseguiu resistir, seu corpo balança duas vezes e se apoiou na parede ao lado, mal conseguindo ficar em pé.Lucas, ao lado, olhava para os três relatórios que André deixou cair, e depois de um tempo levantou a cabeça e perguntou:- O que é isso? Como você conseguiu as amostras de sangue minha e de sua mãe?André levantou a cabeça abruptamente, olhando incrédulo para o rosto à sua frente.- Pai! Eu tenho leucemia! Agora, você está se preocupando mais com suas amostras de sangue do que co
- O que você quer dizer? - Rafaela olhava em choque para seu marido.- Jane é sua filha, minha neta legítima. Você pensa que, enquanto meu pai ainda estava vivo, qual era a situação da nossa família Pereira? Não éramos como os Gomes, mas em toda a Cidade S, neste círculo, quem não respeitava nossa família Pereira?Lucas lembrou-se, embora relutante em admitir, que suas habilidades não se comparavam às de seu pai.Porém, quando Jorge estava vivo, a família Pereira era gloriosa.Rafaela ficou atônita.- Eu não entendo.O que seu marido estava falando sobre Jorge?- O que a competência de Jorge tem a ver com isso?Ela realmente entendia, mas estava muito confusa, e não queria entender.Lucas riu ironicamente:- Quem você acha que Jorge era? André foi criado por nós, mas Jane foi quem Jorge criou e criou com suas próprias mãos. Depois de tanto tempo juntos, você acha que Jorge não conseguiria distinguir Jane de sua neta legítima?- Eu não entendo, pare de falar, eu não quero mais ouvir! -
No dia seguinte.No hospital.- Lucas, seu filho não precisa de um transplante de rim. O médico começou a explicar para Lucas:- A situação do Sr. André é a necessidade de alguém compatível com a medula óssea dele, ele não precisa de um transplante de rim.Ouvindo isso, Lucas agitou a mão:- Então encontre alguém compatível com a medula óssea do meu filho.Havia um traço evidente de impaciência nos olhos do médico:- Lucas, você ainda não entendeu, entre milhares de pessoas, para ter uma medula óssea compatível, alguns critérios devem ser atendidos, a chance de sucesso é maior entre parentes, onde a compatibilidade é mais provável.Rafaela não disse uma palavra desde o início, o ódio entre ela e Lucas já começava a "germinar".- Nem você nem sua esposa são compatíveis com a medula óssea dele.O médico falou, olhando hesitante para André, que estava ao lado:- Existem irmãos ou irmãs na família?A expressão de André mudou instantaneamente, mas ele permaneceu em silêncio, taciturno.Os