Capítulo 8

ALEX

Aquela noite depois de sair do restaurante, foi a noite mais difícil para eu conseguir dormir. Eu tinha saído daquele restaurante mais nervoso e angustiado do que quando tinha entrado. Saber que o meu futuro dependia exclusivamente de uma desconhecida era complicado demais.

Os dias estavam se passando e a espera por uma resposta de Joana estava sendo uma verdadeira tortura. Eu passava quase o tempo inteiro com o celular próximo de mim e a cada notificação de uma nova mensagem, eu corria para ver se era a resposta de Joana. Ela devia estar gostando de me torturar.

Era sábado à noite, já não aguentava mais essa incerteza, coloquei duas pedras de gelo em um copo, me servi de uma dose de uísque. Saí para a sacada do meu apartamento, apoiei as mãos sobre o batente do guarda-corpo e inspirei fundo. Se aquela mulher não me desse uma resposta logo, eu acabaria ficando louco e, quase como se tivesse lido minha mente, uma mensagem chegou.

Joana: Já tenho uma resposta para te dar.

Simples assim. Ela só tinha escrito isso, nada mais, nenhum detalhe, nenhuma pista de que indicasse qual seria a sua decisão.

Alex: E qual é?

Um longo tempo se passou antes que eu recebesse uma outra mensagem dela, o que me deixou ansioso e esperançoso. De fato a proposta era muito mais benéfica para ela do que para mim, confesso que, eu tinha jogado sujo oferecendo o dinheiro que eu sabia que ela precisava para quitar suas dívidas.

Joana: Me encontre amanhã de manhã no parque central e te direi a minha decisão.

Que ótimo, ela estava de joguinho comigo. O pior seria chegar no parque amanhã e descobri que sua resposta seria uma negativa e perder meu tempo. Voltei para a sala, onde me joguei no sofá e comecei a pesquisar na minha rede social mulheres bonitas e que tivessem filhas. Claro que não apareceram muitas e acabei desistindo.

Quando Tony me ligou, convidando para sair, eu não pensei duas vezes e aceitei porque se ficasse em casa acabaria ficando louco de tanta angústia. Acabamos na boate, onde a batida da música eletrônica juntamente com a bebida e todas aquelas mulheres, me distraíram.

Ao abrir os olhos, percebi que já era de manhã, eu não sabia nem como tinha conseguido chegar em casa. Quando tentei me esticar, percebi que havia outra pessoa na cama, uma linda ruiva com corpo voluptuoso, fiz de tudo para me lembrar de seu nome, mas isso só fez minha cabeça doer ainda mais.

Depois de verificar a hora no relógio de cabeceira, quase caí da cama, já passava das dez da manhã e eu ainda tinha que ir encontrar Joana no parque, isso se ela ainda estivesse por lá. Fui ao banheiro, joguei um pouco de água fria no rosto e peguei um analgésico na parte alta do armário.

Eu estava fedendo a bebida então seria mais prudente tomar um banho rápido antes de ir me encontrar com Joana e Rebeca, porque isso poderia fazê-la mudar de ideia. Escolhi vestir uma bermuda cáqui, uma camisa branca e um sapatênis confortável.

Ainda estava na cozinha pegando um copo de água quando a ruiva apareceu vestindo apenas sua calcinha e sutiã. A verdadeira visão do paraíso e, se estivesse com mais tempo, a levaria para cama de novo e não deixaria que fosse embora tão cedo. Infelizmente, eu não tinha esse tempo e já estava mais do que atrasado.

— Oi, gata. Eu vou precisar sair então quando você for embora, é só bater a porta.

— Onde pensa que vai assim tão cedo? — Ela perguntou com aquela voz preguiçosa.

— Eu tenho um compromisso para o qual já estou mega atrasado.

— Tudo bem. — Ela pareceu um pouco desapontada.

Peguei as chaves do carro e o óculos escuro porque não seria capaz de encarar o sol forte que fazia do lado de fora. Dei graças a Deus pelas ruas quase desertas e consegui chegar em menos de cinco minutos ao parque, foi então que me deparei com um baita problema, o parque era enorme e demoraria pelo menos uma meia hora para eu localizar Joana.

Alex: Em que ponto do parque você está?

A resposta dela não demorou a chegar.

Joana: A caminho do estacionamento para ir embora.

Alex: Estarei aqui te esperando então.

Depois que enviei minha mensagem, não recebi mais nenhuma resposta de Joana. Droga. Será que ela tinha ficado chateada e mudado de ideia?Já estava pensando em entrar no carro e ir embora quando a avistei caminhando em minha direção empurrando um carrinho de bebê e, inevitavelmente, um sorriso se formou em meu lábios.

Joana estava linda usando aquele vestido azul claro e estampado de mini margaridas branca e a pequena Rebeca estava usando um lindo vestidinho rosa bebê enquanto mordiscava um de seus brinquedos. Aquela era uma cena apaixonante.

— Me desculpe pelo atraso, Joana. — Fui o primeiro a falar.

— É assim que eu percebo o quanto você está empenhado em receber minha ajuda.

— Eu só tive um contratempo.

— Garanto que esse contratempo tem haver com alguma mulher.

— Como você sabe?

— Por causa dessa marca de batom vermelho na gola da sua camisa.

— E então, você disse que tinha uma resposta para me dar e eu estou reamente curioso para saber — tentei mudar o assunto da conversa.

— Sim, eu tomei uma decisão, mas antes precisava conversar com você sobre algumas questões.

— Claro!

— A primeira coisa que quero pedir a você é que enquanto estivermos "juntos" não quero outras mulheres perto da minha família além da sua família, se é que me entende.

— Tem a minha palavra de que isso não vai acontecer.

— A segunda coisa que queria te perguntar era se você estava falando sério mesmo quando disse que me ajudaria a encontrar outro emprego.

— Mas é claro que sim, Joana.

— Ótimo porque eu pedi demissão do meu emprego e preciso do dinheiro na minha conta.

— Isso quer dizer que você aceitou minha proposta?

— Sim. — Ela estendeu a mão. — Acordo fechado?

— Fechado. — Não pude conter o sorriso largo que chegava a doer minhas bochechas.

Me abaixei e apoiei um joelho no chão para ficar na altura de Rebeca, que parecia mais interessada no brinquedo do que em mim. Era tão bom vê-la melhorzinha.

— Viu, pequena. Agora serei o seu pai de mentirinha.

— É, sei que minha filha pode ser irresistível com essa bochechas gorduchas, mas não se apegue demais porque será somente por um final de semana. — Joana interviu.

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