Capítulo 9

JOANA

Depois de encontrar Alex no restaurante para tratar de negócios, levei Rebeca para casa e, como ela já tinha adormecido, levei-a direto para o berço. Tirei os saltos e troquei o vestido pelo meu pijama confortável, mas como estava muito agitada, sabia que não conseguiria dormir então fui para a sala e peguei meu celular antes de me jogar no sofá. Havia umas quatro mensagens da minha mellhor amiga.

Lili: Amiga, você não vai mesmo me contar o que aconteceu nesse seu encontro de negócios?

Lili: Amiga, me responde. Por favor!

Lili: Vai mesmo me deixar na curiosidade?

Lili: Você sabe que eu não aguento não saber das coisas, sou ansiosa.

Meu Deus. Como minha minha melhor amiga era dramática quando queria saber de um fofoca, mas eu gostava dela mesmo assim e até entendia a curiosidade/preocupação dela. Se fosse o contrário, eu com certeza, faria de tudo para tentar descobrir o que tinha acontecido.

Joana: Eu vou te contar quando você vier aqui em casa.

Lili: Por que demorou a me responder? Quer me deixar preocupada?

Joana: Estava cuidando de Rebeca.

Lili: Você sabe que amanhã mesmo estarei aí na sua casa?

Joana: Sim, eu sei. Aproveita e traz o café com alguns donuts, daqueles que eu amo.

Depois da troca de mensagens com Lili, aproveitei para entrar na minha rede social e procurei por Alexander Balmer, mas não tive nenhum resultado na minha pesquisa. Ok, ele não tinha rede social e isso explicava o fato da família dele não conhecer a ex noiva. Digitei o nome dele na barra de pesquisa do navegador e apareceram somente artigos científicos publicados. Nenhuma foto, nenhuma matéria em revista e nem um perfil social. Será que esse médico era mesmo uma pessoa de bem ou só estava tentando me enganar?

Pela manhã, acordei assustada com batidas na porta e dei um pulo do sofá. Meu pescoço doeu por causa da posição ruim que eu tinha adormecido. Dei uma olhada pelo olho mágico da porta só para me certificar de quem era e respirei aliviada quando vi que era Lili.

— O que está fazendo aqui, tão cedo?

— Cedo nada, amiga. Já são mais de oito e meia da manhã.

Droga! Eu tinha dormido demais, mas Rebeca ainda não tinha nem resmungado. Fui até o quarto e encontrei minha filha acordada, quietinha e abraçada ao seu coelhinho de pelúcia, mas assim que me viu, ela ficou de pé dentro do berço.

Peguei-a no colo, depositei um beijo em sua bochecha gorducha e voltei para a sala, onde Lili já estava devorando seu donut cor de rosa. Passei Rebeca para seu colo e fui até a cozinha preparar a mamadeira da princesa.

Quando voltei, a bendita galinha azul cheia de pintinhas já estava dançando e cantando na tela da televisão. Claro que Lili já foi logo fazendo perguntas sobre o jantar de negócios e eu acabei contando tudo para ela, sem economizar nos detalhes e quando cheguei ao final, ela simplesmente parecia em choque.

— Amiga, você tirou a sorte grande. — Foi a única coisa que saiu de sua boca.

— Não tenho tanta certeza assim.

— Quem me dera se um cara rico aparecesse na minha frente e falasse que vai me pagar uma fortuna para fingir ser sua noiva por um final de semana.

— Mas já pensou na merda que vai dar se descobrirem que é mentira? E ainda por cima ter que envolver a minha Rebeca.

— Ela ainda é muito pequena, amiga. Nem vai se dar conta do que está acontecendo.

— O problema não é ela, mas ele se apegar demais.

— E você já deu uma resposta para ele?

— Não!

— E tá esperando o que?

— Eu preciso pensar a respeito.

— Ok. Então vá se arrumar porque vamos sair para você espairecer a cabeça.

Passamos o dia todo fora de casa, fomos ao parque, shopping e aproveitamos para almoçar uma lasanha deliciosa preparada pela mãe de Lili e só voltei para casa quando já começa a escurecer. Foi então que decidi enviar uma mensagem para o médico bonitão.

Joana: Já tenho uma resposta para te dar.

Não esperava que ele fosse me responder tão rápido, até me assustei quando chegou a notificação e o nome dele apareceu na tela.

Alex: E qual é?

Joana: Me encontre amanhã de manhã no parque central e te direi a minha decisão.

Rebeca estava chorosa, com sono então deixei o celular de lado e preparei um banho bem quentinho e relaxante para ela antes de, finalmente, poder deitar e descansar ao lado da minha pequena. O dia seguinte seria longo e eu precisava estar bem disposta.

Por volta das nove da manhã, me arrumei e coloquei uma Rebeca animada para o passeio no carrinho e dirigi até o parque central, onde esperaria o médico bonitão para a gente poder conversar. Dei uma volta pelo parque e não o encontrei em nenhum canto. Será que ele não viria?

Uma hora já tinha se passado e o sol estava ficando quente demais para Rebeca e, por isso, decidi que já estava na hora de ir embora. Se Alex não tinha aparecido, era porque não tinha interesse, talvez já tivesse até arrumado outra que tenha aceitado de primeira fazer parte dessa farsa.

Alex: Em que ponto do parque você está?

Joana: A caminho do estacionamento para ir embora.

Alex: Estarei aqui te esperando então.

Preferi não enviar uma resposta, ainda estava meio chateada peo atraso dele. Continuei caminhando para fora do parque até que o avistei parado e com o quadril apoiado no próprio carro. Ele estava vestido de forma bem casual, mas sem deixar de passar seu charme.

— Me desculpe pelo atraso, Joana. — Ele disparou assim que me aproximei.

— É assim que eu percebo o quanto você está empenhado em receber minha ajuda.

— Eu só tive um contratempo.

— Garanto que esse contratempo tem haver com alguma mulher.

— Como você sabe?

— Por causa dessa marca de batom vermelho na gola da sua camisa — apontei para a gola da sua camisa.

— E então, você disse que tinha uma resposta para me dar e eu estou reamente curioso para saber.

— Sim, eu tomei uma decisão, mas antes precisava conversar com você sobre algumas questões.

— Claro!

— A primeira coisa que quero pedir a você é que enquanto estivermos "juntos" não quero outras mulheres perto da minha família além da sua família, se é que me entende.

— Tem a minha palavra de que isso não vai acontecer.

— A segunda coisa que queria te perguntar era se você estava falando sério mesmo quando disse que me ajudaria a encontrar outro emprego.

— Mas é claro que sim, Joana.

— Ótimo porque eu pedi demissão do meu emprego e preciso do dinheiro na minha conta.

— Isso quer dizer que você aceitou minha proposta?

— Sim. — Ela estendeu a mão. — Acordo fechado?

— Fechado. — Não pude conter o sorriso largo que chegava a doer minhas bochechas.

Ele se abaixou, ficando na altura do carrinho da minha filha e começou a falar:

— Viu, pequena. Agora serei o seu pai de mentirinha.

— É, sei que minha filha pode ser irresistível com essa bochechas gorduchas, mas não se apegue demais porque será somente por um final de semana.

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